terça-feira, 13 de dezembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

UMA INTER-RELAÇÃO ENTRE A BÍBLIA E OS CONHECIMENTOS SECULARES


TEMA: DEPRESSÃO

Nutrição: sua aliada no combate à depressão

Dra Roseane Castanha - Nutricionista



 Depressão como consequência da racionalidade

 e os caminhos para amenizá-la

Professor Lailson Castanha - Filosofia




Professora Leila Castanha - Língua Portuguesa


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TEMA: BAIXA AUTOESTIMA

Professora Elenir Alves do Nascimento - Pedagoga



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TEMA: VALORES CRISTÃOS

A importância da igreja para a criança

Professora Telma S. Nascimento - Pedagoga



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TEMA: GESTÃO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO CRISTÃ

A igreja e o ensino infantil descontextualizado

Professora Leila Castanha - Pedagoga



A criança é capaz de compreender

 os ensinamentos bíblicos?

Professora Leila Castanha - Pedagoga



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TEMA: CRIANÇA E ESPIRITUALIDADE

CRIANÇA TAMBÉM PECA E PRECISA CONHECER O EVANGELHO

Professora Leila Castanha -Teologia (bacharel)


segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

 CRIANÇA TAMBÉM PECA E PRECISA CONHECER O EVANGELHO 

https://www.atividadesbiblicas.com

  Hugo Monteiro Ferreira, autor do livro “A geração do quarto”, observa que “Na história da humanidade, as crianças sempre foram tratadas como pessoas sem muita importância, sem valor individual e coletivo”. Ele também apoia seu argumento fazendo citação de um trecho do livro de Philippe Ariés, no qual ele diz o seguinte: “... Até o fim do século XIII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido (...)” . Ariés ainda afirma que essa recusada valorização da criança acontece na maioria das civilizações tradicionais (Ferreira, 2022, p.25)

 Ferreira fala sobre os adolescentes e crianças de nossa época que sofrem caladas ou exteriorizam as suas dores por meio da automutilação ou de outras formas de violência contra si ou contra os outros, porque, geralmente, não têm espaço para conversar com os pais, que vivem sem tempo, e cuja criação é terceirizada. Essa geração, a qual denomina de geração do quarto  “se sente abandonada dentro de casa, se sente sozinha, descuidada, negligenciada e rejeitada, incapaz de enfrentar os vários e inúmeros momentos da vida cotidiana.” (p. 24).

 Com base nas pesquisas de Hugo Ferreira, percebemos a desvalorização da criança e do adolescente na era atual. Eles são desprezados, tanto pela sociedade que os vê como alguém que nada agrega para a vida coletiva, como também pelos próprios pais, os quais não percebem que seus filhos são dotados de sentimentos e emoções e também possuem uma alma. Além disso, se esquecem que as crianças e os adolescentes são capazes de aprender e responder a tudo o que recebe do mundo, no âmbito particular e coletivo. Por isso, é dever dos pais e responsáveis ensiná-los a serem "coadores" e não "esponjas", isto é, a filtrar o que entra em seus corações, ao invés de absorverem tudo que lhes é exposto na vida.

 Tendo isso em mente, é necessário que se compreenda a criança como um ser integral, que, embora em formação, é capaz de compreender o que lhe comunicam, desde que seu interlocutor saiba se comunicar de forma simples, fazendo uso de meios que facilitem seu entendimento, e que, da mesma forma, também são capazes de sentir emoções positivas e negativas (tristeza, alegria, saudade, etc.). 

No entanto, percebe-se que essa concepção da criança como ser incompleto, incapaz de raciocinar, também tem encontrado apoio dos líderes e professores de escolas bíblicas, desde há muito tempo. Isso pode ser observado em  cultos e Escolas Dominicais nos quais as crianças são vistas como intrusas e empecilhos para o bom desempenho dos trabalhos; em E.B.Ds, os professores de crianças se limitam a ensinar valores morais, histórias bíblicas e versículos cuidadosamente selecionados, com a finalidade única de memorização, bem como a utilização de músicas com o propósito de divertir e distrair o público infantil, enquanto seus responsáveis estão cultuando ou aprendendo a Palavra de Deus.

