Conforme o comentarista
desta lição bem explicou, a palavra unção é bem mais abrangente do que o termo
dicionarizado, pois apesar de sua significação há muito mais coisas por trás
dessa palavra. Em termos de dicionário, no sentido religioso, unção, do verbo
ungir, é a aplicação de óleo sagrado
sobre uma pessoa para consagrá-la a Deus (Larousse Cultural). No entanto, apesar de a unção ser a indicação
de autoridade de Deus sobre alguém, existe muito mais implicações por trás
desta palavra.
O
QUE É UNÇÃO E COMO ACONTECE: Unção é uma delegação de
autoridade que se dá a uma pessoa para exercer um determinado ofício. No Antigo Testamento os objetos sagrados
(separados para Deus), eram ungidos com óleo – Ex 29.36,37; 30.25-29, assim
como as pessoas para quem Deus tinha uma missão especial. Em relação ao povo,
havia três tipos de unção que Deus ordenava: Para rei, cujo ofício era governar
sobre o povo, (1 Sm 9.16; 10.1); para sacerdote (Ex 40.13-15); e para profeta ( 1 Rs 19.16).
No
Novo Testamento, embora o termo continuasse corrente, não
havia mais a prática do óleo para a separação ministerial. Em Atos 13. 1, por exemplo, enquanto a Igreja se conservava
em jejum e oração, o Espírito Santo
ordenou que separassem a Paulo e a Barnabé, ao que os apóstolos obedeceram impondo-lhes as mãos . Da mesma forma na
instituição dos diáconos, embora também fosse precedida de oração e jejum, foi a Igreja quem escolheu, a partir das
qualidades pré-estabelecidas. Após os candidatos serem apresentados aos
apóstolos, estes lhes impuseram as mãos
dotando-os de autoridade para exercerem o diaconato.
Era muito comum nessa época,
a unção ser associada, também, ao derramamento do Espírito Santo (At 10.38; 1
Jo 2.20,27).
O QUE
SIGNIFICA UNÇÃO NO CONTEXTO ATUAL: O comentarista dá o exemplo de uma
pessoa que, após ser eleito para algum cargo na política, passa de cidadão
comum à autoridade, pois a sua eleição lhe dá direito de usufruir uma
autoridade que antes não possuía. No entanto, a unção, no sentido espiritual, vai
mais além da eleição, pois Deus qualifica o indivíduo ungido (Ex 31.1-5). O
problema é que essa qualificação nem sempre vem no ato, às vezes chega a ser um
processo longo, como vemos nos exemplos da unção de Davi que ficou vários anos
aprendendo a liderar Israel, através da observação e prática, ao lado do rei
Saul, que tanto foi seu instrutor como seu grande inimigo (Davi aprendeu com
ele o ofício real, e por causa das perseguições diretas e indiretas de Saul, ele
saiu adestrado em guerra); Moisés também foi escolhido por Deus para ser o
libertador de Israel, no entanto, sofreu 40 anos no deserto (sem mordomia,
debaixo de sol quente, e cuidando de ovelhas – profissão que exigia dele
resistência e paciência); Pedro foi escolhido como apóstolo de Cristo, separado
para uma missão especial: confirmar a fé dos santos, mas, a despeito de sua
chamada, ele precisou aprender bastante antes de ser útil no ministério para o
qual foi chamado (Lc 22. 32); Deus tinha um plano para a vida de José, mas ele
precisou aprender com as adversidades a ser paciente e perseverante, qualidades
indispensáveis para um governador do Egito que enfrentaria a fome e multidões
indo recorrer a suas provisões; Abraão foi escolhido para que de sua semente Deus
suscitasse o Seu povo eleito, no entanto, teve de ser peregrino em terra
estranha, e sua primeira experiência com Deus, após atender sua chamada, foi
muito difícil, pois o lugar onde Deus
ordenou que ele ficasse estava passando por um processo de fome, e ao tentar
escapar da fome foi-lhe tomada a mulher, mas tais experiências serviu de
crescimento para ele, de tal forma que mais tarde não duvidou de Deus, nem
quando este lhe exigiu a vida do filho, de quem suscitaria descendência, pois
cria que mesmo da morte Deus podia trazê-lo de volta (hb 11.17 ,18).
