segunda-feira, 18 de maio de 2015

EBD - ONTEM E HOJE

HISTÓRIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


AGORA VAMOS VER  A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL NAS SUAS RAÍZES

A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL
 A Escola Dominical tal como a temos hoje é uma instituição moderna, mas tem suas raízes aprofundadas na antiguidade do Velho Testamento, nas prescrições dadas por Deus aos patriarcas e ao povo de Israel. A Escola, como a temos hoje não  havia então, mas havia o princípio fundamental- o do  ensino bíblico determinado por Deus aos fiéis e aos estranhos ao seu redor. Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a lei divina.
A escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo de Deus.
Estudemos, em resumo, como se desenvolveu a instituição religiosa nos tempos bíblicos e nos tempos modernos, isto é, os primórdios, que depois resultaram na origem e desenvolvimento da Escola Dominical em sua forma atual.

I.              NOS DIAS DE MOISÉS:
Examinando o pentateuco, vemos que  no princípio, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar. O lar, então, era de fato uma escola onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt 6.7;11.18,19).
Havia também reuniões públicas de que participavam homens, mulheres e crianças, aprendendo a lei divina (Dt 31.12,13).

II.            NA ÉPOCA DOS SACERDOTES REIS E PROFETAS DE ISRAEL
Os sacerdotes, além do culto divino, tinham o encargo do ensino da Lei (2 Cr 15.3; Jr 18.18; Dt 24.8; 1 Sm 12.23).
Os sacerdotes eram intermediários entre o povo e Deus, assim como os profetas eram intermediários entre Deus e o povo.
Os reis de Judá, quando piedosos, aliavam-se aos sacerdotes na promoção do ensino bíblico. Temos disto um exemplo no bom rei Jeosafá que enviou líderes levitas e sacerdotes por toda  a terra de Judá para ensinarem ao povo a Lei do Senhor (2 Cr 17.7-9).

III.           DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO
Nessa época, os judeus no exílio, privados de seu grandioso templo em Jerusalém, instituíram as sinagogas tão mencionadas no Novo Testamento. A sinagoga era usada como escola bíblica, casa de cultos e escola pública. O filósofo judeu, Philo de Alexandria, falecido em 50 AD, com seu testemunho insuspeito, afirma que “as sinagogas eram casas de ensino, tanto para crianças como para adultos” (Benson).
Na sinagoga a criança recebia instrução religiosa dos 5 aos 10 anos de idade; dos 10 aos 15 anos, continuava a instrução religiosa, agora com o auxílio dos comentários e tradições dos rabinos. Aos sábados, a principal reunião era a matutina, incluindo jovens e adultos.

IV.          NO PÓS-CATIVEIRO
Nos dias de Esdras e Neemias, lemos que quando o povo voltou do cativeiro, um grande avivamento espiritual teve lugar entre os israelitas. Esse grande despertamento teve origem numa intensa disseminação da Palavra e Deus e  incluiu um vigoroso ministério do ensino bíblico. É dessa época que temos o relato do primeiro movimento de ensino bíblico metódico popular similar ao da nossa Escola Dominical de hoje.
O capítulo 8 do livro de Neemias dá um relato de como era a escola bíblica popular de então – ou como chamamos hoje: Escola Dominical. Esdras era o superintendente (Nee 7.2), o livro-texto era a Bíblia (v.3), os alunos eram homens, mulheres e crianças (v3; 12.13).  Treze auxiliares ajudavam a Esdras na direção dos trabalhos (v.4), e outros treze serviam como professores, ministrando o ensino (vv. 7,8). O horário ia da manhã ao meio dia (v.3), afirma o v.8 que os professores liam a Palavra de Deus e explicavam o sentido para que o povo entendesse. É certo que aí há um problema linguístico envolvido (o povo falando o aramaico ao retornar do exílio), mas o que sobressai mesmo é o ensino bíblico patente em todo o capítulo. Por certo, o leitor gostaria de ter pertencido a uma escola assim, espiritualmente avivada.
O resultado desse movimento de ensino da Palavra foi a operação do Espírito Santo em profundidade no meio do povo, conforme atesta todo o capitulo 9 e os subsequentes do livro de Neemias. É o cumprimento da promessa de Deus em Is 55.11.

