A IMPORTÂNCIA DE BUSCAR COM ZELO OS VALORES PERDIDOS
Extraído http://sombradoonipotente.blogspot.com/2012/09/a-dracma-perdida.html |
COMENTÁRIO ADICIONAL
A IMPORTÂNCIA DE BUSCAR COM ZELO OS VALORES PERDIDOS
Este
capítulo contém três parábolas falando sobre três coisas perdidas: a
ovelha perdida, a dracma (moeda) perdida, e o filho perdido. Também fala de três
alegrias: a do pastor, por achar a ovelha, a da mulher, por achar a moeda,
e a do pai, por achar o filho.
Nestas
parábolas aprendemos uma lição de
valores: a ovelha, um animal aparentemente sem qualidades importantes, que apenas
seguia o pastor, alimentando-se e descansando sob os seus cuidados, no entanto, valia
mais do que ela imaginava (ele deixou as 99 e saiu atrás dela); uma moeda
de baixíssimo valor, que tinha muita importância aos olhos de sua dona; um
filho ingrato, que era amado pelo seu pai.
A atitude dos perdidos -Na
primeira, observamos que a ovelha distanciou-se do pastor e se perdeu (a sua falta
de ação a fez se perder –ela deveria seguir o pastor, mas foi descuidada); na
da dracma, o objeto não tinha vontade própria, a mulher o perdeu por descuido
(não a guardou, ou deixou cair ao manuseá-la) – a ação da dona da moeda a fez
perder-se; e na do filho, ele foi rebelde e se perdeu (a ação dele o fez
perder-se). São três situações distintas de perdas, mas em todas (por falta de entendimento,
desleixo ou por rebeldia) é evidente a importância do que se perdeu.
A atitude do que perdeu- Nas
três parábolas, o pastor tinha mais de uma ovelha (100), mas não abandonou a
perdida; a mulher tinha 10 dracmas, mas empenhou-se até achar a única perdida;
o pai tinha dois filhos, mas não sossegou até achar o que se havia perdido.
Embora
fora a ovelha que se distanciou, o pastor sentiu a sua perda. Ao reparar
que a ovelha não estava entre as outras, ele deixou as demais onde estavam
(no deserto) e foi atrás da perdida.
Quando um filho de Deus se perde, todos os demais também vivem essa perda (o
deserto é lugar de faltura, de perda, e de tristeza). Quando não sentimos a
falta de um irmão, é porque precisamos conhecer o bom pastor, pois ele dá a
vida pelas ovelhas (Jo 10.11).
Na perda do filho – Assim
como a ovelha foi responsável por sua perda, o filho também o foi. Ambos se
desgarraram , e consequentemente se perderam. No entanto, a ovelha é um
ser irracional, segue o instinto, e o filho é racional, ele premeditou seu distanciamento
do Pai. Por ser a ovelha um ser não pensante, o pastor foi procurá-la, mas
sendo o filho dotado de razão, o pai esperou que se decidisse por voltar.
Deus não leva em conta o tempo da
ignorância (a época em que não há compreensão em nós),
e então ele vai atrás, ele chama, ele procura, ele insiste em que nos
acheguemos a ele (At 17.30). Mas quando já temos compreensão das coisas
espirituais então Ele espera que nos acheguemos - 2 Cr 7.14).
A Igreja de Laodicéia e a
perda de uma dracma – O primeiro amor - Ap 2.4,5
Também vemos a figura da Trindade: Na
parábola da ovelha perdida, observamos a ação do Filho que redime (estava
perdida, mas ele foi atrás até achá-la – Lc 19.10); na da dracma perdida,
observamos a ação do Espírito Santo,
que restaura o que se perdeu pela
iluminação do entendimento (a ação do Espírito Santo é restaurar o que se havia
perdido – veja Lc 4.18.19, e fazer
nascer nele fruto); na parábola do filho perdido observamos a ação
do Pai que recebe (conforme a
Parábola aponta, e Ez 33.11).
Refletindo
sobre a parábola da dracma perdida
Dracma- Uma
moeda utilizada na Grécia Antiga que, no primeiro século d.C. os gregos equiparavam-na a um denário (moeda dos
conquistadores romanos), que valia um dia de trabalho (Mt 20.3). No entanto, o cálculo feito pelo governo romano em relação ao valor oficial da dracma equivalia a três quartos de um denário, ou seja, a dracma tinha valor inferior ao denário. Essa moeda foi substituída pelo euro . Uma dracma correspondia hoje, a US$0,65 centavos de dólar. Os judeus pagavam ao
templo o valor anual de duas dracmas (didracmas) – Mt 17.24.
