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COMENTÁRIO ADICIONAL
O MILAGRE DA CURA DA MÃO MIRRADA
TEXTO ÁUREO: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da
graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno.” Hb 4.16
GRAÇA significa “FAVOR
IMERECIDO”. Graça é o modo pelo qual Deus nos dá o que não merecemos. No
entanto, nem sempre esse termo tem este significado. Graça também pode significar “Sem (pagar ou cobrar) dinheiro”, como
no texto de Mt 10.8 : “De graça
recebestes, de graça daí”. Ou pode ter o sentido de “agradecimento”, como no
caso de um culto em ações de graça (um culto em atitude de gratidão ou em
agradecimento).
MISERICÓRDIA significa “compaixão suscitada pela miséria
de alguém”. Misericórdia é o modo pelo qual Deus não nos dá o que merecemos.
TEXTO ÁUREO NA LIGUAGEM COMUM: “Cheguemos, pois, com
confiança ao trono onde Deus nos favorece, apesar de não merecermos, para que consigamos que Deus não nos dê o que merecemos,
mas o que não
merecemos, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
A discussão dos fariseus com Jesus: A lição trata a
respeito da implicância dos fariseus com Jesus pelo fato de ele fazer e
permitir algumas coisas, no dia de sábado, que no entender deles eram proibidas,
como por exemplo, deixar seus discípulos colher espigas para comer, ou curar.
O texto que trataremos, mostra Jesus ensinando na sinagoga, e em
uma determinada hora ele chama um homem que estava entre o povo, e usa-lhe para ensinar aos judeus presentes qual é o verdadeiro sentido de guardar o sábado - Mt
12.9-14 Mc 3.1-6:; Lc 6.6-11. ( Lei do sábado Ex 35, 2,3; Nm 15.32,33,35);
Juntando a narração dos três evangelistas temos a seguinte história: Jesus
foi à sinagoga num dia de sábado e estava ensinando. Lá havia um homem cuja mão
direita era mirrada. Enquanto falava os escribas observavam-no para ver se ele
iria curar alguém, porque queriam acusá-lo de quebrar o sábado. Alguém lhe perguntou
se era lícito curar no sábado. Jesus sabendo do que pensavam chamou um homem
para o meio dele e contou uma história sobre uma ovelha que, num sábado, caíra
na cova. Após contar esta história perguntou a eles se era lícito, nos sábados
fazer bem ou mal, salvar vida ou matar. Eles ficaram calados (entendendo o silêncio
deles como forma de não falar o que Jesus queria ouvir), ele afirmou: É lícito
sim, curar no sábado. Agora vejamos o
porquê Jesus disse isso:
Jesus estava
ensinando (Lc 6.6:): Jesus tinha o hábito de ensinar na prática. Aos seus
primeiros discípulos ele os iniciou nas aulas, não lhes ordenando que o ouvissem,
mas que o seguissem: “Segue-me!”, foi a primeira ordem que receberam do Mestre.
Agora ele ensinava aos fariseus, e aos judeus presentes, através do homem da
mão mirrada.
O homem tinha a mão direita mirrada (seca): Para
os judeus, ter a mão direita seca (atrofiada) era sinônimo de maldição,
portanto, aquele homem era considerado por seus compatriotas como impuro, amaldiçoado.
Caso alguém descobrisse a situação daquele homem, que não podia estar no meio
do povo, poderia matá-lo. Assim também como na analogia da ovelha se alguém a
deixasse no buraco, sabendo do perigo que corria, seria culpada do mal que lhe
ocorresse, Jesus, sabendo do que podia suceder ao homem, seria cúmplice de sua
morte. Daí a pergunta de Jesus fazer
sentido: “É lícito no sábado salvar a vida ou matar?”. - (Mc 3.4; Lc.6.9).
Jesus não estava opondo-se à guarda do sábado, mas à interpretação incorreta dos fariseus: A palavra sábado vem do grego e significa descanso ou repouso.
Mt 5.17, 18: Jesus declarou que não veio ab-rogar
(anular) a lei, mas cumpri-la.
