sábado, 13 de junho de 2015

LIÇÃO Nº 9 - 2º TRIMESTRE DE 2015




COMENTÁRIO ADICIONAL


CONSTRUINDO BEZERROS DE OURO

A INCONSTÂNCIA DOS ISRAELITAS: Moisés havia ido para o monte a fim de receber os mandamentos de Deus. Passaram-se 40 dias e ele ainda não havia voltado, então os israelitas pediram a Arão (que havia ficado como líder na ausência de Moisés) para que lhes fizesse um deus, a fim que fossem orientados até chegarem à Terra Prometida.
Arão pediu para que lhes dessem os enfeites de ouro e com ele fez um bezerro de ouro – Ex 34.1-4.
MOISÉS CHAMA A ATENÇÃO DE ARÃO: Apesar de ter sido o povo que pediu para Arão lhes fazer um ídolo, é com Arão que Moisés vai pedir explicações. Ao ser interrogado Arão respondeu a Moisés o seguinte: “Você sabe que este povo é mau”. Na verdade, Moisés já havia passado poucas e boas com aquela gente, de forma que certa vez ele disse ao Senhor para ajudá-lo a dar o que o povo queria senão ele será apedrejado. Ex 17. 3,4.
POR QUE MOISÉS PEDIU EXPLICAÇÃO A ARÃO E NÃO AO POVO: Porque seu irmão era o líder, e como tal ele era responsável por tudo o que acontecesse em sua ausência. Assim como Moisés clamava a Deus quando não sabia mais o que fazer para acalmara o povo, era esperado que Arão tivesse o mesmo procedimento. Arão deu ao povo o que eles queriam, e isso não é atitude de um bom líder. O líder sábio dá ao povo o que eles precisam, que nem sempre é o que querem.
Exemplo prático: Na ausência do líder de uma grande igreja um repórter perguntou ao seu auxiliar o que eles faziam para a sua igreja crescer tanto. A resposta do suplente do líder religioso foi a seguinte: “É simples: damos ao povo o que ele quer”.
Observação: Esta tem sido a causa de grande parte da decadência que estamos testemunhando nas igrejas. Ao invés de os líderes espirituais darem ao povo a sã doutrina, sem pôr nem tirar, preferem ver quantidade ao invés de qualidade, e por isso observamos muitos templos cheios de ossos e pele, mas sem o Espírito de vida, assim como na visão de Ezequiel (capítulo 37).
AS DESCULPAS DE ARÃO E DO POVO E A REAÇÃO DE DEUS E DE MOISÉS: Ex 32.1, 7, 21; 33.13.
1.    “Sabes que este povo é mau” – O apóstolo Paulo se preocupava muito com isso, de forma que sempre admoestava a Timóteo a perseverar em pregar a sã doutrina (Veja 2Tm 4.1-5; 3.5; 1Tm 6.10-11).
2.    “Não sabemos o que sucedeu com Moisés, a este homem que nos tirou do Egito”. Apesar de o povo de Israel dizer que Moisés havia os tirado do Egito, tanto Moisés como Arão sabiam que fora Deus quem os tirou de lá.
3.    A ironia de Deus: No versículo 7, observamos as palavras de Deus a Moisés: “Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido”.
Observe que Deus chama Israel de o povo de Moisés, ao invés de dizer o meu povo. Na verdade Deus estava ironizando, porque os israelitas sempre davam os créditos pela sua saída do Egito a Moisés ao invés de dá-lo a Deus (veja Ex 16.3; 17.3; 32.1).
Apesar de nem sempre Deus falar ele observava o comportamento do povo em relação a Ele. Em hb 12.28, 29 a Bíblia afirma que nós devemos levar a sério a graça de Deus porque ele é um fogo consumidor. Ou seja, o mesmo Deus Amor é também um Fogo consumidor.
Em Is 29.16 observamos Deus repreender o seu povo dizendo-lhes que eles queriam igualar o vaso (o ser humano) ao oleiro (Deus), e achavam que Ele não soubesse nada sobre suas criaturas.  Ou seja, Deus às vezes se cala, mas ele sonda nossos pensamentos e esquadrinha o nosso coração. Ele não é bobo, mas tudo vê e tudo entende. No versículo 13 Ele diz a respeito de Israel: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

4.    Moisés insistiu com Deus para que ele considerasse que os israelitas era o seu povo, que fora o Senhor quem havia tirado aquela gente do Egito: Ex 32.7,11; 33. 1,13. 
Observação: O povo de Israel não compreendia o que Moisés entendia: Sem Deus na liderança Israel seria uma nação como qualquer outra (Ex 33.15,16). Da mesma forma os cristãos devem estar conscientes de que sem Cristo não há cristianismo. Jesus deixou bem claro que sem ele nada poderemos fazer – Jo 15.6b.