O
PROPÓSITO DA UNÇÃO: Ao ungir alguém Deus procura trabalhar na sua
vida, a fim de prepará-lo para trabalhar na vida de outrem. O trabalho cristão sempre
envolverá pessoas, não coisas. As coisas podem ser o meio, mas jamais a finalidade
da obra de Deus (At 17. 25). Uma verdade que ouvi e nunca me esqueço é de que Deus só trabalha através de nós,
depois de trabalhar em nós, e para isso muitas vezes é necessário passarmos por
provações, porque a prova da nossa fé produz coisas positivas para o Reino de
Deus (Rm 5. 3-4; Tg1.3).
Todo
chamado de Deus tem propósito: Primeiro: o chamado é para
a glória de Deus (Col 3.17); Segundo: Tem uma finalidade específica: (Rm 12.
6-8). Reconhecer a nossa vocação é algo imprescindível para o bom andamento da
obra de Deus. Jesus sabia o porquê de seu chamado: “O Espírito do Senhor me
ungiu para...” (Is 61.1). Saber para
quê fomos chamados adianta muito o processo de nossa preparação, e para não
adentrarmos por portas erradas que atrapalharão o nosso ministério e o dos
outros.
EXEMPLO: Miriã
e Arão ficaram revoltados porque Deus só falava com Moisés, e por conta de seu
ciúme estava colocando todo o povo contra o servo de Deus, no entanto, embora
Moisés não reagisse, Deus chamou os três em particular e castigou Miriã com
lepra, porque ela quis entrar num particular no qual não fora chamada. Certa
vez Jesus falou para Pedro que ele iria ser mártir por amor a Ele, e Simão quis
saber como seria a morte de João, ao que Cristo lhe respondeu: “Que te importa?”(Jo
21.18-23). Cada um tem uma missão pela qual Deus o ungiu, e como são diferentes
os dons, assim também difere a sua operação (1 Co 12. 5,6).
Não há ministério melhor ou
pior, apenas diferentes em sua atuação, mas como em uma firma, que cada um tem seu
papel na produção, mas o fim é o produto final ser montado e ter qualidade,
assim é na Igreja, cada um faz sua parte, mas o conjunto é que produz. ( 1 Co
3.4-5).
EXEMPLO PRÁTICO: Em uma determinada igreja o pastor precisava consagrar uma pessoa ao diaconato e outra para ser porteiro. Ao observar os membros ele pensou em escolher o irmão banqueiro como diácono e o verdureiro para a porta. No entanto, ao orar, Deus lhe ordenou que fizesse o contraio: Colocasse o banqueiro para ser porteiro e o verdureiro para o diaconato. Ele ficou preocupado com a reação do banqueiro, mas para seu espanto o irmão ficou muito feliz em ficar na recepção da igreja, assim como o verdureiro ao saber quer fora escolhido como diácono. Quando o povo passava pela rua e via o banqueiro na porta eles queriam entrar por que pensavam: "Se na porta tem um banqueiro, então quem é que está no púlpito?". E com essa estratégia divina a igreja encheu de pessoas importantes na sociedade,
UNÇÃO
NÃO É SINÔNIMO DE PREPARO OU DE RESPONSABILIDADE: Quando
dizemos que Deus unge alguém, isto significa que ele capacita àquele que chama.
Capacitar, nesse sentido, quer dizer que Ele provê as ferramentas para o
trabalho. Usá-la ou não, ou o modo que a usamos é responsabilidade nossa. Os
dons ministeriais, por exemplo, são ferramentas que Deus põe a nossa disposição
para facilitar a missão que temos de executar, no entanto, apesar da habilidade
concedida por meio deles, há dom que necessita de maior dedicação, como o de
ensinar (Rm 12.7). Ninguém sabe tanto que não precise aprender (1 Co 8.2). O fato
de delegar autoridade a alguém não significa que, de brinde, Deus nos mune de
responsabilidade. Isso é papel nosso. O que fazemos ou deixamos de fazer é
responsabilidade nossa, e não podemos viver jogando a culpa nos outros, ou nas
circunstâncias, conforme insinua a frase do personagem Chaves: “Foi sem querer,
querendo”, pois de acordo com o filósofo e educador Mario Sergio Cortella, “Ética
é escolha”, logo “o nosso sem querer é muito querendo também”. Temos de ser responsáveis,
pois nossas atitudes ou falta delas é responsabilidade apenas nossa.
