sábado, 13 de junho de 2015

CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS DE IDADE






Professor, leia ao menos a parte referente à idade de seus alunos, pois conhecê-los é fundamental para a prática educativa.







Para ensinar crianças com eficiência e sucesso, o professor precisa conhecer as características, necessidades e interesses peculiares a cada faixa etária. (...).
A Psicologia Educacional estuda as leis que governam o crescimento, desenvolvimento e comportamento do indivíduo. Estuda o aluno quanto aos aspectos físico, mental, social e espiritual. Estudaremos agora, portanto, as características, as tendências, aspirações, predileções e interesses de cada grupo de idade e com isso também as necessidades de cada um dels, nos eu relacionamento com o aprendizado. Isso, em forma resumida. (...).


1.            BERÇÁRIO E JARDIM DA INFÂNCIA (1-5 ANOS)

Palavra descritiva da idade: Receptividade e Plasticidade.




a.            Físico.
Rápido crescimento, inquietação, movimento, sentimento, dependência.
As quatro principais atividades da criança nessa idade são: comer, dormir, brincar, perguntar. Os sentidos funcionam com toda carga. Eles são nessa época de suprema importância na aprendizagem. O ensino ilustrado é de toda importância nessa fase. Crianças gostam de todo tipo de barulho, especialmente aqueles que resultam em ritmo. Por essa razão, rimas e movimentos ritmados nos hinos, poesias e exercícios de expressão agradam, impressionam o sistema nervoso e este tranformam as sensações em movimento.

b.           Mental.
Aprendizagem pelos sentidos, Curiosidade. Imaginação. Credulidade. A alma da criança é como massa de modelagem: a forma que se der, essa fica; o que for ensinado é aceito e crido sem discussão, o que não se dá com jovens e adultos, que tendo a faculdade da razão em pleno funcionamento, concordam ou discordam, conforme seu senso de valores, julgamento e conhecimento. A visão é por demais ativa e a criança aprende mais pela visão do que por qualquer outro sentido.  (...). A imaginação é por demais fértil. Nessa idade a criança não distingue entre o real e o imaginário. (...). Devido a esta forte imaginação, elas inventam histórias as mais incríveis, sendo por isso tidas por mentirosas. Quanto à curiosidade, a criança normal parece mais um ponto de interrogação! Seu período de atenção não vai além de 3 minutos.

c.            Social.
A criança até aos 5 anos é notadamente egoísta, vindo com isso, a imitação. Ela é o centro do seu próprio mundo. Só pensa em termos de “eu”. Tudo é “meu”. (...). Se vê outras criança brincando quer tomar os seus brinquedos. (...). É teimosa e quer fazer aquilo que lhe vem à mente. São afetuosas. Gostam de música e canto. Sua tendência para imitar os outros, influi no caráter, assim  como a curiosidade influi no conhecimento. Essa é a época áurea da formação dos hábitos como oração, obediência, frequência aos cultos, contribuição, assistência caritativa e filantrópica, etc. A vida é uma série de hábitos bons e maus. Os que moldarão a vida são formados na primeira infância, até aos 4 anos. (...).

d.           Espiritual.
Credulidade e confiança tranquila. A vida cristã no lar, num ambiente de oração e fé em Deus, fará a criança compreender a Deus como o Pai amoroso. A atividade dos sentidos ajudá-lo-á a aprender as lições da natureza. A criança crê em tudo que lhe é dito. Deus deve ser apresentado como o Papai do céu...


2.           OS PRIMÁRIOS (6-8 anos).

Palavra descritiva da idade: Atividade.



a.            Físico.
Ativo e irrequieto, mas melhor controlado. As características são as mesmas da idade 4-5 anos, com ligeiras diferenças. O crescimento é mais lento. O ingresso na escola pública põe a criança sob disciplina e a expõe a alguns perigos. Começa a brincar em grupo; o egoísmo está diminuindo. As avalanches de energia precisam ser dispendidas sob orientação. Se seu tempo for ocupado encontrarão muito o que fazer...

b.           Mental.
Nessa idade, o aluno é observador e curioso. Prefere mais fazer, do que prestar atenção. Tem memória sem igual. Aprende com facilidade sem entender o que memoriza.É preciso cuidado quanto ao ensino nesse particular. São impacientes; o que querem, querem agora! Começam a distinguir entre o real e o imaginário, entre fato e fantasia. Lembre-se disto, professor! As histórias e fatos contados ficam gravados. Dessas histórias, a criança obtém preciosas noções de honram, justiça, bondade, compaixão. Na Bíblia, a maior fonte de histórias é o Antigo Testamento; mas em o Novo Testamento encontramos muitas também, especialmente nos Evangelhos e Atos dos Apóstolos. O egoísmo dá lugar ao instinto de coleção. (...). As crianças nessa idade aprendem fácil, mas é preciso explicação do material memorizado. Se isto não for feito, elas guardam a história na memória, mas esquecem a lição nela contida. (...).