Observação: Em Rm 10.4 o apóstolo Paulo afirma que “O fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. E em Gl 3.24 ele diz que "A lei nos serviu de aio para
nos levar a Cristo".–
Em Isaías 1.11-13 – Deus repreende a
atitude dos israelitas dizendo-lhes que tudo o que ele havia ordenado para
fazerem era feito, desprovido de significado. Eram meros rituais, sem
sentido algum. Cumpriam a lei ao pé da letra, mas não se atinham às lições
provindas delas e não se preocupavam com o bem comum. Eram religiosos, mas não
mostravam qualquer indício de caridade, como o sacerdote e o levita da parábola
do bom samaritano (Lc 10.30). O próprio sábado é relatado por Deus como abominação
quando mal compreendido (algo que traz o sentimento de repulsa, de nojo).
Assim como demonstrado em 2 Co 3.6 os judeus do tempo de Jesus observavam a letra da lei (a lei destituída do sentido), mas o apóstolo Paulo exortou que a letra mata, mas o espírito vivifica. Não é a Lei, por si só que leva o homem para o bem, mas o espírito, o que está por trás dela.
Jesus procurou explicar isso para os seus compatriotas: Não
era para entender a lei ao pé da letra, mas compreender o sentido pela qual ela
foi instituída - Mt 5.21-32. Nos
versículos 21, 22, 27, 28, 31, 32, Jesus
explica-lhes o sentido da Lei aos judeus:
- Quando Deus proibiu matar, ele não estava se referindo, unicamente a morte física, pelo corpo, mas podemos matar física ou psicologicamente, uma pessoa com a língua, por meio de palavras ofensivas (Tg 3.6, 9,10);
- Ao proibir o adultério, ele não estava com o pensamento voltado apenas no ato em si, mas as implicações para a vítima da traição, e a falta de respeito para com o objeto dos pensamentos licenciosos (que agride a decência);
- Ao tratar sobre o divórcio, ele explica-lhes que não é por qualquer motivo, mas por ferir a decência, isto é, por motivo de desrespeito ao companheiro (a).
A posição de Jesus em relação ao sábado (Mt 12.1-8): Em outra ocasião
Jesus passou com os seus discípulos pelas searas, e os discípulos tendo fome
colheram espigas e se puseram a comê-las. Isso desencadeou uma grande discussão
com os fariseus que diziam que aquilo não era permitido fazer no sábado. Em sua
defesa, Jesus lhes perguntou se não haviam lido que Davi e seus homens haviam
comido o pão da proposição, que não lhes era permitido, e não foi acusado (1 Sm 21.6). Depois lhes perguntou se não sabiam que os sacerdotes
violavam os sábados e também não eram considerados culpados (Nm 28.9).
Jesus então lhes explicou que o que queria ao instituir a lei, era o contrário do que eles estavam
fazendo: “Mas, se vós soubésseis o que
significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríes os inocentes.
Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.” (vv 6-8). – Lembre-se que ele
disse que ele e o Pai eram um - Jo 10.30.
Observação: Pães da proposição
eram 12 pães (um para cada tribo de Israel), eram sem fermento, e deviam ficar
continuamente sobre uma mesa diante de Deus, em um cesto sobre uma mesa, sendo. eventualmente, trocado pelos sacerdotes por
pães quentinhos. Somente os sacerdotes podiam comer daqueles pães, porque ambos
eram consagrados ao Senhor.
Devemos compreender
que para Deus a vida também é sagrada, e os pães não estavam sendo ingeridos
por falta de respeito, mas para dar vida, e além do mais Davi entendia que no momento em que precisava dos pães eles já deviam ser trocados por pães frescos, sendo dispensados aqueles, eram
comuns. No caso do primeiro exemplo, no qual Jesus disse que os sacerdotes
violavam os sábados, era porque os sacrifícios pelos pecados tinham de ser feito todos os dias, independente de ser sábado ou não (1 Sm 21).
Jesus estava mostrando aos judeus reunidos na sinagoga que o homem era maior do que o sábado, e este foi instituído para o bem daquele (Mc 2.27).
Jesus estava mostrando aos judeus reunidos na sinagoga que o homem era maior do que o sábado, e este foi instituído para o bem daquele (Mc 2.27).