Observação: Moisés
culpou Arão pelo pecado cometido pelo povo e o castigo que eles
sofreriam, porque seu irmão era o líder: Moisés sabia que o povo era violento,
e de certa forma Arão tinha razão de temê-los (Ex 17.3,4).
EXEMPLOS BÍBLICOS: Deus permitiu que Ester
fosse escolhida como rainha. Ao saber da decisão do rei, atendendo o pedido de
Hamã, de matar todos os judeus (seus compatriotas), estava nas mãos dela agir
ou acovardar-se. Ela pediu que orassem e jejuassem a seu favor por 3 dias, e decidiu
aproveitar sua posição e ir até ao rei, mesmo sob risco da própria vida;
Neemias, sentiu o chamado de Deus para reconstruir os muros de Jerusalém,
recebeu o apoio do rei, e já na cidade, era sua responsabilidade fugir da
perseguição imposta por Sambalate e
Tobias ou criar estratégias para construir os muros em segurança; O apóstolo
Paulo fora enviado por Jesus para o seu ministério entre os gentios, agora era
sua escolha enfrentar as adversidades ou fazer a vontade do mundo, mas sabemos
que ele escolheu fazer a vontade divina (Fp 4.13).
EXEMPLO PRÁTICO: Li um texto em um
determinado blog no qual o autor dizia que, apesar de ser pastor e estar
habituado a pregar, sempre que ia levar a Palavra de Deus à Igreja dava aquele
friozinho na barriga. Ele não gostava daquela reação espontânea, mas depois
compreendeu que aquele frio era devido à sua responsabilidade para com as
coisas de Deus, pela compreensão que, inconscientemente ele tinha, de seu sério
papel como mensageiro de Deus.
EXEMPLOS BÍBLICOS:
Saul foi ungido rei, e como tal tinha autoridade sobre Israel, no entanto, ele
usou sua autoridade de modo ruim. Ele ultrapassou seu limite de governante, e
infringiu a lei divina ao tentar exercer a função de sacerdote. A unção de Deus
é específica para cada pessoa, de modo que existe um limite, que nos força sempre a respeitar o
próximo.
Nadabe e Abiú eram ungidos como
sacerdotes, mas foram irresponsáveis ao trazer fogo estranho para a queima do
sacrifício, e por isso Deus os matou (Lv 10.1).
Salomão era rei ungido por Deus, mas por que queria agradar suas mulheres, aumentou os impostos do povo, fazendo-se um rei opressor (Pv 29.2)
Salomão era rei ungido por Deus, mas por que queria agradar suas mulheres, aumentou os impostos do povo, fazendo-se um rei opressor (Pv 29.2)
Observação: O
fato de termos recebido dons ou sido separados para a obra de Deus não nos
impede de praticar serviço estranho (Avadá
Zará – serviço estranho, em hebraico), mas Deus há de cobrar de cada um.
Exemplo: Veja o que Deus diz sobre os profetas que profetizam falsamente em sue
nome (Ez13. 3-7).
Diferente
dele foi a atitude de Davi: Tendo autoridade sobre seus súditos, ponderou
sua ação e se arrependeu, mesmo não tendo como, efetivamente, voltar atrás. Davi
desejou beber água pura da fonte de Belém, sua cidade, que na ocasião estava
tomada pelos filisteus, inimigos de Israel. No entanto, três de seus soldados
mais valentes, que lhe admirava muito, se disponibilizaram em ir buscá-la.
Apesar dos perigos que correram os três soldados de Davi voltaram com a tão
desejada água, no entanto, quando Davi se deu conta do risco que pôs os seus
fiéis amigos derramou toda a água e não quis bebê-la. Uma atitude que, grosso
modo, parece um tanto insensata, já que os rapazes trouxeram-na com tanto
esforço, mas para Davi era um sacrifício, pois via, sentia o frescor da água,
mas rejeitou porque se sentiu irresponsável em permitir que seus fiéis soldados pusessem a
vida em risco por conta de um luxo (2 Sm 23.13-17).
DAVI
ENTENDEU A DIFERENÇA ENTRE AUTORIDADE E AUTORITARISMO:
Autoridade é direito ou poder de ordenar, de decidir, de se fazer obedecer.
Autoritarismo é a forma de se exercer autoridade baseada em uma obediência cega, sem expressão de
liberdade. A Igreja não é lugar de autoritarismo, pois a Bíblia nos exorta a
considerar o próximo superior a nós (Fp 2.3). A verdade é que autoridade não se impõe, se conquista.
