A QUEDA DA RAÇA HUMANA
A ATITUDE DE DEUS EM RELAÇÃO AO PECADO
Ao
tratarmos sobre o pecado original (na sua origem) devemos entender que Deus não foi pego de surpresa, mas ele
já tinha um plano para resgatar o homem, antes mesmo dos nossos primeiros pais pecarem (Gn 3.15; Rm 8.28-30; Ef 14-7; 2
Ts 2.13; 2 Tm 1.9,10; Ap 13.8).
O LUGAR ONDE MORAVA O PRIMEIRO CASAL
Deus havia colocado suas primeiras
criaturas num lugar maravilhoso, em um Paraíso. Havia um rio que nascia no Éden
e o regava, e se dividia em quatro braços. Além de sua exuberante beleza essa
região era riquíssima, abundante em ouro (Gn 2.11,12).
*Observação: Éden no hb significa deleite, e segundo a
tradução da Septuaginta, paraíso.
A
MISSÃO DE ADÃO NO ÉDEN
Diferente do que alguns ensinam sobre o trabalho,
desde o início Deus dera ao homem tarefas para executar. O trabalho em si não é
uma maldição de Deus, mas quando o casal pecou Deus amaldiçoou a terra de
maneira que ela produziria espinhos e cardos (planta considerada praga das
lavouras) para dificultar o trabalho do homem (Gn 3.17-19; Rm 8.20,21).
Desde o princípio o homem foi dotado de capacidade
para trabalhar, para que pelo seu trabalho pudesse criar e preservar
(Ex31.1-11). O que diferencia o ser humano dos outros animais é a sua
capacidade de organização (reorganização) por meio do trabalho.Ao invés de
seguirmos os instintos, como os outros animais, somos capazes de criar, de
modificar o mundo a nossa volta, e o veículo que nos leva a esta criação é o
trabalho.
O próprio Deus trabalha (Jo 5.17). Neemias também
entendia que, embora fosse a vontade de Deus que os muros de Jerusalém fossem
reconstruídos, era necessário pôr mãos à obra, de maneira que orou: “Agora, pois,
ó Deus, fortalece as minhas mãos” (Nee 6.9).
Antes do homem pecar Deus havia deixado o Jardim do
Éden sob os cuidados de Adão para lavrar e guardá-lo.
O sábio Salomão também falou bem do ato de trabalhar
(Ec 2.24).
A
MISSÃO DO SER HUMANO HOJE
A atitude de Deus em relação ao homem e o trabalho não
é diferente da época de Adão e Eva. Deus capacita o ser humano e ordena que ele
aja. Ele faz a sua obra usando cooperadores humanos (1 Co 3.9). A lei da
semeadura é um exemplo claro disso: “Aquilo que o homem semear, isto também ceifará”
(Gl 6.7) . Salomão adverte aos preguiçosos a aprender com a formiga, e indica a
atitude do pequeno animal como sábia (Pv 6.6).
Na vida espiritual, que está totalmente associada com
a natural, pois devemos servir a Deus com nosso corpo, alma e espírito (1 Ts
5.23), a Bíblia nos instrui que as virtudes cristãs devem ser buscadas, ou
seja, exige-se trabalho para cumprir-se a vontade de Deus (Mt 11.12; Lc 13.24; Hb
12.14). Ociosidade não é qualidade de quem serve a Deus (Mq 2.10).
O
PRIMEIRO CASAL FOI VÍTIMA DA CONCUPISCÊNCIA DA CARNE, DOS OLHOS, E DA SOBERBA
DA VIDA (1 Jo 2.16):
A CONCUPISCÊNCIA
DA CARNE: Concupiscência é um desejo
carnal desenfreado, cobiça. Em Gn 3.6 a lemos: “E viu a mulher que aquela
árvore era boa para se comer”. O seu apetite falou mais alto do que a sua
razão. Eva sabia que pagaria um alto preço se desobedecesse a Deus, no entanto
não resistiu a tentação ao ver aquela árvore “boa para comer” . O problema
daquele casal foi o fato de dar mais ouvidos ao Diabo do que a Deus. Deus utilizou a razão
deles ao lhes dar a ordem, o Diabo, no entanto, usou os seus instintos. O
Inimigo é covarde, ele usa artimanhas e
estratégias para nos induzir ao erro, e entre elas está o torcer a Palavra de
Deus. Ele é tão astuto que conseguiu fazer Eva também alterar a ordem divina,
pois ao ser indagada sobre o que Deus lhe falara ela disse: “Do fruto das
árvores que estão no meio do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está
no meio do jardim, disse Deus: Não comereis, nem tocareis nela.” (Compare com Gn 2.17). A mentira é de
procedência maligna, não importa quão ingênua pareça (Mt 5.37).
Observação: Conversar com
demônios, mandando-os se manifestar, é antibíblico. A Bíblia diz que o
diabo é mentiroso e pai da mentira, de maneira que não há verdade nele (Jo
8.44). O apóstolo Paulo diz que o diabo
é astuto (2 Co 2. 10,11; 11.14).
A CONCUPISCÊNCIA
DOS OLHOS: Gn 3. 6 a: “E viu a mulher
que aquela árvore era boa, e agradável
aos olhos”. Segundo a Bíblia, nossos olhos são a candeia do corpo, se forem
bons todo o corpo é bom, mas se forem maus, todo o corpo será corrompido (Mt 6.
22,23). Para Jesus o fato de um homem olhar para uma mulher e cobiçá-la
sexualmente, já implicaria em adultério,
pois o ato em si começa pela cobiça dos olhos (Mt 5.27-29). Nossos olhos são tão perigosos para nos levar
ao pecado que o escritor aos hebreus recomenda que para não nos embaraçarmos
com as coisas dessa vida devemos fixar os nossos olhos em Jesus (Hb 12. 1,2).
A SOBERBA DA
VIDA: Gn 3. 6 a: “E viu a mulher que aquela árvore era desejável para dar
entendimento”. A serpente despertou o interesse do casal ao prometer-lhes que
se comessem do fruto proibido seriam iguais a Deus. O orgulho ou soberba é
ainda hoje o meio utilizado por ele para derrotar muitos cristãos. O ser humano
gosta de ser exaltado, e Jesus sabendo disso ensinou o seguinte: “Aprendei de
mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.28). No sermão do monte ele
ensinou a mesma verdade: “Bem-aventurado os pobres de espírito...” (Mt 5.3). No
Salmo 51. 17, o salmista mostra o tipo
de pessoa que toca o coração de Deus (aquele que tem um coração quebrantado e
um espírito contrito), ou seja, o
salmista “desenha” a figura de uma pessoa humilde
de coração.
*Pequena Enciclopédia Bíblica, Armando Chaves Cohen
Por Leila
Castanha