segunda-feira, 18 de maio de 2015

OBJETIVOS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


Prezado Professor da Escola Dominical

Ser professor é uma missão difícil porque exige dedicação e paciência, além de tempo para o preparo das aulas. No entanto, ser professor de escola bíblica exige muito mais ainda porque não basta ensinar, tem que ser o exemplo naquilo que ensina.

PARA O PROFESSOR SER BEM SUCEDIDO É NECESSÁRIO OBSEVAR ALGUMAS DIRETRIZES:

A.     Conhecer e guardar a Palavra de Deus: No salmo 119.11 observamos as palavras do salmista de como ele conseguiu manter sua vida em santificação. Ele afirmou o seguinte: “Escondi a tua Palavra no meu coração para não pecar contra ti”.
Aí está a receita para o professor cristão perseverar na Palavra do Senhor, a fim de ensinar outros a fazer o mesmo. É de suma importância que antes de nos dispor a conduzir nossos irmãos e ouvintes nos preceitos do Evangelho nós mesmos vivamos o Evangelho de Cristo, portando-nos como o exemplo dos fiéis, conforme Paulo adverte a Timóteo (1 Tm 4.12).
 Pregar o que não se vive é imitar os fariseus da época de Jesus, aos quais Cristo os chamava de hipócritas, porque ensinavam o que não viviam. Além disso, ele ensinou que antes de se apontar o argueiro no olho do irmão devemos, primeiro, tirar a trave que está no nosso olho (Mt 7.5).

B.    Ser pessoa de oração: Embora o professor faça parte do aperfeiçoamento e salvação das almas, através da ministração da Palavra de Deus, ele deve ter consciência de que a Igreja pertence a Jesus, e é ele quem a edifica (Mt 16.18).
Tendo isso em mente o professor deve sempre se reportar a Deus em oração para que o trabalho seja realizado à maneira dele.
Assim como temos de consultar os nossos superiores na execução de qualquer trabalho que desejamos realizar, a oração é o meio de falarmos com Deus para pedirmos sua autorização, direção e ajuda.
Além disso, nós não somos capazes de converter nossos ouvintes, nem de aperfeiçoar a vida cristã de nossos irmãos. Esse trabalho é única e exclusivamente obra do Espírito Santo (Jo 16.8), e o fruto necessário para que o cristão tenha uma vida abundante em Cristo também é de autoria do Espírito de Deus (Gl 5.22).
Como cristãos, somos convocados a orar sem cessar (1Ts 5.17), isto é, precisamos estar em constante contato com Deus, pois a nossa luta é contra as hostes da maldade (Ef 6.12), e sem Deus nós não podemos dar conta.
Cristão que não têm o hábito de orar não está preparado para lecionar em escolas bíblicas, pois todo o trabalho espiritual precisa de preparo espiritual. Não vamos ensinar a Bíblia, de forma teórica, mas o objetivo da escola dominical é fazer de cada aluno um verdadeiro cristão. E isso incomoda o adversário.

C.    Ser cumpridor da palavra: Tiago adverte os irmãos dizendo-lhes que devem ser cumpridores da Palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).
Professores, em todos os segmentos, seja religioso ou secular, são formadores de opinião. Logo, é necessário que seja o exemplo em tudo.
Não podemos cair naquela velha piada: “Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço.”  Ser cristão é seguir a Cristo, andando como ele andou (1 Jo 2.6).
Lembre-se de que o que diferenciou Jesus de outros líderes de sua época não foi o fato de dizer que ele era Deus, mas porque ele vivia o que ensinava.
O que faz o professor de escola bíblica ser uma pessoa respeitada por seus alunos não são suas palavras durante a aula, mas suas atitudes diante do que ensina. Por isso, os mestres de escola dominical devem ser exemplo na vida privada, na vida pública e na vida religiosa.
O professor de escola bíblica jamais deve ser incluído nas palavras do líder indiano, Mahatma Gandhi: “Admiro o Cristo dos cristãos, mas abomino o cristianismo deles.”