 Porém a Bíblia está cheia de histórias de crianças que foram usadas por Deus e que compreendiam as verdades espirituais: Samuel, a menina da casa de Naamã, João Batista (que foi criado para ser o precursor de Cristo), o próprio jesus (que com apenas 12 anos de idade ensinou os mestres de seu tempo), Timóteo (que desde a infância conhecia as Sagradas Escrituras), Moisés (que já cresceu com o desejo de realizar a missão de libertar o povo de Deus), José (que foi vendido ainda muito novo, mas exaltou ao Senhor em seus feitos), enfim.  

Do mesmo modo, há crianças que desde tenra idade, são usadas por Satanás. Dentre alguns exemplos que vemos na Bíblia, encontramos a narrativa de Mc 9.17-21, na qual um pai levou seu filho a Jesus para ser liberto de um espírito mudo-surdo, e, ao ser questionado por Cristo sobre o tempo em que o garoto vivia naquele estado, o pai lhe respondeu que isso acontecia desde a infância, e que a intenção do demônio era matá-lo (grifo meu).

Por isso, tendo clara a compreensão do pecado como uma realidade que atinge também as crianças, e que o Inimigo pode se servir delas, com maior ou menor intensidade, Spurgeon critica os professores de Escola Dominical que escolhem quais doutrinas bíblicas devem ensinar aos pequenos, sob pretexto de que eles não são capazes de entender tudo. Contrariando tais pensamentos, o “Príncipe do Pregadores” diz: “Tudo o que o Senhor revelou deve ser ensinado (...). Sustento que não há doutrina da Palavra de Deus que uma criança, se for capaz de ser salva, não possa ser capaz de receber”. Além disso, o citado autor declara que as coisas que se referem à salvação são muito simples, de modo que nenhuma criança precisa se desesperar por não entendê-las (Spurgeon, 2004, pp.48, 97).

O apóstolo Paulo corrobora com esse pensamento, de modo que diz em sua carta aos romanos que o Evangelho de Cristo "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (1.16). Portanto, se negligenciarmos as boas novas do Evangelho às crianças, estamos impedindo a salvação delas. Brincadeiras, jogos, músicas, filmes, são meios para se pregar o Evangelho, e de maneira nenhuma deve ser um fim em si mesmos.

O próprio Deus ordenou ao povo de Israel  ensinar os seus filhos em todo o tempo e em qualquer lugar, ensinando-lhes e conversando com eles sobre os preceitos que o Senhor lhes havia ordenado (Dt 6.6,7-grifo meu). Do mesmo modo, em Pv 22.6, o sábio Salomão admoesta ensinar a criança no caminho em que deve andar. Isso pressupõe que ela é apta a aprender.

Enquanto a Igreja minimizar a situação da criança, negando-lhes o conhecimento integral da Palavra de Deus, o Inimigo não vai parar em suas tentativas de lhes tirar a vida. Pois se há algo de puro na criança, de certo ele despreza, visto que tudo que provém do Adversário é impuro. Daí a necessidade de intervirmos enquanto Igreja para que ele não contamine as criancinhas, atraindo-as para o que lhe é próprio.

Spurgeon, em seu livro “Pescadores de Crianças”, insiste em dizer que ao semear a Palavra de Deus no coração de uma criança, não se está semeando em uma terra virgem, pois há muito tempo aquele coraçãozinho já foi ocupado pelo diabo. Sob essa alegação, o citado autor defende que, apesar de também possuir pecado, o coração da criança é um solo mais fértil, isto é, ele frutificará muito melhor do que quando for adulta (2004, p,91).

 Há pessoas que acreditam que crianças não têm pecados nem são oprimidas, que suas atitudes subversivas não passam de birra ou rebeldia infanto-juvenil. Todavia, contrário a esse pensamento, há milhares de crianças oprimidas, prestes a tirar a própria vida, e esperando por  alguém que as ajude a se libertarem de sua dor. Um exemplo disso é o depoimento de uma criança de 13 anos, que confidenciou o seguinte relato a Ferreira:

“Na minha sala na escola, tem mais além de mim. A gente formou  um grupo e, nas quartas-feiras, a gente se corta e, depois, a gente chora junto e, depois, a gente lista o que deve ser feito primeiro, se queimar a mão ou usar a corda no pescoço. Mas ninguém fala, é claro! Você pode ajudar?” (2020, p. 16 - grifo meu).

