JESUS
RENOVA AS ESPERANÇAS DE JOÃO BATISTA
imagem extraída de https://www.jw.org/pt/biblioteca
A pergunta de João Batista
revela certa decepção. Parece que ele esperava outra manifestação de Cristo,
talvez da mesma maneira que os demais judeus aguardavam: um rei poderoso e um libertador
do povo judeu.
QUEM
ERA JOÃO BATISTA
Era
mais do que um profeta: Jesus o exaltou dizendo ser ele mais do
que profeta, pois era o precursor de Cristo, isto é, aquele que veio para
preparar o caminho para Cristo cumprir a sua missão.
Para
pensar: Assim como João Batista foi convocado para anunciar a
vinda de Cristo preparando o povo para o arrependimento, a Igreja hoje tem a
mesma missão. Devemos convocar o mundo a arrepender-se e crer no Evangelho,
pois a vinda de Jesus é um fato, e está cada vez mais próxima.
Um
fiel mensageiro, cuja mensagem era absolutamente focada em
Cristo, a quem apontava como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Sua
missão era preparar as pessoas para receber a salvação, que deveria ser
precedida pelo arrependimento, por isso sua mensagem central era?: “Arrependei-vos!”.
Para
pensar: Hoje, tenho sentido desgosto em assistir a alguns cultos
televisivos, pois a mensagem do Evangelho está sendo desviada de seu alvo, de
maneira que ao invés de se apontar Jesus como o meio pelo qual o povo alcançou
a cura, a libertação, etc, o pregador evidencia a placa de sua igreja e o nome
do “curandeiro” ou “milagreiro”.
João Batista só apontava um
nome. Ele diz de si mesmo: “Não era ele a luz, mas veio para que testificasse
da luz” Jo 1.8.
Era
uma homem intransigente, que jamais aceitou qualquer atitude que
ferisse os princípios da santidade, e por conta disso sofreu muito nas mãos de
Herodes, até perder, literalmente, a sua cabeça, que foi servida a Herodias
(mulher de Herodes), em uma bandeja (Mc 6.7-29;Lc 13. 19 ss).
Jesus perguntou ao povo se
esperavam ver (em João), uma cana agitada pelo vento. No entanto, Jesus
evidencia que ele era um homem forte, intransigente, fiel a sua missão.
Para pensar: Como estamos
nos comportando em relação a nossa missão no mundo? Somos inflexíveis em
relação a abrir mão dos nossos conceitos cristãos e bíblicos, ou nos deixamos
levar pelo modismo e influências mundanas?
Era humilde: Tinha
discípulos e batizava a muitos, no entanto, quando viu Jesus parou tudo o que
fazia e passou a apontá-lo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
Da mesma forma, ele testificou dizendo que não era digno nem sequer de desatar
as correias de suas sandálias.
Observação:
João Batista reconheceu Jesus quando, ao batizá-lo, o Espírito Santo pousou em
sua cabeça em forma de pomba, conforme previa as profecias (Jo 1. 33, 34).
Em
relação a sua aparência, era um homem simples, e estava longe
de ser cotada como alguém “da moda”. Vestia-se de forma incomum, com roupas de
pele, comia gafanhoto e vivia no deserto. Jesus perguntou ao povo: “Que fostes
ver? Um homem ricamente trajado?”. Nada em João transmitia excelência, no
entanto, Jesus afirmou que não houve um homem nascido de mulher que fosse maior
do que ele. Sua missão foi ímpar.
Para
pensar: Há cristãos que
pensam que o fato de não ter dinheiro ou bens diminui o nome de Cristo, no
entanto, biblicamente falando, isso não tem qualquer base, pois vemos os
maiores exemplos de crentes em homens e mulheres comuns, a maioria pobre,
materialmente falando, mas cheios da graça divina.
Exemplos:
João Batista, conforme já vimos acima; Jesus não tinha nem onde reclinaar a
cabeça (Mt 8.20); Pedro e João: “Não temos prata, nem ouro...”; A Igreja
repartia tudo o que tinha entre si; Maria e José eram carpinteiros (profissão
humilde, e na apresentação de Jesus eles ofereceram uma rola, oferta de pobres –
Lc 2.24; Lv 12.8), Pedro, Tiago, João e
Andre eram pescadores; Paulo, embora pertencente à classe nobre, enquanto
trabalhou para o Evangelho chegou a padecer necessidades (Fp 4.12); Jesus advertiu a não juntar tesouros na terra
(Mt 6.19,20).