PONTUALIDADE
Esse talvez seja um dos piores problemas nas EBDs e escolas bíblicas em geral.
 Professores que chegam atrasado são péssimos exemplo para os alunos, que logo seguirão o seu comportamento.
O bom professor deve chegar sempre antes dos alunos para poder recebê-los, deixando, antecipadamente, a classe em ordem. Não devem deixar para chegar em cima da hora para arrumar a sala porque no horário da escola sua preocupação deve ser, primeiramente, receber seus alunos com alegria, sem afobamento, nem stress.
Lembre-se de que a primeira impressão é a que fica. Se no primeiro dia que alguém for à escola dominical perceber frieza na recepção, ou observar desorganização na sala de aula, é bem possível  que não volte mais.
O ambiente para uma boa aprendizagem deve ser o mais confortável possível, e uma sala arrumada às pressas não é um bom exemplo para os alunos. Pontualidade e organização, aliados a uma boa aula (com bom conteúdo), certamente produzirá alunos frequentes e apaixonados pela Escola Dominical.
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SER DEDICADO
Na relação dos dons ministeriais o apóstolo Paulo deixou bem claro que quem tem o dom de ensinar deve ter dedicação ao ensino (Rm 12.7).
O professor que não se prepara para dar aula não é adequado para ensinar.
 Antonio Gilberto, autor de "Manual da Escola Dominical" adverte aos professores que durante a semana prepare bem a lição, com dedicação, e orando, para que o Senhor o oriente naquilo que há de ministrar.
Seja receptivo e mostre interesse pelos seus alunos. Observe os mais tímidos, e durante a semana peça a Deus estratégias para fazê-lo se sentir confortável junto aos demais.
Procure observar se seus alunos estão acompanhando o raciocínio da lição, e, se for preciso repetir, faça-o com alegria, tendo cuidado para não retomar pontos desnecessários.
Não esqueça datas importantes como aniversário, dia das mães (no caso de professor de adultos), dia das crianças (professor de crianças), páscoa, natal, etc. Aproveite para falar-lhes sobre estas datas comemorativas, ou dê algum trabalho extra para fazerem em casa (dependendo da faixa etária, pois não é em todas as classes que dá para fazer isso). O importante é não perder oportunidade de instruir nossos alunos em todos os meandros da nossa cultura cristã e secular.
Seja simpático e mostre boa vontade para com o seus alunos, fazendo com que ele se sintam à vontade para conversar com você, fazer perguntas individualmente, etc.
Pense nas palavras de um determinado escritor que disse: “Se um sorriso pode angariar clientes para uma loja, o que ele não poderá fazer para ganharmos almas para Jesus!”.

SER RESPONSÁVEL
Assim como em todo trabalho secular, na obra do Senhor também é necessário que haja pessoas responsáveis.
Faltar sem avisar com antecedência é, além de falta de responsabilidade, falta de bom senso, principalmente quando se trata de professores de crianças pequenas, cuja classe precisa de auxiliares.
No entanto, independente da faixa etária da classe, o professor deve avisar com antecedência para que o outro tenha tempo de estudar ou para não atrapalhar alguma programação que, porventura, conte com sua presença.
Ao faltar, deve notificar ao professor adjunto e ao superintendente da escola (exceto em caso excepcional, em que a pessoa for surpreendida por alguma eventualidade não programada e inadiável).
Jesus ensinou a seus discípulos que deviam ter palavra (Mt 5.37). Crente sem compromisso é um mau exemplo, e, portanto, não é ideal para lecionar na escola dominical.

TER FOCO
Na escola secular cada professor deve administrar sua disciplina, tendo cuidado para não perder o foco e adentrar em conteúdos que desviem de sua habilitação.
Por exemplo: O professor especialista de matemática deve ensinar matemática; o de português deve lecionar sua especialidade, e assim por diante.
Na escola bíblica dominical, como o próprio nome já indica (bíblica), deve-se ensinar, prioritariamente, a Bíblia Sagrada. Todas as outras disciplinas utilizadas nas aulas devem servir apenas de apoio ao estudo bíblico.
O mesmo se pode dizer de filmes ou outros recursos pedagógicos. Jamais se deve colocar outra coisa no lugar do ensino da Palavra de Deus. Existem bons filmes e outros aparatos relacionados à Bíblia, ou que servem de apoio à lição bíblica do dia, que auxiliam na compreensão  da aula, sem tirar o foco do conteúdo que deve ser tratado pelo professor.
Outra coisa muito importante é não permitir que os comentários dos alunos saiam do tema estudado. Com jeitinho, e sem perder tempo, retome o tema proposto na lição.
O período de aula deve ser aproveitado ao máximo, uma vez que só nos reunimos uma vez por semana para estudarmos a Palavra de Deus, no modo convencional de estudo.