 Apesar da pouca idade dessas crianças, segundo a observação de Hugo Monteiro Ferreira, “seria próprio afirmar que a geração do quarto apresenta no corpo a dor que lhe acomete a alma”. Ou seja, elas tentam exteriorizar sua dor de formas diferentes, como, por exemplo, através de tatuagens, mutilação do corpo, falta de asseio, atitudes violentas contra si mesmo ou contra outros. E o pior, afirmo com pesar, que a maioria de nós, que fazemos parte da  Igreja de Cristo,  não estamos levando isso a sério. Ou, como acrescentou Ferreira, há uma tentativa dos responsáveis de minimizar ou ficar indiferentes, pois é mais cômodo do que se perguntarem "o que devemos fazer?" (Ferreira, 2022, p. 110). Cada um com a sua responsabilidade, decerto, porém a Igreja tem o dever de ir socorrer essas almas, uma vez que só no poder do nome de Jesus podem ser libertas da opressão do Inimigo.

 Ter a certeza de que a criança também precisa de salvação e de libertação é fundamental para se compreender a necessidade urgente de apresentar Jesus a elas, de maneira séria, mas lúdica, de forma firme, mas carinhosa, pregando a Bíblia em sua totalidade, mas na simplicidade da linguagem infantil (não significa que tem que se falar imitando voz de criança, mas de maneira que ela entenda suas palavras). Inclusive, a crianças que nasceram em berço cristão também precisa receber a Cristo como seu Senhor, pois, conforme Spurgeon alerta, temos que tomar cuidado para não aceitarmos a ideia judaica de que o nascimento traz consigo privilégios da aliança (Spurgeon, 2004, p.22)

 O autor supracitado também salienta que é importante tratar a criança como criança, e não querer que se comportem como adultos, como alguns cristãos fazem. Ele conta que uma vez estava brincando com algumas delas no playground (parque infantil) e uma pessoa lhe chamou atenção por estar se divertindo com os meninos, alegando que como homem de Deus isso não seria coerente. Spurgeon, porém,  respondeu àquele homem que, como tinha a responsabilidade de levar aquelas crianças para os bancos da igreja, também era sua obrigação participar dos passatempos delas. O que Spurgeon queria dizer, conforme ele mesmo explica, era o seguinte: “Faça com que o amem, e então aprenderão qualquer coisa com você” (p.83). Lembre-se, a criança é um ser em formação, mas ainda assim é um ser integral, logo, ela possui sua dimensão física, espiritual e sentimental. E todas devem ser observadas.

 Spurgeon aconselha os cristãos que trabalham com o ministério infantil a usarem de estratégias para atrair os pequeninos. E, para os que, porventura, criticam a evangelização de crianças e adolescentes, sob a alegação de que serão influenciados sem capacidade cognitiva para escolherem a sua fé, saiba que o diabo não se importa com isso, antes, se aproveita da ingenuidade infantil, e investe com todas as suas armas para levá-las para si. Quanto a isso, a opinião de Spurgeon é clara: “TUDO É JUSTO NA GUERRA CONTRA O DIABO” (P.83)

  Afinal, nosso Mestre nos advertiu a não impedir que as criancinhas se cheguem a ele, pois “delas é o Reino dos Céus” (Mt 19.14). E não lhes contar essa boa nova é impedi-las de tomar o seu lugar no colo do Salvador.

     

BIBLIOGRAFIA

BREWSTER, Dan. A criança, a Igreja e a missão. Viçosa, Minas Gerais: Ultimato, 2015

FERREIRA,  Hugo Monteiro. A geração do quarto. Rio de Janeiro: Record, 2022

SPURGEON, C.H. Pescadores de crianças: orientação prática para falar de Jesus às crianças. São Paulo: Shedd Publicações, 2004

Bíblia - versão NVI


      Professora  Leila Castanha 

      

Graduada em Letras, Pedagogia, Bacharel em Teologia, pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura no contexto educacional, pós-graduanda em Teologia e Pensamento Religioso, pós-graduanda em Literatura Brasileira no Contexto da Literatura Universal . 

Atua como professora de Língua Portuguesa, Língua Inglesa (anos iniciais do ensino fundamental) e Ensino Religioso, em São Paulo - SP 

  

 


Em seus passos: estudos bíblicos

Ponderações da alma: crônicas e poemas

sábado, 10 de dezembro de 2022

SÍMBOLOS RELIGIOSOS

 Conheça um pouco da história do islamismo e os significados de seus símbolos religiosos, de acordo com a crença de seus adeptos.

ISLAMISMO

Maomé - fundador

     O islamismo é a segunda religião do mundo em número de adeptos e uma das mais antigas de que se tem notícia. O nome islamismos significa em árabe "submeter-se", e mulçumano significa "aquele que se submete".