* “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz e prosperará naquilo que a enviei.”

V.           NOS DIAS DE JESUS
A.   Jesus foi o Grande Mestre, glorificando assim a missão de ensinar. Das 90 vezes que alguém se dirigiu a Cristo, 60 vezes Ele é chamado de “Mestre”. Grande parte do ministério de nosso Senhor foi ocupado com o ensino. Ver Lc 20.1; Mt 4.23;9.35. Sua última comissão à Igreja foi “Ide e ensinai” (Mt 28.19,20). Sua ordem é clara.

A quem e onde Jesus ensinava?
·         Nas sinagogas (Mc 6.2).
·         Em casas particulares (Lc 5.17; Mc 2.1).
·         No templo (Mc 12.35).
·         Nas aldeias (Mc 6.6).
·         Às multidões (Mc 6.34).
·         A pequenos grupos e individualmente (Lc 23.27).

B.           O ministério de Jesus era tríplice: Ele pregava, ensinava e curava. Era, pois um ministério de poder, de milagres. Pela pregação ele anunciava as boas novas de salvação; pelo ensino, edificava a fé dos que criam, e pelos milagres, manifestava Seu pode, Sua divindade e glorificava ao Pai. Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mc 16.15; Mt 28.19).

C.           Seus apóstolos também ensinavam (Mc 6.30; At 5.21).

D.           Aplicação. É evidente que se a Igreja de hoje cuidasse devidamente do ensino bíblico junto às crianças e novos convertidos, teríamos uma Igreja muito maior. Pecadores aos milhares convertem-se, mas poucos permanecem porque lhes falta o apropriado ensino bíblico que lhes cimente a fé. Falta-lhes raiz ou base espiritual sólida e profunda. A planta da parábola morreu, não porque o sol crestou-a, mas, principalmente porque não tinha raiz (Mt 13.6).

VI.          NOS DIAS DA IGREJA

A.           Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A Igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42).

B.           São Paulo, um grande mestre, foi maravilhosamente usado por Deus nesse mister. Ali tanto há alimento para adultos como para criancinhas espirituais. Ele e Barnabé, por exemplo, passaram u m ano todo ensinando na Igreja em Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, ficou três anos ensinando (At 20.20,31). Em Corinto, fcou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra (At 28.31).

C.           Mais tarde vemos que a marcha do ensino bíblico na Igreja sofreu solução de  continuidade, devido a males que penetraram no seio da mesma. Houve calmaria. A Igreja ficou estacionária. Ganhou fama mais perdeu poder. Abandonou o método prescrito por Jesus: o de pregar e ensinar. Sobrevieram a seguir as densas trevas espirituais da Idade Média.

D.           Muitos séculos depois veio a Reforma Religiosa e com ela a imperiosa necessidade de ensino bíblico para instruir os crentes, consolidar o movimento e garantir sua prossecução. Os líderes da Reforma dedicaram especial atenção ao preparo de livros de instrução religiosa, bem como reuniões destinadas a esse mister.Eles sabiam que o trabalho não consistia somente em pregar, mas também em instruir espiritualmente.

E.           Tanto  o pregador como o professor usam a Palavra de Deus, mas os ministérios são diferentes. O pregador anuncia ou expõe o Evangelho, a Palavra de Deus. Assim fazendo, ele lança a rede e a as almas perdidas são ganhas por Jesus. Já o professor, sua missão é instruir, simplificar as verdades bíblicas, ilustrá-las, dissecar o texto bíblico e repetir sempre até que todos entendam as verdades que deseja transmitir. O professor da Escola Dominical deve lembrar-se que ensinar não é pregar. Diante de sua classe, ele não é orador, mas professor.

F.           A Igreja nunca devera esquecer a amarga e desastrosa experiência resultante do descuido e abandono da instrução religiosa das crianças nos tempos que precederam a tenebrosa Idade Média.
.

(Extraído do livro “Manual da Escola Dominical”, Antonio Gilberto – Unidade III, pp. 110-114).

*Bíblia Sagrada, versão Almeida Corrigida e Revista.



 BIBLIOGRAFIA:

GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical: um curso de treinamento para professores iniciantes e atualização de professores veteranos da Escola Dominical. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1981.

Nenhum comentário:

Postar um comentário