SER BOM LEITOR
Muitas igrejas têm perdido público na escola dominical porque seu único recurso literário é a revista da escola e a Bíblia. A revista é um norteador daquilo que devemos ensinar, mas o professor deve procurar outras literaturas e materiais diversos que sejam adequados ao tema da lição que ministrará para se aprofundar no assunto.
Além disso, o professor é observado pelos alunos, em quem veem um modelo a ser seguido. Um professor leitor, normalmente, forma discípulos leitores, assim como o contrário também é verdadeiro.
O apóstolo Paulo lia livros diversos e exortou a Timóteo a não deixar de ler (2 Tm 4.13; 1 Tm 4.13).
Há várias fontes de auxílio ao estudo da revista, como, por exemplo, a internet, livros relacionados ao tema da lição, filmes, comentários bíblicos (em enciclopédias, Bíblias de estudos etc.), e uma variável lista de outras opções.
Leia livros de história, literatura, filosofia, etc., para ter “bagagem” em suas aulas. O professor de Bíblia não pode ser uma pessoa antiquada,  precisa estar antenado, a fim de dar sentido às suas palavras.
Jesus utilizava parábolas para fazer o povo entender as coisas espirituais. Do mesmo modo, o professor de Bíblia precisa situar os alunos nas realidades que eles conhecem para levá-los às espirituais, as quais estão aprendendo na escola bíblica.
Além disso, a escola bíblica também prepara os alunos para atuarem como cidadãos e, para isso, é necessário que o professor esteja atento às coisas que acontecem no dia a dia (assistindo ou lendo notícias de jornais, por exemplo).
Procure com antecedência as fontes mais adequadas e, de maneira nenhuma deixe para estudar em cima da hora, pois os alunos percebem quando o professor está “perdido na lição”, enrolando, por falta de conteúdo

SER CRIATIVO
Vivemos em uma época de novidades. As pessoas estão saindo para o mercado de trabalho mais cedo, e as mulheres também são profissionais e têm pouco tempo. Não há mais como uniformizar o ensino. Precisamos criar possibilidades e inovar.
Em todas as épocas os jovens são dinâmicos e competitivos, assim como os adolescentes, e cabe ao professor preparar aulas dinâmicas e trabalhos extras que os estimulem a participar e produzir positivamente em relação às aulas ministradas.
A maioria dos adolescentes não gosta de fazer atividades utilizando lápis e caderno para fazer lição de casa. Eles são da era digital, e o computador se tornou seu material de educação.
Desde pequena as crianças aprendem a jogar e manusear o computador. E cabe ao professor acompanhá-los, ou não produzirão como deveriam.
Os jovens também precisam de atividades que os leve a desenvolver seu potencial. Procure na internet e/ou em livros algumas atividades que sejam possíveis de realizar em sala de aula ou fora dela (é importante fazer atividades fora da sala de aula também).
Ore, pesquise, crie, e trabalhe com criatividade pelo benefício do crescimento espiritual dos seus alunos.
Uma tática muito boa é pedir que cada  um escreva em um pedaço de papel o que gostariam de ver na sua sala (pode ser anônimo). Você, como professor competente e maduro, lerá e separará aquelas ideias que sejam viáveis de se fazer em uma escola bíblica dominical.

TER VOCAÇÃO
Essa deveria ser a primeira condição a ser colocada nesta lista, no entanto, deixei por último de propósito. Em todo trabalho bem sucedido é necessário, pelo menos, dois ingredientes: vocação e esforço.
Um sem o outro não funciona. Não é a toa que o apóstolo Paulo mostra aos crentes que cada um recebeu um dom do Senhor e deve administrá-lo, sem, no entanto, usurpar um serviço para o qual não foi chamado:
“Se o pé disser: Porque não sou olho; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.” (1 Co12.15-18)
Não basta ter conhecimento bíblico, ou ser uma pessoa sociável para ser professor. Acima de tudo, é preciso ter vocação, habilidade, capacidade para passar o conteúdo a ser estudado.
Não é raro vermos professores de escola dominical entregando a classe porque não consegue passar a aula. Quando isso acontece ainda é bom, o pior é que muitos vão "levando com a barriga" enquanto, a cada aula, os alunos vão desaparecendo.
Prezado professor, se você tem chamada (vocação) para o ensino, esforce-se para fazer um belíssimo trabalho, pois esta é uma área que envolve todos os outros trabalhos da igreja, uma vez que é na escola dominical onde são levantados líderes para todos os setores do ministério cristão.
Por outro lado, se você percebe que não tem vocação para o ensino, procure ver qual é o seu chamado, pois Deus repartiu seus dons a cada um, segundo lhe aprouve, e se esse não é o seu não há porque sacrificar a você mesmo e aos alunos que dependem de sua ministração.
Ocupe o lugar que Deus reservou para você, e então você será uma bênção, porque estará exercendo o ministério para o qual o Senhor te chamou.