     Assim, os muçulmanos são aqueles que se submetem a Alá (Deus) e vivem de acordo com os preceitos morais e a palavra de Deus escrita no Alcorão, o manuscrito mais sagrado de toda fé islâmica.

     Maomé (Muhammad Ibn Abdallah) é tido como o último profeta de Deus e restaurou a pureza dos ensinamentos de Alá. A religião islâmica, diferente do cristianismo, evita qualquer tipo de representação humana, pois não idolatram pessoas, mas sim Alá, que como Deus e figura divina, não toma forma humana.

   

ALCORÃO

     Escrito em áraba formal, o Alcorão é o livro sagrado da religião islâmica e contém as palavras de Deus, reveladas ao último profeta Maomé e transmitidas a todo o mundo por meio dessa escritura.

     Simbolicamente, o Alcorão representa as palavras de Deus e a presença divina de Alá, bem como o caminho moral e religioso da fé islâmica, sendo assim a representação maior de toda sua religião.

     A caligrafia utilizada no Alcorão também é considerada símbolo de beleza, poder e unidade, sendo utilizada como uma forma de arte, uma vez que sendo as palavras de Deus escrita originalmente naquele idioma tomariam forma por si, indicando a onipotência de Alá.

     Hoje, a arte islâmica é rica em diversos tipos de ornamentos, principalmente no que diz respeito a padrões geométricos e caligrafia, que pode decorar todo tipo de objeto, até mesmo as paredes das mesquitas.


MÃO DE FÁTIMA

     
     Fátima era uma das filhas de Maomé com sua esposa Aisha. As tradições xiitas consideram Fátima como soberana de todas as mulheres de todos os mundos, lhe conferindo atributos como pura e sagrada.

     Os amuletos conhecidos como Mão de Fátima são utilizados por todo o mundo como um símbolo de proteção contra o mal. Contudo, para os muçulmanos, a Mão de Fátima simboliza em seus cinco dedos os cinco pilares do Islã - Shahada (profissão de fé), Salat (orações), Zakat (caridade), Sawn (jejum) e Hajj (pererinação). 


LUA CRESCENTE

                                                                                                         

     Símbolo da religião islâmica, a lua crescente com a estrela foi adotada já no século XIV. A estrela significa soberania e dignidade, enquanto a lua crescente é símbolo do calendário lunar islâmico, que dita a vida religiosa dos muçulmanos.

     As tradições islâmicas também dão à Lua uma conotação especial dentro da história do profeta Maomé. De acordo com os relatos de sua vida, a lua veio a se tornar símbolo de sua fé por conta das noites frias do deserto em que utilizava a Lua e as Estrelas para se orientar.


ROSÁRIO

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     O rosário islâmico, mais conhecido como Subha, possui 99 contas que simbolizam os 99 nomes de Deus. A ponta, chamada de ponteira, seria uma conta especial que representa o centésimo nome de Deus, o da Essência, que só pode ser aprendido no Paraíso.

     Ao realizarem suas orações os muçulmanos invocam os nomes de Deus e na conta especial apenas recitam Alá.


SALAT (oração)

                                                                                                                  https://www.bing.com/images

     A oração islâmica é praticada cinco vezes por dia e é um dos pilares da fé e da vida dos muçulmanos. Simbolicamente, as orações representam a autopurificação e a lavagem dos pecados.

     Sempre virados para Meca, os muçulmanos respeitam um ritual já previsto pela religião. A oração é feita de joelhos e primeiro levantam as mãos com as palmas para a frene a fim de deixar tudo para trás exceto Deus. Depois, colocam a cabeça no chão recitando "Alá é Grande" e submetendo-se simbolicamente a Deus.


(Enciclopédia dos símbolos. - 1 ed. - Barueri, SP: On Line, 2017. il.)

     

SÍMBOLOS RELIGIOSOS


     Conheça um pouco da história do taoismo e os significados de seus símbolos religiosos, de acordo com a crença de seus adeptos.


TAOISMO

Lao Tsé - fundador

     taoismo é um sistema de pensamento filosófico fundado na China pelo sábio Lao Tsé, que significa "velhos mestres", por volta do século VI a.C. O principal escrito desse sistema, feito pelo próprio Lao Tsé, seria a obra Tao Te Ching, que significa "Livro do Caminho e de sua Virtude".