O
uso das dracmas pelas mulheres: As mulheres comprometidas (noivas ou casadas)
utilizavam uma tiara enfeitada com moedas (dracmas) sobre a fronte. Como
dinheiro, essas moedas não tinham nenhum valor porque sua superfície era
raspada, no entanto, como joia e simbolismo era importante na sociedade.
A atitude da mulher após perder a dracma- Ela
varre a casa (isso não significa que ela não varria ou que a casa estava suja),
mas era um meio de se certificar se a perdera em algum lugar não visível.
Quando alguém vai procurar alguma coisa, diz-se que se fará uma “varredura”,
isto é, irá inspecionar em todos os lugares. A mulher varre a casa como sentido
de inspecionar todos os cantos na esperança de achar a moeda perdida (Claro,
que se houver alguma sujeirinha por debaixo das coisas há de ser varrida. A sujeira simboliza o pecado). Acendeu a luz para que a iluminação a
ajudasse a vê-la. Não bastava varrer, porque se por ventura a vassoura não puxasse
a moeda, um objeto achatado e pequeno, não tão fácil de ser puxado de onde não
se vê, a luz clarearia o ambiente para que a dracma fosse identificada e então,
providenciado o modo de retirá-la. A Palavra de Deus é apontada como lâmpada e luz (Sl 119.105).
Provavelmente, aquela
moeda fazia parte de sua tiara, e apesar de ser apenas uma que se perdera, a
tiara estava quebrada, e consequentemente não podia mais servir como adereço. A
moeda na tiara da mulher era como um brinco ou anel cheio de strass (aquelas
pedrinhas), de forma que quando cai uma as mulheres não querem mais usá-lo.
A Igreja é a noiva de Cristo, e sua
aliança, ou tiara, não pode estar faltando nenhum adereço. O Espírito Santo,
amigo e confidente do noivo, cuida dela e a adorna para que o noivo a encontre
sempre bela. O adereço, exigido pelo próprio noivo é o fruto do Espírito – Jo 15.1;
Gl 5.22.
Jesus disse que ele é a videira e nós a
vara
e quem está nele dá muito fruto. Li em um determinado livro as seguintes
palavras: Se alguém perguntasse a uma macieira porque ela não tinha um anel
pendurado, a árvore poderia responder-lhe: “Não tenho porque ninguém dependurou
em mim”. Mas se alguém perguntasse-lhe: “Por que você não produz maçãs”, a macieira
não poderia dar desculpas, porque é natural que ela produza essa fruta. Assim é
a Igreja: Ela pode ter desculpas por não ter dons espirituais, porque este é o
Espírito Santo quem distribuiu a quem quer, mas dar fruto é próprio da Igreja,
pois quem está em Cristo, dá muito fruto.
No
entanto, se perdemos a nossa ligação com ele, ainda que um pouquinho,haverá
deficiência em nossa produção, e não podemos apenas dar fruto, pois Jesus disse
que quem está nele dá muito fruto. Um
ou outro fruto não é suficiente para ele, pois se tivermos 7 ou 10 não basta,
temos que ter todo o fruto do Espírito Santo. E, se porventura, dermos conta de
que falta algum em nós, fica o conselho de Jesus a Igreja de Laodicéia: “Lembra-te
de onde caíste, e arrependa-te”(Ap 2.5).
Talvez
você julgue que o que você perdeu não seja tão valioso, mas uma dracma que cai
da tua tiara de compromisso com Cristo, tira a sua beleza, e a sociedade irá
criticá-lo como Igreja, pois somos rodeados de uma grande nuvem de testemunhas
(Hb 12.1).
A atitude do pastor, da mulher, e do Pai após achar
o que haviam perdido – Festejaram. Nestas parábolas Jesus estava mostrando que,
independente da causa da perda de uma alma há regozijo no céu quando um pecador
se arrepende. Isto é, ninguém é sem valor para ele. Ele chama a atenção para o
regozijo do pastor ao encontrar uma ovelha, mesmo já tendo 99. À alegria da
mulher e a festa que fez por achar uma moeda, mesmo tendo 9, e a celebração do
pai ao retornar o filho pródigo, mesmo tendo outro ao seu lado.
Por outro lado, ele mostra, que as
vezes somos responsáveis por vivermos perdidos no mundo, porque nos afastamos
de Deus, quer por descuido, como a ovelha, ou por rebeldia, como o filho
pródigo. Da mesma forma perdemos o que recebemos de valor da parte de Deus,
quando nos descuidamos. E, que nem tudo que é valoroso para a Igreja é visto
como valor para o mundo.
Por Leila Castanha