ASSIM COMO MOISÉS NÃO RECEBEU PARA SI A GLÓRIA QUE PERTENCIA A DEUS HOUVE HOMENS NA BÍBLIA QUE TAMBÉM NÃO ACEITARAM:
1.    Pedro e João na porta do tempo: Disseram ao coxo: “Olha para nós”, mas quando o povo olhava para eles querendo adorá-los Pedro lhes perguntou: Por que estais olhando para nós?” E anunciou-lhes Jesus. – At 3. 1-4.
2.    Paulo e Barnabé: Queriam adorá-los e lhes oferecem sacrifícios como deuses. A um chamaram de Júpiter e ao outro de Mercúrio (nome de dois deuses da mitologia grega). A reação deles foi rasgar suas vestes, em sinal de humilhação, para que o povo percebessem que eles não eram nada menos do que homens comuns, e com muita dificuldade conseguiram impedi-los de adorá-los. – At 14.8-18.
3.    O apóstolo Paulo: Ao ser preso alguns se aproveitaram e pregavam o evangelho com más intenções, mas ao invés de mandar impedi-los Paulo disse que importava é que o Evangelho estava sendo pregado. – Fp 1. 15-18.
4.    João disse a Jesus que viram um homem expulsando demônios e tentou impedi-lo, no entanto Jesus lhes admoestou dizendo-lhes que não os impedissem, pois “quem não é contra nós, é por nós” – Lc 9.49,50.
5.    Os irmãos coríntios discutiam entre si sobre quem era de Paulo e quem era de Apolo, ao invés de o apóstolo Paulo sentir-se orgulhoso por isso ele os repreendeu. – 1Co 3.4.
6.    João Batista ao ver Cristo pôs-se a anunciá-lo como o Cordeiro de Deus, e prosseguiu dizendo: “Convém que ele cresça e eu diminua”.

Exemplo prático: Uma determinada cantora fora convidada para cantar em um culto de aniversário do grupo de adolescentes de uma igreja, e durante o culto formou-se uma enorme fila de adolescentes que ia até a cantora (que estava ao lado do púlpito) a fim de receber autógrafo. O que deveria ser cultuado ficou esquecido naquela reunião e toda honra e glória foi dada à cantora.

O RACIOCÍNIO DOS ISRAELITAS: Para o povo de Israel na ausência de Moisés, e consequentemente, de Deus (porque para eles, Deus estava preso a Moisés), era só substituir um deus por outro.

Exemplo prático: Numa determinada sinagoga estava sendo feito a mudança de rabino. Iam substituir o antigo rabino por outro que era doutor. Um determinado garoto ao ouvir a notícia ficou todo entusiasmado ao imaginar que teria a sua disposição um rabino e um médico, ao mesmo tempo. Um dia, ao ser atacado por dores no estômago o garoto ligou para o rabino e seguiu-se o seguinte diálogo:
- Alô, posso falar com o rabino doutor?
- Em que posso ajudá-lo, meu filho? - Respondeu o rabino do outro lado da linha.
- É que eu estou com dores no estômago e preciso saber o que fazer.
- Infelizmente, não posso te ajudar porque não sou médico.
- Que tipo de doutor é o senhor? Perguntou o garoto, confuso.
- Sou doutor em filosofia. – Respondeu o rabino.
O garoto pensou alguns minutos e depois indagou:
- Que tipo de doença é esta?

Observação: Muitos cristãos são como esse garoto: acham que se tratando de religião é tudo igual, desde que se fale em Deus e em Jesus, está tudo bem.
  Observação: Nem todo caminho leva a Deus, mas só há um caminho que conduz a Ele e seu nome é Jesus Cristo (Jo 14.6). Nem todo aquele que fala no nome de Jesus será salvo, mas quem nascer de novo (Mt 7.21; Jo 3. 1-7). Nem toda a religião é boa, e Tiago diz qual é a verdadeira religião (Tg 1.27).

O POVO QUERIA A PROMESSA, MAS NÃO SE IMPORTAVA COM DEUS: Hoje acontece a mesma coisa no meio cristão: muitos vão a Igreja em busca de prosperidade financeira, reconciliação conjugal, cura de enfermidades etc. Tais pessoas passam anos na igreja e cada dia conhecem menos a Deus. Tal qual os nove leprosos recebem suas bênção e vão embora ao invés de aproximarem-se daquele que lhes concedeu a vitória almejada.
Josué e Calebe foram os únicos dentre os espias de Canaã que compreendem o que Deus queria, isto é, que o povo o obedecesse, tivesse um relacionamento real com ele para quando chegarem a Terra Prometida (ao lugar da bênção desejada) não viesse a esquecerem-se dele. – Nm 13.8-11.

Exemplo prático 1: Agimos para com Deus como um noivo no altar que diz à noiva: “Te aceito como minha lavadeira, cozinheira e faxineira”. Então a noiva lhe responde: “Serei tudo isso para você, no entanto, antes de tudo isso serei sua esposa, e quero ser amada e respeitada como tal”.
É exatamente assim nosso relacionamento com Deus: Ele é nosso salvador, nosso médico, nosso advogado, mas antes de tudo isso ele é nosso Senhor e Deus.