A grande lição deste texto não diz respeito aos pães da proposição, mas Jesus queria
mostrar que tendo ele feito a lei estava sendo tratado com menos importância do
que a própria lei (v. 7, 8). Por isso para que entendessem qual era o sentido da lei, em outra ocasião Jesus as
resumiu em duas: “Amarás a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a ti
mesmo.” (Mt 22.37). Embora pareça duas coisas diferentes o apóstolo S. João as transforma em uma única lei, de forma a afirmar que se alguém diz que ama a Deus e aborrece a seu irmão é mentiroso (1 Jo 4.20)
EXEMPLO PRÁTICO, EXTRAÍDO DA REVISTA: Os judeus
reverenciavam o dia de sábado, mas desprezavam os seus semelhantes. Segundo o
historiador judeu Flávio Josefo, na época da rebelião de Judas Macabeu, alguns
judeus se refugiaram nas cavernas do deserto. Antíoco mandou centenas de homens
para atacá-los, e como era um dia de sábado, eles não lutaram e foram mortos,
porque lutar significaria quebrar o sábado.
JUDAS MACABEU era o 3º
filho do sacerdote Matatias. Macabeu (significa martelo) era o
apelido de Judas, o mais famoso integrante dos Macabeus, que era um exército rebelde
judeu que dominou parte de Israel (164 a.C. ), e que foi responsável por
reinstalar a religião judaica e reduzir no país a influência da cultura
helenística (a mistura da cultura grega e romana).
Nós e a semelhança com os fariseus - Os fariseus eram
religiosos do tempo de Jesus, mas não passavam disso. Jesus ensinou naquele dia
que a religião tem de produzir mudança, fazer as pessoas mais sensíveis, preocupadas
com as angústias alheias. Leia sobre a verdadeira religião em Tiago 1.27.
Exemplo do termo: “Fulano é um fariseu!” (“Fulano é um hipócrita!”) Ou “Chega de farisaísmo!” (“Chega de hipocrisia!”).
Exemplo do termo: “Fulano é um fariseu!” (“Fulano é um hipócrita!”) Ou “Chega de farisaísmo!” (“Chega de hipocrisia!”).
EXEMPLOS PRÁTICOS: 1) Ouvi, em certa igreja, um irmão falando com
seu pastor sobre a necessidade de fazerem uma visita a uma determinada pessoa
que estava precisando de apoio espiritual. O pastor lhe disse que não seria
possível, pois nos dias em que não há culto na sua igreja ele visita outras,
pois desde que aceitou a Jesus, nunca passou um dia sem ir cultuar em alguma
igreja. Para este pastor, servir a Deus era dedicar-se ao templo, não às
pessoas.
2) Um escritor, ao escrever sobre a importância de
compreender a Palavra de Deus, interpretando-a corretamente, utilizou-se do
texto de Mt 6.35, onde Jesus diz “Buscai primeiro o Reino de Deus...”
para exemplificar o mau uso da exegese (interpretação) bíblica. Contou ele que um determinado obreiro,
conhecido seu, contou-lhe, orgulhosamente, que sua agenda andava tão cheia de
trabalhos para obra de Deus que fazia muitos meses que ele não tinha tempo nem
para a família, e concluiu: “Só desejo parar quando morrer, ou quando Jesus
vier arrebatar a Igreja”. Esse irmão não compreendia que a lei de Deus também abrange o governar bem a sua casa (1 Tm 3.5)
3) Um presbítero, auxiliar do pastor da igreja, ao discutir
sobre uma questão que não estava agradando determinados membros da congregação,
respondeu aos insatisfeitos com as seguintes palavras: “Não estou aqui pra
agradar ninguém, e eu sou o responsável pelo trabalho. Assim sendo, sou eu quem
falo o que deve ser feito ou não e quem não estiver satisfeito pegue suas malas
e dê um fora!”
Esse obreiro não entendeu nada sobre o cristianismo, que consiste em servir um ao outro, e o cristão, principalmente o obreiro
da casa de Deus deve: Ter palavras agradável (Col 4.6); que sirvam para
a edificação (Ef 4.29); Responder
com mansidão (1 Pe 3.15).
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O HOMEM DA MÃO MIRRADA
1) Era vítima de preconceito, pois era visto como
impuro: Jesus sempre deu importância aos desprezados: a mulher adúltera
defendida por Jesus . Em Mt 14.3,9 Jesus fala sobre uma mulher, cuja atitude fora
ignorada por alguns, que onde fosse pregado o evangelho se ouviria falar do que
ela fez.
