JUDAS
ISCARIOTES, UM APOSTOLO DOMINADO PELA CARNE
Figura: símbolo,
representação.
Jesus sabia quem o trairia: Jo
6. 70, 71; 13. 10, 13;. Mt 26. 22, 23.
Quem era Judas Iscariotes: Um dos doze apóstolos de Jesus, tesoureiro do grupo de discípulos de Cristo, e o autor do mais famoso beijo da traição.
Porque ele não revelou a ninguém: Embora
a Bíblia não esclareça isso é fato que se Jesus revelasse que Judas o trairia
alguns de seus discípulos, de temperamento explosivo, como Pedro, teria dado “um
jeito” nele para evitar a traição contra o Mestre. Mas fazia parte da missão de
Cristo, pois as profecias haviam predito que ele seria traído (Is 53; Dn 9.26).
Veja a reação de Pedro quando Jesus lhe disse que seria morto e quando ele
estava sendo preso (Mt 16. 21-23João 18.7-10).
O Príncipe deste mundo
- A Bíblia refere-se ao diabo como o Príncipe
deste mundo (Jo 14. 28-30) esta era uma das designações dadas ao Adversário (Jo
16. 11), ele domina o mundo (Lc 4. 5,6; 1 Jo 5.19). Ao dizer aos discípulos que
a hora de sua morte estava prestes, Jesus disse-lhes que o Príncipe deste mundo
se aproxima, evidenciando com isso que Judas era instrumento do diabo, e é
usado como a personificação do mal, assim como na mitologia grega os vícios e
virtudes são personificados, como por exemplo: Atena, deusa da sabedoria; Ares, deus da
guerra; Afrodite, deusa do amor, etc.
Satanás entrou em Judas: (Jo
13. 21, 26,27)- Da mesma forma que o Espírito Santo apossa-se de nos para
fazermos aquilo que Deus deseja, no momento exato de Judas cometer a traição contra
Jesus o diabo entrou nele. Ele ficou possesso de forma visível, pois os
discípulos não entenderam nada do motivo pelo qual Jesus o mandara agir logo.
Pensaram que o Mestre estava mandando-lhe ir comprar alguma coisa, porque ele
era o tesoureiro.
Para
sermos usados por Deus precisamos estar cheios do Espírito Santo (At 2.4; 4.8; Ef
5. 18). Da mesma maneira Paulo exorta a não dar lugar ao diabo (Ef 4. 2), e
Tiago adverte a resisti-lo (Tg 4.7). O diabo procura qualquer brecha para usar
as pessoas contra Deus e sua obra, por isso quando Jesus estava prestes a ser
entregue para morrer, ele alertou seus discípulos, dizendo-lhes: “Vigiai e orai
para que não entreis em tentação”. (Mt 26.41). Embora o Inimigo já houvesse se
apossado de Judas, ele ainda usou a fraqueza de Pedro (seu gênio explosivo)
para tentar impedir o plano da redenção.
Judas era um pseudo discípulo: Embora
Judas fosse discípulo de Cristo, ele não atentava para os ensinamentos do
Mestre (Jo 13. 10, 11). Quando Jesus estava orando ao Pai, intercedendo pelos
seus discípulos, ele lhe rogou para que
os santificassem (os limpassem, os purificassem), e ao mesmo em que rogava por
essa santificação ele mesmo disse do que falava: Do poder purificador da
Palavra de Deus (Jo 17.17). Tiago (1.22) também adverte a não sermos ouvintes
esquecidos, mas cumpridores da Palavra.
Jesus disse a Nicodemos que ele deveria nascer de novo (da água e do
Espírito – Jo 3. 5), a Palavra de Deus é comparada, simbolicamente, à água (Ef
5. 26. Sl 119. 9).
Judas não era convertido: Ele
não cria que Jesus era Deus (Jo 6.64). Era imprescindível crer que Jesus veio
de Deus (João 16. 27), aliás, esta crença era fundamental para que alguém fosse
reconhecido como pertencente a Deus, e, por sua vez, vencesse o mundo (1Jo 5.1,
5) . Para ser discípulo de alguém é fundamental que se creia nas credenciais do
seu mestre. A importância de Jesus como Mestre era o fato de ele não ser deste
mundo. Seus discípulos estavam sendo ensinados a viver sob leis que não
pertenciam a este mundo (Jo 18. 36).
Jesus utilizava-se das artimanhas de
Satanás, e usava a favor de sua missão: Enquanto Satanás achava que
estava na vantagem Jesus já sabia, e até alertou a Pedro que Satanás havia
pedido permissão para “brincar” com os discípulos, e ele revela-lhes que pediu
ao Pai que não deixasse a fé de Pedro desfalecer, por que ele sabia que Pedro
não se manteria fiel o tempo todo porque ele conhecia as fragilidades de seus
discípulos (Lc 22. 31, 32-34).
Quanto
a Judas ele mesmo afirmara que estava escrito que seria assim, e sabia até quem
cumpriria esta escritura (Mt 26. 24).