     De acordo com as crenças do taoismo, todas as coisas da natureza simbolizam a ordem natural, desde as montanhas até as pedras, árvores, folhas, rios, entre outros elementos. Assim, seu princípio central é a "não ação", que não é caracterizada como uma passividade, mas sim como uma receptividade ativa para com a natureza.

     Para os taoistas, essa receptividade ativa significa a apreciação da natureza da vida e de como ela é, agindo de modo sempre complementar e harmônico com a mesma, ao invés de lutar contra a natureza da vida e das coisas para realização de desejos e vontades.


YING E YANG


     No taoismo, o mundo natural é definido pelas suas forças que são sempre complementares. O símbolo do Yin e do Yang ilustra essas forças que são opostas e ao mesmo tempo se completam. O emblema também simboliza as duas metades do Tao.

     Os dois lados opostos do emblema representam um alei natural de equilíbrio, de um ciclo de mudanças ou de movimento, que em sentido metafórico simboliza a força levando a fraqueza, a morte levando a vida e o masculino levando o feminino.

     No caso, o Yin é o lado escuro, noturno, feminino e maleável. O Yang é o lado luminoso, masculino, diurno e rígido. Um grande exemplo do Yin e do Yang na natureza seriam as paisagens naturais. Enquanto os vales representam o Yin, as montanhas representam o Yang.

     Os dois pontos ou círculos perfeitos e de cores distintas e opostas simbolizam a totalidade da natureza e são mutuamente dependentes, interligando e ao mesmo tempo separando ambas as partes.


TAO

     A palavra Tao, que significa "Caminho", ilustra tanto um princípio cronológico quanto pessoal, em que são descritas as origens do universo e da criação das forças naturais.

     O Tao é um conceito que apresenta um caminho místico em busca da simplicidade de vida e a vivência de acordo com o andamento das forças naturais. Para os chineses, o coração é a fonte dos cinco sentidos e é dele que são retiradas as ilusões dos sentidos.

     Viver de acordo com o Tao  implica na preocupação com a unidade, sendo orientado constantemente pelos caminhos que passam entre a existência terrena e a existência celestial.


JADE

    
    Para os taoistas, o jade representa a essência dos céus simbolizando a nobreza, a perfeição e a imortalidade. Acreditava-se na China Antiga que o jade era formado pelo esperma do dragão.


PINTURAS TAOISTAS

     Assim como tudo na natureza, a pintura taoista possui uma série de símbolos representados pelos mais diversos signos. Ilustrando paisagens naturais, os elementos terra, madeira, fogo, metal e água estão sempre presentes.
     A essência desses objetos se funde com a própria arte, uma vez que a argila significa a terra, a fuligem utilizada para as tintas e para o pigmento representa o fogo, enquanto a água está presenta na mistura dos materiais para a produção da pintura.

I CHING

     I Ching é o nome do "Livro das Mutações", assim chamado pelo símbolo que  incorpora os trigramas e hexagramas que representam as propriedades do Yin e Yang.  Muito usado na adivinhação, o I Ching mostra quando agir e quando simplesmente seguir com o ritmo da natureza.


(Enciclopédia dos símbolos. - 1 ed. - Barueri, SP: On Line, 2017. il.)



      

SÍMBOLOS RELIGIOSOS

Conheça um pouco da história do budismo e os significados de seus símbolos religiosos, de acordo com a crença de seus adeptos.

BUDISMO

     Por volta do século VI a.C., há aproximadamente 2500 anos, nascia  na fronteira entre o Nepal e o norte da Índia o príncipe Siddhartha Gautama, que renunciou a uma vida mundana e a todas as suas riquezas como herdeiro real  para partir em busca de uma existência livre de sofrimentos.

     A partir de uma vida de buscas e muita meditação, alcançou essa  meta e tornou-se a figura que hoje é conhecida como Buda, ou "O Iluminado". A autorrealização espiritual o tornou a personificação da sabedoria perfeita e da compaixão.

     Assim, o budismo não é baseado na crença de um deus único e supremo e tão pouco possui escrituras e doutrinas estabelecidas e aceitas universalmente. 

     O budismo, por meio de sua coexistência com outras religiões, sobrevive até hoje e é conhecido mundialmente, possuindo um repertório vasto de símbolos e tradições. Os mais famosos são as estátuas, os gestos de mãos (mudras) e os símbolos auspiciosos.


ASANAS

     Buda é representado se manifestando de quatro maneiras diferentes. Absolutamente tudo nas estátuas de Buda é simbólico, desde sua postura até mesmo seu sorriso. Cada uma das posturas, chamadas de Asanas, representam um acontecimento da vida de Buda. 