Exemplo prático 2: Uma certa garotinha recebeu da mãe um pão com geleia e assim que pegou o pão o abriu e pôs-se a lamber a geleia. A mão lhe tomou o pão, colocou mais geleia e advertiu a menina: Se você quiser a geleia vai ter de morder o pão.
Assim também somos Deus em relação ao céu: para alcançarmos a bênção celestial precisamos aceitar a Jesus e segui-lo. A primeira geração israelita, que visava apenas a Terra Prometida não pode entrar porque queriam a promessa mas rejeitaram o Deus que lhes concederia a bênção.
A Canaã Celestial, assim como a Terra Prometida dos israelitas, só é acessível aos que durante o percurso conheceram a Deus, na pessoa de seu Filho Jesus, e o reconhecem como o único Deus e Salvador.

DEUS SE RECUSOU IR COM ELES: Ex 33.1-3
Vi um estudo no qual o preletor dizia que  podemos dar dois tipos de serviço a Deus: Avodah Zara (que em hebraico é serviço estranho) ou Avodah kedasha (serviço reconhecido por Deus).

Exemplo prático 1: Ouvi falar de uma igreja que estava para colocar ar- condicionado, e apesar de a maioria dos membros não estarem a favor, os dirigentes e líderes decidiram fazê-lo pela bem feitoria da casa de Deus. O problema é que tais pessoas parecem não compreender que os cristãos são o templo do Espírito Santo, e que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens - At 17. 24,25; 1 Co 3.16-19.
Na realidade o que pretendiam eram ser bem vistos por causa do luxo de seus templos, independentes de quantas almas perderiam. Com certeza tais atitudes não são aprovadas por Deus, mesmo tendo sido feitas em nome dele, porque ele vê a intenção do coração, e tais sacrifícios não passam de avodah zara (serviço estranho).

Exemplo prático 2:  Um outro de tipo de serviço estranho (avodah zara) pode-se ser percebido nas práticas idólatras que muitos cristãos praticam sob forma de fidelidade. Podemos dar como exemplo a atitude  de alguns cristãos que preferem suas igrejas à salvação de seus familiares. Um determinador pregador, tratando do tema “bezerros de ouro” citou o exemplo de um amigo dele, que apesar de perceber que nem ele, nem sua família estavam sendo edificados na igreja em que pertenciam, preferia perder sua vida espiritual a sair daquela igreja, dando por desculpa o fato de ter nascido e sido criado lá.
Da mesma forma há cristãos cuja família não gosta da igreja onde ele congrega, e apesar de saber que saindo de lá poderia ganhar seus  familiares para Cristo prefere continuar onde está a render-se por amor as almas e a Cristo. Este é um tipo de “bezerro de ouro”, de  idolatria, que Deus vê como avodah zara.

O apóstolo Paulo fala do Avodah Zara, quando diz a Timóteo haveria pessoas que teriam cara de piedosos, mas na prática negaria a eficácia da piedade, e ainda os advertiu que nos últimos dias muitos não iriam dar ouvidos a sã doutrina, mas prefeririam ouvir a fábulas e seguir seus próprios corações – 2 Tm 3.5; 4.1-5.

O POVO DE ISRAEL SEMPRE QUIS UM DEUS VISÍVEL:
Não podemos nos esquecer que aquela gente havia saído do Egito, uma nação onde havia vários ídolos. O povo de Israel sempre foi favorável a servir um Deus visível, mas o seu Deus era invisível. Agora que Moisés sumiu eles iriam realizar o desejo de seus corações.
1Uma determinada revista mostrava fotos de peças, inclusive ídolos egípcios, que segundo os arqueólogos devem ter sido trazidos a Israel  na época em que o povo foi tirado de lá sob a liderança de Moisés. Durante muito tempo, apesar de Israel ter saído do Egito, o Egito continuava no coração do povo israelita. Faraó era o rei deus do Egito.
Seu desejo de possuir um deus visível não foi permitido por Deus, então, finalmente, eles pediram um rei visível. E apesar de não concordar com o descabimento deles, Deus consentiu e ordenou a Samuel que ungisse a Saul e o pôs sob o trono – 1Sm 8.5-7.

DEUS SÓ ESTÁ NO MEIO DE QUEM OBEDECE AOS SEUS MANDAMENTOS: Embora Moisés conseguisse o consentimento de Deus de não matar o povo, O Senhor recusou-se a ir com eles. No entanto, por amor a Moisés ele prometeu que os acompanharia, no entanto, Moisés deveria voltar ao monte para Deus escrever novamente os seus mandamentos, e só então ele aceitaria guiá-los. Assim somos nós: Deus só está conosco se aceitarmos os seus mandamentos, caso contrário ele se retira e deixa-nos seguir nossos próprios caminhos – Rm 1.21-32.

CONCLUSÃO: Deus não recebe serviço que esteja fora das suas diretrizes. Qualquer coisa que fizermos e cujo objetivo não seja a glória de Deus o Senhor não aceita. É de suma importância atentarmos para a admoestação de Paulo aos irmãos da Galácia: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6.7).
Da mesma forma devemos observar o alerta do próprio Deus em Is 42.8: “Eu sou o Senhor; este é o meu  nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.


Por Leila Castanha








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