A
PERGUNTA DE JOÃO BATISTA
“És tu aquele que havia de
vir, ou devemos esperar outro?” (Mt 11.13). Não podemos nos esquecer de que
João estava preso. Ele conhecia bem as Escrituras, a qual dizia que Jesus veio
dar liberdade aos cativos, e abertura de prisão aos presos-(Is 1. 1,2).
Para
pensar: Quantas vezes nos sentimos duvidosos em relação ao que
pregamos, quando passamos por momentos adversos e parece que Deus nada vê.
Durante anos pregamos que Jesus cura e vemos um ente morrer, não obstante nossa
campanha de jejum e oração; Dizemos que Ele liberta e assistimos nosso irmão de
fé sofrendo ao ver seu filho sucumbir pelas drogas; Pregamos a alegria em
Cristo, e a situação em nossa vida se agrava de tal modo que não nos vem outra
escolha a não ser chorar compulsivamente, etc.
Davi sentiu isso muitas
vezes. Basta ler o Salmo 42. 1-4, 9,10 para entender a guerra espiritual em que
vivia o salmista ao não ver a operação de Deus para livrá-lo dos seus
sofrimentos.
Ali estava um homem de fé,
que passou toda a vida se preparando para anunciar o Libertador e Consolador
dos tristes, levou multidões ao arrependimento por meio de suas mensagens de
conversão, e agora, estava preso, esperando julgamento, consciente de sua má
situação diante do rei Herodes que não aceitava seus protestos contra a vida
adúltera que levava. E, cada Jesus? Então, lhe surge a ideia de chamar seus
discípulos e mandá-los perguntar àquele a quem até então anunciava como sendo o
Filho de Deus enviado ao Mundo: “Pergunte-lhe se ele é o que esperamos, ou se é
outro que virá”.
Ele não duvidava da promessa, mas se ela já fora cumprida, ou se ele se enganara.
Para pensar: Às vezes, nos pegamos duvidando se o agir de Deus realmente já começou ou se ele ainda iniciará a sua obra a nosso favor. Tal qual Gideão nos surpreendemos a pensar: "Se o Senhor é conosco porque todas essas coisas nos sobreveio? E o que é feito de todas as tuas maravilhas que nossos pais nos contaram?"(Jz 6. 13)
Ele não duvidava da promessa, mas se ela já fora cumprida, ou se ele se enganara.
Para pensar: Às vezes, nos pegamos duvidando se o agir de Deus realmente já começou ou se ele ainda iniciará a sua obra a nosso favor. Tal qual Gideão nos surpreendemos a pensar: "Se o Senhor é conosco porque todas essas coisas nos sobreveio? E o que é feito de todas as tuas maravilhas que nossos pais nos contaram?"(Jz 6. 13)
JESUS NÃO CULPOU JOÃO POR
CAUSA DE SUA DÚVIDA
Ao contrário, ao invés de
falar sim ou não, ele mostrou com atitude: “Diga a ele o que vocês veem e ouvem:
os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, e aos pobres é anunciado
o Evangelho. E bem aventurado é aquele
que não se escandalizar em mim” (Mt 11.2-6).
Quando os discípulos de João
saíram, Jesus começou a elogiar João
Batista, ou seja, ele sabia que sua dúvida fazia parte do momento difícil
em que ele passava. O mesmo aconteceu a Jó,
mas a Bíblia e enfática em dizer que “em nada disso Jó pecou”, isto é, Deus não
recebeu as palavras dele como pecado. Deus compreendia que "a esperança demorada enfraquece o coração"(Pv 13.12), e por isso a Bíblia exorta a não nos esquecermos das promessas, exemplo este bem figurado na pessoa de Calebe que esperou 45 anos, e no dia da bênção cobrou o que o Senhor lhe prometera (Josué 14. 6-12).
Jonas
também preferiu morrer a ver Nínive ser salva, pois aquela cidade fez muitas
atrocidades com o seu povo, mas ao invés de puni-lo Deus mostrou o seu lado
como Criador daqueles homens. Ao ser convocado por Deus
para libertar Israel do Egito, Moisés
recusou-se a ir. Deus, pacientemente o convenceu, e mesmo ao irar-se com
tamanha falta de fé, ele não o puniu, mas arranjou-lhe um companheiro, seu
irmão Arão. Deus sabia que o deserto deixara aquele homem, poderoso em palavras
(eloquente) totalmente inseguro.