Não deis lugar ao diabo: (Ef
4. 27). O problema não é a tentação, mas o quanto estamos dispostos a ceder a
ela. O apóstolo Paulo antecede estas palavras
deixando bem claro que, não há problema em nos irar, mas não podemos dar lugar
à ira (v. 26). Ou seja, o diabo se aproveita não das nossas tendências (somos
pecadores – Sl 51. 5), mas de nossa sedução pelo pecado, por isso Tiago nos
adverte a “resitir o diabo”, porque toda a tentação que nos sobrevém tem, pelo
menos, duas realidades explicitadas em
1Co 10. 13: 1º) é de cunho humano (nada sobrenatural); 2º) Deus não nos deixa tentar acima do que
podemos.
O
diabo tem poder, mas este poder abrange até um determinado limite permitido por
Deus. Quando ele quis investir contra Jó precisou da autorização de Deus para
fazê-lo, e até onde poderia interferir na vida dele (Jó 1. 10-12). Para “brincar”
com os discípulos de Cristo ele precisou pedir autorização, e Jesus intercedeu
para que o Pai não permitisse que ele fosse a fundo até acabar com a fé de
Pedro (Lc 22. 31, 32). Em relação à Igreja, Jesus já deixou determinado que o
diabo não poderá vencê-la, embora possa guerrear contra ela (Mc 16.18).
Judas suicidou-se por remorso: Lembremo-nos
que ele não cria em Jesus como Deus. Ao ver a besteira que havia feito:
condenou um homem que fazia o bem, e libertou um terrível bandido (pois a morte
de Cristo era um castigo severo aos piores infratores da lei), então Barrabás
não era um ladrãozinho inofensivo.
Ao
dar-se conta da besteira que cometeu ele tentou lavar a consciência devolvendo o valor que lhe pagaram
para trair o seu mestre (Mt 27. 3-5).
Ele
suicidou-se porque não conseguiu viver com sua consciência, mas se ele tivesse
sido um verdadeiro aluno de Cristo sua reação seria como a de Pedro, pois Jesus
diversas vezes ensinou que Deus não resiste um coração humilde e arrependido
(Veja a reação de Pedro ao negar Jesus – Lc 22. 61, 62. O que fez Pedro se arrepender foi porque “ele lembrou-se da palavra do
Senhor”.
Judas
não pensou em nada do que Jesus disse, e isso o levou a pecar, e depois a fazer
justiça contra si mesmo. Jesus vivia pregando sobre o pecado, o arrependimento,
e o perdão, e Judas só via como saída para o seu terrível ato a autopunição com
a morte.
Quando
não ouvimos a Palavra de Deus, dando-lhe atenção, nas horas de dificuldades nos
faltará o apoio e orientações para sairmos da situação difícil. Por isso Tiago
exorta que devemos ouvir a Palavra de Deus para pô-la em prática, e não apenas
ouvir sem dar-lhe ouvidos. O apóstolo Paulo diz que as Escrituras exortam a
manter a Palavra de Deus junto de nós, na boca e no coração. De forma a
confessarmos com a boca, e com o coração crermos (Rm 10. 8-10).
Judas estava predestinado a pecar? Tiago
diz que alguém, ao ser tentado, nunca deve dizer que foi tentado por Deus,
porque Deus a ninguém tenta. A tentação, segundo o escritor, é fruto de nossa
própria tendência ao pecado (Tg 1. 13-15). Apesar de Deus saber que Judas era a
pessoa que o trairia, ele jogou a responsabilidade de seus atos sobre ele mesmo (o próprio Judas): “Ai
daquele por quem o Filho do homem é traído” (Mt 26. 24). Observe que Jesus não
jogou a culpa da traição no diabo, embora soubesse que ele estava por trás de
tudo (Jo 14. 30).
Quando
Adão pecou, embora a serpente foi a primeira a sugerir o pecado, Deus inquiriu
dele o porquê não lhe obedeceu (Gn 3. 17). Quando Caim o primogênito do
primeiro casal matou seu irmão, a pergunta de Deus a ele foi: “Que fizestes?” (mesmo sendo Satanás quem
estava nos bastidores) – Gn 4.10.
Faraó como vaso para o mal: Embora
Deus houvesse declarado que escolheu a Faraó para vaso de sua ira, isso não
significa que Faraó nasceu predestinado para o mal. A mesma Bíblia que diz
sobre Deus usar alguns para vaso do mal, também afirma que ele pode fazer de
tais vasos, vasos de honra (Rm 9. 16, 17; Neste texto depreendemos que Deus usa
os vasos para ira, e para honra. Mas quanto aos vasos para ira, o apóstolo diz “que
ele, com muita paciência, suportou” – Rm 9. 22.
Deus tem uma medida para cada pessoa –
Ele disse a Abrão que quando chegasse a medida dos amorreus, então entregaria
Canaã aos seus descendentes (Gn 15.16).
Como não se tornar um Judas: Vigiando,
orando, e guardando a Palavra de Deus em nosso coração são os meios de não trairmos
a Cristo, por atos ou por palavras ((Mt 26.41; Sl 119. 11). Vivendo uma vida regrada por tais
orientações espirituais, o Espírito Santo se apossará de nós e não haverá lugar
para as investidas do Maligno, pois o Espírito de Deus nos revestirá com as suas maravilhosas armaduras, as quais
estudaremos na lição seguinte (Ef 6.10 ss).
Por Leila Castanha
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