Pedro queria resolver tudo no fio da espada (Jo 18.10,11),
João e Tiago queriam usar o poder de Deus para impor a vontade do Mestre (Lc9.51-55), no
entanto, a lição que Cristo deixou foi: “O filho do homem não veio destruir as
almas, mas salvá-las”, logo, esse não é o método eficaz para o cristão. Mas
quando eles começaram a orar e uniram-se à Igreja, caindo na graça do povo, eles não precisaram mais impor sua
autoridade, pois o poder de Deus se manifestava na vida deles, de forma que “todos
os dias o Senhor acrescentava os que se haviam de salvar”. (At 2. 47).
Não é com barulho, pula-pula
e rodopios que vamos produzir milagres na Igreja, mas com oração e uma vida de
piedade, diante de Deus e do próximo.
EXEMPLO PRÁTICO: Muitos
dos que exercem cargos na Igreja age de forma irresponsável para com os que
estão sob os seus cuidados. Suas palavras são ferinas, machucam e dilaceram a
alma e o coração de seus subalternos. Um determinado pastor de uma pequena
igreja iniciante, chateado por causa de seus poucos membros que faltava muito
nos cultos semanais, certo dia disse para um deles, que não viera cear, que se não quisesse participar da ceia naquele mês dissesse logo, para que ele não perdesse
seu tempo indo a sua residência. Em outras reuniões dizia que se não quisessem
mais ir àquela igreja não tinha problema porque ele estava acostumado a adorar a Deus só, e o
Senhor iria lhe dar vitória. Esse pastor não entendeu a importância e a
finalidade de sua chamada ministerial. Pastor tem que servir, pois pastorear nada
mais é do que servir e viver em prol das ovelhas, conforme afirmou o próprio Jesus (o pastor deve estar pronto para dar a vida pelas ovelhas, e não negligenciá-las, pois quem assim procede, segundo as palavras de Cristo, é o mercenário, mas o bom pastor tem intimidade com as ovelhas de seu rebanho, a ponto de conhecê-las e delas ser conhecido - Jo 10.11-14). A unção exige amor, e sem ele a missão fica quase impossível! Responsabilidade sem amor cansa, mas o amor nos constrange a fazer bem o trabalho do Mestre.
UNÇÃO
SEM COMPROMISSO É PREJUÍZO PARA SI MESMO E PARA OS OUTROS: Balaão
sabia como as coisas funcionavam, de forma que foi enfático em afirmar para
Balaque que de nada adiantava dizer o que Deus não disse, pois não se cumpriria.
No entanto, tentado pela avareza, resolveu, assim como os hábeis advogados que procuram
brechas na lei para salvar o cliente, ensinar a Balaque como fazer o povo ir
contra Deus, pois assim ele os amaldiçoaria. Ele era profeta, porém estava
usando sua autoridade para pôr tropeço no povo de Deus. Ele estava jogando
contra o seu povo, e a favor do inimigo.
Quantos querem ter o poder
de Deus, mas ao invés de usar sua autoridade para unir o povo e fazer a obra do
Senhor avançar, empenham-se em derrubar os próprios irmãos, por inveja do seu
talento, do seu trabalho ou da sua posição na Casa do Senhor.
Agir de forma irresponsável é
perigoso porque Deus há de pedir conta de todas as nossas obras, e aqueles que
foram chamados para ajuntar, Deus não será compassivo se espalharem. Cuidado! Alerta
o escritor aos Hebreu “Deus é um fogo consumidor!” (hb 12.9), e o apóstolo
Paulo exorta-nos dizendo que Deus não se
deixa escarnecer, porque o que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7). Se fosse para voar teríamos asas, e se fosse para andar sobre as águas nossos pés seriam adaptados para isso. Milagres são expressões do poder de Deus quando não há recursos humanos vigentes, e há necessidade de uma intervenção sobrenatural. Não é para serem usados como esporte.