Gideão já
havia sofrido tanto por causa dos filisteus que devastavam suas plantações que
quando Deus o escolheu como libertador de seu povo, ele deu suas desculpas
(minha família é a mais pobre da tribo, e eu sou o menor). Após Deus afirmar
que isso não importava, ele ainda fez provas, e refez, por que sua situação de
anos fizera com que perdesse a fé: Se Deus sempre vira a situação deles porque
iria intervir somente agora, e através do mais improvável dos homens?
Para
pensar: Às vezes vemos as coisas dando tudo errado e começamos a
cogitar se Deus realmente se importa conosco, e se Ele um dia irá intervir. Outras
vezes, Deus nos fala por algum meio prometendo nos dar a vitória, inicialmente
cremos, mas depois, como as coisas não aparentam melhorar, voltamos a duvidar que
foi Deus quem nos falou. Ele compreende nossos impasses, e é por isso que ele
enviou seu Espírito para nos ajudar em nossas fraquezas (Rm 8. 26).
O MEIO DOS ANOS
(Hb 3. 2 a) “Aviva, ó Senhor,
a tua obra no meio dos anos”.
Habacuque
havia ouvido sobre a ira de Deus sobre o povo, e teve medo. Então ele orou para
que quando o povo estivesse no meio da tribulação Deus tivesse misericórdia
deles e agisse com poder e graça. A partir dessa frase de Habacuque, “o meio
dos anos” vem sendo interpretado como o momento em que o povo de Deus precisa
de um renovo espiritual para suportar as tribulações advindas à Igreja.
O poeta Carlos Drummond de
Andrade é autor de um pequeno, mas significativo poema sobre a renovação da
esperança no recomeçar do ano. Transcreverei um pedaço dele, que diz:
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o
nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a
funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os
pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente”.
Os meios dos anos são
exemplos de exaustão, de cansaço, desânimo, pois ainda que a primeira metade já
foi vencida, ainda resta a outra a ser enfrentada.
O começo dos anos são
tempos de projetar, enquanto o meio é tempo de realizar, mas a conclusão está
no fim deles.
Nesse ínterim, somos
assaltados pelo desânimo, e até pela descrença quando nossos projetos não
parecem ir muito bem.
O meio dos anos são os
momentos em que temos de encarar as nossas convicções e enfrentar as nossas
crises interiores, e se não passarmos nesse teste, então nossas esperanças
podem morrer.
A fé produz esperanças, e
é por isso que o escritor aos hebreus (11.6) diz que “sem fé é impossível
agradá-Lo”.
ALGUMAS PESSOAS DA BÍBLIA QUE ENFRENTARAM “O MEIO DOS
ANOS”
Pedro,
quando confrontado por Cristo para negá-lo, disse-lhe: “Para onde irei, se só
tu tens palavra de vida eterna?” No entanto, ao ver seu Mestre sendo preso não
teve fé para morrer com ele, e negou a Jesus;
O
apóstolo Paulo, sendo ignorado pelos irmãos de Corinto,
teve de se impor (2 Co 11;12.11). No meio da tempestade, quando estava sendo
levado à Roma, precisou dar esperanças ao povo (At 27) Paulo animou-se ao ver
alguns irmãos (At 28.15).
Jesus,
que
na hora de ser entregue à morte orou:”Se possível, passa de mim este cálice”;
Ester,
que estava vivendo um impasse: Só ela estava em posição de falar ao rei em
favor dos judeus, sem que o rei soubesse que ela também era judia, e, ela não
podia entrar ao rei sem ser convocada. Levantou um clamor, com jejum e
resolveu, pondo em risco a sua vida, falar ao rei.
CONCLUSÃO:
Não
importa qual seja o nosso termômetro espiritual, se estamos bem ou mal, a única
coisa certa é que “o meio dos anos” chega para todos, mas o Espírito Santo tem
a missão de ajudar as nossas fraquezas, e,ao falarmos com Jesus ele renova as
nossas esperanças.
Por
Leila Castanha