2) Estava no
anonimato,
mas não deixou de ir à casa de Deus, na sinagoga.
Deus sempre recrutou anônimos ( Davi - um pastor de ovelhas que fazia canções; Gideão -malhava trigo para escondê-lo dos midianitas; Moisés - vivia no deserto; Ana (sofria, humilhada por Penina), etc. Ele não desistiu de Deus, mas segundo entendia-se que ordenava a Lei ordenava, no sábado ele foi à sinagoga, e lá encontrou com o Filho de Deus.
Deus sempre recrutou anônimos ( Davi - um pastor de ovelhas que fazia canções; Gideão -malhava trigo para escondê-lo dos midianitas; Moisés - vivia no deserto; Ana (sofria, humilhada por Penina), etc. Ele não desistiu de Deus, mas segundo entendia-se que ordenava a Lei ordenava, no sábado ele foi à sinagoga, e lá encontrou com o Filho de Deus.
3) Jesus o colocou no meio – Deus sempre exigiu
que o homem desse o primeiro passo: Davi
precisou tomar a decisão de lutar com Golias, e só depois Deus agiu; Gideão precisou crer e diminuir o
exército para 300 homens e aceitar fazer barulho; Moisés precisou utilizar a vara ; Ester precisou pedir aos judeus que jejuassem e enfrentar o rei; Ana precisou descer ao templo e orar; Neemias precisou pôr a mão na massa
para surgir o muro e o homem da mão mirrada, preciso levantar-se e ir para onde ele indicara.
Jesus veio fazer com que os rejeitados fizessem parte da história: Ele veio para os pecadores, curava os enfermos, recrutava homens e mulheres comuns, dava importância à mulher numa sociedade machista, etc.
4. Não escondeu sua fraqueza, mas apresentou-a ao Mestre quando este lhe ordenou: Ele estava na mesma situação da mulher do fluxo de sangue: Ambos eram impuros aos olhos da sociedade, e precisavam se esconder. Ela fora escondida e o tocou, e Jesus sentiu que fora tocado. Ele estava disfarçado, e o ouvia, mas Jesus sabia que ele estava precisando de cura, mas tinha medo de expor-se, então o Mestre chamou por ele. Se você tem fé suficiente para tocar em Cristo, então toque, mas se só consegue ouvir sua Palavra sem ter forças para se manifestar, continue no teu lugar, pois um dia ele vai se manifestar a você e resolver a tua causa. Só não deixe de fazer o que você pode, pois mesmo que você diga que tem fé, a fé sem as obras é morta (Tg 2.17). Faça a tua parte, guarda a Lei de Deus no teu coração, e um dia Ele há de olhar para você e fazer a pergunta que fez ao cego de Jericó: "Que queres que eu te faça?" (Mc 10.51).
Por Leila Castanha
Jesus veio fazer com que os rejeitados fizessem parte da história: Ele veio para os pecadores, curava os enfermos, recrutava homens e mulheres comuns, dava importância à mulher numa sociedade machista, etc.
4. Não escondeu sua fraqueza, mas apresentou-a ao Mestre quando este lhe ordenou: Ele estava na mesma situação da mulher do fluxo de sangue: Ambos eram impuros aos olhos da sociedade, e precisavam se esconder. Ela fora escondida e o tocou, e Jesus sentiu que fora tocado. Ele estava disfarçado, e o ouvia, mas Jesus sabia que ele estava precisando de cura, mas tinha medo de expor-se, então o Mestre chamou por ele. Se você tem fé suficiente para tocar em Cristo, então toque, mas se só consegue ouvir sua Palavra sem ter forças para se manifestar, continue no teu lugar, pois um dia ele vai se manifestar a você e resolver a tua causa. Só não deixe de fazer o que você pode, pois mesmo que você diga que tem fé, a fé sem as obras é morta (Tg 2.17). Faça a tua parte, guarda a Lei de Deus no teu coração, e um dia Ele há de olhar para você e fazer a pergunta que fez ao cego de Jericó: "Que queres que eu te faça?" (Mc 10.51).
Por Leila Castanha
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