BUDA EM PÉ

 

     Outra posição constante de representação de Buda é em pé. Sua mão direito está sempre erguida e na posição Abhaya Mydra, simbolizando o afastamento do medo e  a segurança para os que seguem o caminho de Buda.


BUDA SENTADO

     Esta é a pose mais icônica e representativa de Buda, uma vez que ele transcendeu a própria essência, atingindo o Nirvana, ao meditar sentado sob uma árvore. Sua mão direita apontando para baixo indicando a Bhumisparsa Mudra, simboliza a invocação da deus da Terra e sua luta constante contra as tentações.


BUDA RECLINADO


     A posição reclinada de Buda, sempre para o lado direito, é chamada de Parinirvana. Ela significa que após uma vida inteira dedicada ao ensino e depois de atingir a iluminação, ele nunca mais renascerá.


BUDA CAMINHANDO


     A estátua de Buda caminhando é uma das mais completas em símbolos. Seu corpo curvilíneo faz alusão à figura feminina e representa sua espiritualidade. Suas orelhas compridas simbolizam a iluminação alcançada, enquanto o sorriso representa a gentileza e os anéis do pescoço são símbolos de sua voz santa e da transmissão dos ensinamentos.

     No topo de sua cabeça está a Ushinisha, que no formato de uma chama simboliza sua ciência espiritual. Sua mão esquerda, sempre erguida e com o polegar e indicador unidos, formando a Vitarka Mudra, simboliza o gesto de ensinamento, 


(Enciclopédia dos Símbolos - 1 ed. - Barueri, SP: On Line, 2017. il.)

domingo, 27 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

 A IMPORTÂNCIA DA IGREJA PARA A CRIANÇA

imagem extraída de www.bing.com

Em Mateus, 19-14. Jesus disse: Deixai as crianças, e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus.

Crianças inseridas em um ambiente cristão, acabam desenvolvendo um comportamento mais humano e solidário. Como professora do ensino infantil e fundamental anos iniciais, percebo isso constantemente.

 Das crianças que têm convívio com a igreja, vivendo em um meio cristão, vejo que perdoam um amigo que os magoam, tem compaixão com aquele amigo que necessita de ajuda, e oram por aqueles que passam por alguma dificuldade, tanto no âmbito sentimental como no financeiro. As crianças trocam confidências umas com as outras, demonstrando assim uma cumplicidade que não vemos mais no meio adulto.

A Bíblia também diz:

Mateus 18, 1-5

1. Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?

2. E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,

3. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.

4. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.

5. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe.

 

Mais uma vez, ressalta a importância da criança na igreja. Para que sejamos aceitos no Reino de Deus, temos que ser como uma criança.

Um coração de criança é puro, não guarda rancor, vê coisas boas no próximo, não inveja, não ofende.

Esses dias na sala de aula, aconteceu um fato que me fez perceber o quanto a criança confia e teme errar perante Deus.

Um aluno do ensino infantil, chegou em mim e disse:

- Professora, eu machuquei meu amigo sem querer, mais já pedi desculpas.

Eu disse:

- Muito bem, é assim que se faz!

Mas, preocupado, ele ainda me fez uma pergunta:

- Meu coração ainda está limpo?

  Porque eu não quero ficar com o coração sujo!

Eu respondi:

- Se você se desculpou e seu amiguinho o perdoou, os dois estão com o coração limpo.

Esse aluno, com certeza, tem uma influência cristã e frequenta a igreja.

E eu aprendi muito com esse diálogo.

Quanto mais a igreja priorizar as crianças, mais poderemos obter no futuro o amor, a solidariedade e a conversão da qual Jesus nos fala na Bíblia.

Atenciosamente,

Professora Telma S. Nascimento.

São Paulo, 27 de novembro de 2022

Professora Telma S. Nascimento 
Graduada em Pedagogia. Atua como professora do Ensino Infantil e Fundamental - anos iniciais, em São Paulo - S.P. 

 

 

domingo, 13 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

A criança é capaz de compreender os ensinamentos bíblicos?