Com Amor,
Em Cristo Jesus,
 Leila Castanha








EBD - ONTEM E HOJE

HISTÓRIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


AGORA VAMOS VER  A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL NAS SUAS RAÍZES

A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL
 A Escola Dominical tal como a temos hoje é uma instituição moderna, mas tem suas raízes aprofundadas na antiguidade do Velho Testamento, nas prescrições dadas por Deus aos patriarcas e ao povo de Israel. A Escola, como a temos hoje não  havia então, mas havia o princípio fundamental- o do  ensino bíblico determinado por Deus aos fiéis e aos estranhos ao seu redor. Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a lei divina.
A escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo de Deus.
Estudemos, em resumo, como se desenvolveu a instituição religiosa nos tempos bíblicos e nos tempos modernos, isto é, os primórdios, que depois resultaram na origem e desenvolvimento da Escola Dominical em sua forma atual.

I.              NOS DIAS DE MOISÉS:
Examinando o pentateuco, vemos que  no princípio, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar. O lar, então, era de fato uma escola onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt 6.7;11.18,19).
Havia também reuniões públicas de que participavam homens, mulheres e crianças, aprendendo a lei divina (Dt 31.12,13).

II.            NA ÉPOCA DOS SACERDOTES REIS E PROFETAS DE ISRAEL
Os sacerdotes, além do culto divino, tinham o encargo do ensino da Lei (2 Cr 15.3; Jr 18.18; Dt 24.8; 1 Sm 12.23).
Os sacerdotes eram intermediários entre o povo e Deus, assim como os profetas eram intermediários entre Deus e o povo.
Os reis de Judá, quando piedosos, aliavam-se aos sacerdotes na promoção do ensino bíblico. Temos disto um exemplo no bom rei Jeosafá que enviou líderes levitas e sacerdotes por toda  a terra de Judá para ensinarem ao povo a Lei do Senhor (2 Cr 17.7-9).

III.           DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO
Nessa época, os judeus no exílio, privados de seu grandioso templo em Jerusalém, instituíram as sinagogas tão mencionadas no Novo Testamento. A sinagoga era usada como escola bíblica, casa de cultos e escola pública. O filósofo judeu, Philo de Alexandria, falecido em 50 AD, com seu testemunho insuspeito, afirma que “as sinagogas eram casas de ensino, tanto para crianças como para adultos” (Benson).
Na sinagoga a criança recebia instrução religiosa dos 5 aos 10 anos de idade; dos 10 aos 15 anos, continuava a instrução religiosa, agora com o auxílio dos comentários e tradições dos rabinos. Aos sábados, a principal reunião era a matutina, incluindo jovens e adultos.

IV.          NO PÓS-CATIVEIRO
Nos dias de Esdras e Neemias, lemos que quando o povo voltou do cativeiro, um grande avivamento espiritual teve lugar entre os israelitas. Esse grande despertamento teve origem numa intensa disseminação da Palavra e Deus e  incluiu um vigoroso ministério do ensino bíblico. É dessa época que temos o relato do primeiro movimento de ensino bíblico metódico popular similar ao da nossa Escola Dominical de hoje.
O capítulo 8 do livro de Neemias dá um relato de como era a escola bíblica popular de então – ou como chamamos hoje: Escola Dominical. Esdras era o superintendente (Nee 7.2), o livro-texto era a Bíblia (v.3), os alunos eram homens, mulheres e crianças (v3; 12.13).  Treze auxiliares ajudavam a Esdras na direção dos trabalhos (v.4), e outros treze serviam como professores, ministrando o ensino (vv. 7,8). O horário ia da manhã ao meio dia (v.3), afirma o v.8 que os professores liam a Palavra de Deus e explicavam o sentido para que o povo entendesse. É certo que aí há um problema linguístico envolvido (o povo falando o aramaico ao retornar do exílio), mas o que sobressai mesmo é o ensino bíblico patente em todo o capítulo. Por certo, o leitor gostaria de ter pertencido a uma escola assim, espiritualmente avivada.
O resultado desse movimento de ensino da Palavra foi a operação do Espírito Santo em profundidade no meio do povo, conforme atesta todo o capitulo 9 e os subsequentes do livro de Neemias. É o cumprimento da promessa de Deus em Is 55.11.