Já pensou se um policial saísse prendendo todo mundo que o provocasse, em sua residência ou na rua, só porque tem autoridade para isso? Existe uma lei a ser observada por esse profissional que o impede de cometer abuso de autoridade. Assim é com os milagres, não é porque eles seguem aos que creem que não há regras. Seu uso é exclusivamente restrito para confirmar a autenticidade da Palavra de Deus, e manifestar a glória do Senhor (1 Rs 17. 23, 24; 2-5; Jo 4.48). Não é para uso pessoal, nem para fins egoístas (como por exemplo, para enriquecer, passar no concurso sem estudar, não cumprir a dieta médica e ser curado, etc). Paulo, por exemplo, apesar de ter efetuado tantos milagres, não foi capaz de operá-los em relação à enfermidade do amigo Timóteo (I Tm 5.23), assim como não pode libertar-se de seu próprio infortúnio (2 Co 12.9), porque, as vezes, é necessário que soframos para nossa edificação e aprendizado(Rm 5. 3-5; Jo 9. 1-3).
Já pensou se um policial saísse prendendo todo mundo que o provocasse, em sua residência ou na rua, só porque tem autoridade para isso? Existe uma lei a ser observada por esse profissional que o impede de cometer abuso de autoridade. Assim é com os milagres, não é porque eles seguem aos que creem que não há regras. Seu uso é exclusivamente restrito para confirmar a autenticidade da Palavra de Deus, e manifestar a glória do Senhor (1 Rs 17. 23, 24; 2-5; Jo 4.48). Não é para uso pessoal, nem para fins egoístas (como por exemplo, para enriquecer, passar no concurso sem estudar, não cumprir a dieta médica e ser curado, etc). Paulo, por exemplo, apesar de ter efetuado tantos milagres, não foi capaz de operá-los em relação à enfermidade do amigo Timóteo (I Tm 5.23), assim como não pode libertar-se de seu próprio infortúnio (2 Co 12.9), porque, as vezes, é necessário que soframos para nossa edificação e aprendizado(Rm 5. 3-5; Jo 9. 1-3).
EXEMPLO PRÁTICO: Paul young Cho conta, em um de seus livros, a história de três moças que iam a uma vigília. Em um ponto de seu trajeto havia um rio que, devido à enchente, barrava-lhes a passagem, então, lembrando-se da experiência de Pedro, que andou sobre as águas, decidiram fazer o mesmo, contando que eram cheias da graça de Deus, e estavam indo realizar um ato louvável aos Seus olhos. No entanto, apesar de sua fé, as três morreram afogadas. Isso nos ensina que mesmo a fé tem de ser responsável, pois Pedro pediu permissão a Jesus para ir até ele sobre o mar e foi autorizado por Cristo, ele não foi por sua própria conta e risco. O próprio Jesus usava recursos materiais para o seu ministério. Quando o diabo lhe tentou mandando que pulasse do pináculo do templo porque estava escrito que Deus o livraria enviando-lhe seus anjos, Jesus retrucou: "Mas também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus". (Mt 4.5-7)
E
lembre-se: Títulos, cargos e dons não são provas do poder ou da
autoridade de Deus sobre alguém, pois apesar das experiências dos exorcistas
judeus (At 19. 13), não tiveram poder de expelir os demônios de um homem que estava possesso . Os fariseus eram homens conhecidos e reconhecidos pela sociedade
judaica, no entanto, Jesus disse que não passavam de hipócritas.
Não adianta fazer força ou
desperdiçar esforços, seja trabalhando na obra de Deus ou fazendo manifestações
místicas, a unção que produz milagres é aquela que nos leva a ter uma
experiência pessoal com Cristo, para que possamos adquirir a fé Nele, que por
sua vez, nos faz usufruir de suas manifestações. O significado da frase de
Pedro: “O que tenho isto te dou”, é responsabilidade nossa, assim como o
complemento dela é muito particular a cada crente: “Não tenho...” “Mas o
que tenho isto te dou”. Ou seja: O que você não tem? (prata e ouro, ou a fé, mola propulsora para a operação de milagres, e a santidade, fator preponderante
para o reconhecimento da autoridade eclesiástica?), e o que você tem? (o poder
que emana da fé, ou uma vida infrutífera, incapaz de gerar qualquer milagre
autêntico?). Pois, é, a unção que produz milagres, é a mesma que nos capacita a
dizer como o apóstolo Paulo: “Já não vivo eu, Cristo vive em mim” (Gl 2.20).
Por
Leila Castanha
Observação: Este texto pode ser, posteriormente, acrescentado (caso haja mais conteúdo que caiba no tema). Os acréscimos poderão ser efetuados no começo, no meio ou no final do texto. Releia, até a véspera do dia da lição (23/08) para verificar se houve novidades.