Imagem extraída de Pinterest

     Quando recebi a oferta para lecionar Língua Inglesa para crianças de 4 e 5 anos de idades, fiquei apavorada. Minha primeira reação foi negar o convite, visto que, em minha opinião, já seria um desafio ensinar a língua materna para grupos tão jovens, quanto mais difícil seria fazê-los aprender um outro idioma, mesmo que o exigido fosse apenas alguns vocábulos em inglês. Sob a promessa de que eu poderia desistir caso não me adaptasse, resolvi arriscar. O resultado foi uma via de mão dupla, visto que aprendi com eles à medida que os ensinava. Dos 50 vocábulos estipulados para o ensino-aprendizagem daquelas turmas, consegui ensinar 100 a mais. O interessante é que isso não se deu exclusivamente pela minha capacidade de lecionar, mas, em grande parte, pela capacidade das crianças em absorver os conteúdos. Ao invés de aprenderem somente os números, por exemplo, eles queriam fazer contas em inglês e, constantemente, me traziam perguntas de alguma frase ou vocábulo que viram nos jogos ou na internet.  E, pasmem, geralmente, tenho que fazê-los ir mais devagar, porque senão entramos em conteúdo de séries posteriores. 

      Após essa estimulante experiência, já certa da capacidade cognitiva dos pequenos, passei a lecionar também para os grupos de dois e três anos de idade, e fico cada vez mais admirada com a tamanha capacidade que os pequeninos possuem em absorver e compreender os conteúdos. E não são ouvintes passivos, mas dialogam e até opinam o tempo todo. E, a partir de tais experiências, compartilho das afirmativas de muitos teóricos da educação sobre a capacidade de aprendizagem da criança, bem como cheguei à conclusão de que elas não apenas aprendem o estipulado conteúdo didático que lhes passamos, mas se soubemos nos comunicar em “sua língua”, elas são um poço sem fundo em relação ao desejo de saber, ou seja, a criança é, por natureza, sedenta de aprender.

     No livro "Pescadores de crianças", no qual apoiarei grande parte dos meus argumentos a respeito do tema em questão, Charles Spurgeon, pregador inglês do século 19, conhecido como “príncipe dos pregadores”, pelo modo didático e prático como expunha a Palavra de Deus, corrobora com esse pensamento ao dizer que “uma criança não tem só que viver como nós, como também tem de crescer”, e, por isso, os pais se admiram do apetite que seus filhos mostram em fase de crescimento. Assim também, justifica Spurgeon, há essa necessidade natural na criança de ser mais bem alimentada, porque esse alimento serve não só para agora, mas para o seu crescimento (2003, p. 10).

     Assim sendo, Spurgeon passa a tratar da importância e relevância da educação bíblica cristã para os pequeninos, dizendo que “as crianças na graça têm que crescer, aumentando a capacidade de saber, ser, fazer e sentir, para chegar a um maior poder recebido de Deus”, e, se não as alimentarmos como convém, matando sua fome de conhecimento de Deus, o citado autor nos alerta que “correm o risco de que sua fome seja satisfeita com erros, perversamente” (2003, p.10).

      Em vista desse perigo, para Charles Spurgeon, a solução para evitarmos que nossas crianças sejam desencaminhadas por erros doutrinários é, usando a analogia do joio e do trigo, encher de trigo bom “a caneca da medida” do conhecimento dos pequeninos até transbordá-la, para que não haja espaço para outros enchê-la de joio. Ele afirma que “as crianças cristãs necessitam principalmente aprender a doutrina, o preceito e a vida do evangelho; precisam que a verdade do evangelho lhes seja ensinada com clareza e precisão” (2003, pp. 10, 9). 

       Esse pensamento nega a prática de algumas igrejas que, em dias de escolas bíblicas ou em cultos de doutrinas, desprezam a capacidade intelectual das crianças, “jogando-as” em alguma sala isolada para distraí-las com filmes, historinhas bíblicas infantilizadas, brincadeiras descontextualizadas ou dezenas de músicas para pularem ou dançarem, enquanto os adultos aprendem. Pelo contrário, é importante envolver a criança no ensino-aprendizagem da Palavra de Deus, em especial acerca do Evangelho, diferenciando da educação cristã dos adultos apenas no modo como lhes apresentam as verdades bíblicas. 