* “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz e prosperará naquilo que a enviei.”

V.           NOS DIAS DE JESUS
A.   Jesus foi o Grande Mestre, glorificando assim a missão de ensinar. Das 90 vezes que alguém se dirigiu a Cristo, 60 vezes Ele é chamado de “Mestre”. Grande parte do ministério de nosso Senhor foi ocupado com o ensino. Ver Lc 20.1; Mt 4.23;9.35. Sua última comissão à Igreja foi “Ide e ensinai” (Mt 28.19,20). Sua ordem é clara.

A quem e onde Jesus ensinava?
·         Nas sinagogas (Mc 6.2).
·         Em casas particulares (Lc 5.17; Mc 2.1).
·         No templo (Mc 12.35).
·         Nas aldeias (Mc 6.6).
·         Às multidões (Mc 6.34).
·         A pequenos grupos e individualmente (Lc 23.27).

B.           O ministério de Jesus era tríplice: Ele pregava, ensinava e curava. Era, pois um ministério de poder, de milagres. Pela pregação ele anunciava as boas novas de salvação; pelo ensino, edificava a fé dos que criam, e pelos milagres, manifestava Seu pode, Sua divindade e glorificava ao Pai. Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mc 16.15; Mt 28.19).

C.           Seus apóstolos também ensinavam (Mc 6.30; At 5.21).

D.           Aplicação. É evidente que se a Igreja de hoje cuidasse devidamente do ensino bíblico junto às crianças e novos convertidos, teríamos uma Igreja muito maior. Pecadores aos milhares convertem-se, mas poucos permanecem porque lhes falta o apropriado ensino bíblico que lhes cimente a fé. Falta-lhes raiz ou base espiritual sólida e profunda. A planta da parábola morreu, não porque o sol crestou-a, mas, principalmente porque não tinha raiz (Mt 13.6).

VI.          NOS DIAS DA IGREJA

A.           Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A Igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42).

B.           São Paulo, um grande mestre, foi maravilhosamente usado por Deus nesse mister. Ali tanto há alimento para adultos como para criancinhas espirituais. Ele e Barnabé, por exemplo, passaram u m ano todo ensinando na Igreja em Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, ficou três anos ensinando (At 20.20,31). Em Corinto, fcou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra (At 28.31).

C.           Mais tarde vemos que a marcha do ensino bíblico na Igreja sofreu solução de  continuidade, devido a males que penetraram no seio da mesma. Houve calmaria. A Igreja ficou estacionária. Ganhou fama mais perdeu poder. Abandonou o método prescrito por Jesus: o de pregar e ensinar. Sobrevieram a seguir as densas trevas espirituais da Idade Média.

D.           Muitos séculos depois veio a Reforma Religiosa e com ela a imperiosa necessidade de ensino bíblico para instruir os crentes, consolidar o movimento e garantir sua prossecução. Os líderes da Reforma dedicaram especial atenção ao preparo de livros de instrução religiosa, bem como reuniões destinadas a esse mister.Eles sabiam que o trabalho não consistia somente em pregar, mas também em instruir espiritualmente.

E.           Tanto  o pregador como o professor usam a Palavra de Deus, mas os ministérios são diferentes. O pregador anuncia ou expõe o Evangelho, a Palavra de Deus. Assim fazendo, ele lança a rede e a as almas perdidas são ganhas por Jesus. Já o professor, sua missão é instruir, simplificar as verdades bíblicas, ilustrá-las, dissecar o texto bíblico e repetir sempre até que todos entendam as verdades que deseja transmitir. O professor da Escola Dominical deve lembrar-se que ensinar não é pregar. Diante de sua classe, ele não é orador, mas professor.

F.           A Igreja nunca devera esquecer a amarga e desastrosa experiência resultante do descuido e abandono da instrução religiosa das crianças nos tempos que precederam a tenebrosa Idade Média.
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(Extraído do livro “Manual da Escola Dominical”, Antonio Gilberto – Unidade III, pp. 110-114).

*Bíblia Sagrada, versão Almeida Corrigida e Revista.



 BIBLIOGRAFIA:

GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical: um curso de treinamento para professores iniciantes e atualização de professores veteranos da Escola Dominical. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1981.