       Pedro, em sua primeira carta (2.20), aconselha os irmãos que, na condição de meninos recém-nascidos, desejassem novamente o “leite” racional para crescerem na fé. Já o apóstolo Paulo, em 1 Co 3.2, diz aos irmãos de Corinto que lhes deu “leite” porque não poderiam suportar uma “comida sólida”, isto é, mais forte, porque ainda não tinham maturidade espiritual. Em Hebreus 5. 13, o escritor diz que “quem precisa se alimentar de leite, ainda é criança...”. Em todos esses textos, observam-se duas coisas: o alimento do adulto e da criança são diferentes em substâncias e todos precisam se alimentar. No texto de Coríntios citado acima, o apóstolo Paulo não negligencia o ensinamento porque os crentes coríntios estavam numa fase de "crianças" espirituais, pelo contrário, ele escolheu outra abordagem para lhes certificar dos mandamentos do Senhor, algo mais raso, porém completo. Negar o alimento espiritual para as crianças com medo de matá-la na fé é algo irracional. A Palavra de Deus traz vida, porque ela é "viva e eficaz" (Hb 4.12). Spurgeon aconselha que, diferente de negligenciar o estudo bíblico aos pequeninos, “cumpre a nós tornar a doutrina simples”, isto é, acessível à compreensão deles (2003, p.10)

        Jesus foi o mestre por excelência, de modo que, apesar de ensinar seus discípulos e outros que ainda não o seguiam, ele tinha ciência de que ambos estavam experimentando uma realidade nova. Ninguém nunca tivera em seu meio o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado. Assim, ele utilizou uma abordagem pedagógica acessível a todos, levando os seus ouvintes a compreenderem as verdades espirituais por meio de parábolas. Ele as usava como ponte para que seus ouvintes pudessem, por meio do que conheciam, alcançar o que naquele momento ainda lhes era estranho. 

         Deus ordenou a Israel que os pais deveriam ensinar os seus preceitos às crianças, desde sua mais tenra idade (Dt 6.5-7). O sábio Salomão também defendeu a educação infantil, asseverando que esse é o meio dos pequeninos levarem o conhecimento para a vida adulta (Pv 22.6). Portanto, o problema a que devemos nos ater não é se a criança é capaz ou não de aprender os ensinamentos bíblicos, mas em como motivá-la a querer aprender. Como em qualquer contexto educacional, é preciso motivar o aluno para encorajá-lo a buscar o conhecimento. Segundo um artigo do site Brasil Escola, da autoria do professor Vicente Martins, ele advoga que: 

          "Primeiramente, a atitude de querer aprender. É preciso que a escola desenvolva, no aluno, o aprendizado dos verbos querer e aprender, de modo a motivar para conjugá-los assim: eu quero aprender. Tal comportamento exigirá do aluno, de logo, uma série de atitudes como interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser pessoa". 2

        Os discípulos de Jesus tinham a mesma mentalidade de muitas pessoas dos tempos hodiernos (atuais), de que lugar de criança é longe dos assuntos de adultos. Isso pode até ser verdade, mas, com certeza, não em relação aos ensinamentos bíblicos. A linguagem, talvez, não caiba aos nossos pequeninos, o que justifica conduzir esse ensino-aprendizagem em um local apropriado para eles e a faixa etária correspondente, todavia os assuntos bíblicos são de interesse geral. 

        Ouçamos, pois, com atenção, a advertência de Jesus aos seus discípulos que menosprezavam a capacidade cognitiva das crianças: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque delas é o reino dos céus” - Mt 19.14. E assim, diante das palavras do próprio Cristo, e de tantas experiências pedagógicas sobre a capacidade da criança absorver e interagir em relação aos conteúdos didáticos, podemos afirmar sem medo: Sim, elas são capazes de compreender as verdades contidas na Palavra de Deus e seguir os seus ensinamentos.

       Se você desejar ver algumas ideias de como contextualizar os ensinamentos bíblicos/cristãos ao entendimento do pequeno aprendiz da Palavra de Deus, clique no link ao lado Ideias para aula infantil contextualizadas

 

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada - versão Almeida Revista e Corrigida (ARC)

2MARTINS, Vicente. Como desenvolver a capacidade de aprender. Sobral, CE. Pedagogia.

 

SPURGEON, Charles C. Pescadores de crianças: Orientação prática para falar de Jesus às crianças. São Paulo: Shedd Publicações, 2003. 


  

Professora Leila Castanha -Pedagoga

        

Graduada em Letras, Pedagogia, Bacharela em Teologia, pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura no contexto educacional, pós-graduanda em Teologia e Pensamento Religioso, pós-graduanda em Literatura Brasileira no Contexto da Literatura Universal . 

Atua como professora de Língua Portuguesa, Língua Inglesa (anos iniciais do ensino fundamental) e Ensino Religioso, em São Paulo - SP 

  

 


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