c.            Social.
A imitação continua forte, bem como a tendência para representação. A criança nessa idade gosta do grupo, mas do mesmo sexo. O menino aborrece qualquer associação com as meninas, quer nos brinquedos, quer nas ruas. Eles implicam com elas e as expulsam do seu meio. Elas se desforram usando apelidos e títulos de desprezo... Pode haver intimidade quando há perversão dos costumes e má influência do meio. É preciso vigilância, por isso. Na imitação, o menino brinca de médico, de motorista, de vendedor, e... enche os ouvidos dos pais em casa. As meninas brincam de bonecas, cozinhando, etc. Os hábitos estão se formando, para o bem ou para o mal. Que responsabilidade tem o professor aqui!!!
Nessa idade a criança é muito sensível. Qualquer coisa que lhe digamos em tom áspero a magoará e não esquecerá com facilidade. Entretanto, não guarda rancor. Perdoa com facilidade e logo mais está em seu normal.

d.           Espiritual.
Confia sem duvidar, a menos que sofra decepções. Uma criança facilmente confia em Deus. Nessa idade ela começa a comparar o certo e o errado, e é ágil, viva em descobrir as falhas nos adultos. (...). Se o professor não estiver devidamente preparado para a aula, a criança notará facilmente seus apertos. Deus deve ser apresentado como o Grande Amigo.




           3.   OS JUNIORES (9-11 ANOS)



Palavra descritiva da idade: energia

extraído de: http://ensinoinfantilnumclique.com.br/aula-biblica-juniores-27-por-que-devemos-louvar-ao-senhor/



a.    Físico.
Saúde e energia em excesso. Espírito de competição e investigação. Não há fadiga. As classes devem ser separadas, porque o que interessa a meninos, não interessa a meninas. Gostam do ar-live e excursões. Adoram coisas arriscadas, como subir em árvores, rochedos e equilibrismo. O instinto de coleção aumenta mais. Agora é selo, moeda, figuras, revistas infantis etc. O espírito de competição muitas vezes termina em lutas. Dois garotos começam a argumentar e logo chegam a conclusão que a única maneira de decidir as coisas é à base da luta e lá se vão... Deus deve ser apresentado como Deus Forte e Amoroso.

b.    Mental
Sede pelo saber. Começo das dúvidas. A criança passa a investigar o porquê das coisas. A memória continua ativa. O que for agora memorizado, ficará retido e acompanhará o aluno pelo resto da vida. A criança lê muito nessa idade. É a época de pôr em suas mãos a literatura ideal, porém, graduada. A criança memoriza sem compreender o conteúdo da lição. O professor deve estar ciente disso. Quase todas as crianças dessa idade acham tolas as ideias dos adultos.,, Esta é a época ideal para fixar hábitos e costumes corretos como: leitura da Bíblia, localização de passagens, freqüência aos cultos, estudos da lição da Escola Dominical, contribuição financeira, graças pelo alimento, oração em geral etc.

c.    Social
Interesse no grupo, associações, organizações. O menino quer “pertencer”. O meninos acham que as meninas não deviam existir... Irmãos, vez por outra, “brigam” nessa época. Não se trata de crueldade. Isso surge mesmo nessa idade. O sentimento de lealdade é muito forte. Necessitam grandemente de tratamento simpático. O espírito de grupo deve ser orientado e guiado em vez de sufocado ou criticado. Há pela consciência do sexo, mas toda atividade dele está adormecida, de modo que repetem-se como na idade anterior. Esta é a idade ideal para a orientação sexual, porém deve ser ministrada pelos pais.

d.    Espiritual
Sendo crente, nessa idade a criança gosta muito de adorar a Deis. Ama a Jesus como seu Salvador, Amigo e Herói. É a época da plasticidade espiritual.






4.   OS INTERMEDIÁRIOS (12-14 ANOS)

Palavra descritiva da idade: Transição




a.            Físico.
Crescimento rápido outra vez. Mudanças profundas físicas e mentais, isto devido a ação de certas glândulas até então inativas, mas agora, em obediência às leis do Criador, são ativas e respondem pelas transformações físicas e psíquicas da criança. Há agora muito vigor e muita atividade. O coração do adolescente cresce e palpita com mais rapidez, o que dá a omenino energia, tornando-o barulhento. Bate a porta com força, assobia e grita com força total (...). Meninos e meninas começam a demorar-se diante do espelho e do perfume... As meninas crescem mais rápido, mas param mais cedo; os meninos demoram um pouco mais e continuam crescendo. Devido as novas forças desenvolvidas e desassossego do físico, grandes perigos rondam esta idade.
Os adolescentes são desajeitados; esbarram em tudo e como quebram as coisas em casa!!! Isso porque mãos, pernas e pés estão em rápido crescimento, juntamente com forças até então inativas, e o cálculo e a firmeza sofrem prejuízos. Também costumam aprender e inventar cacoetes os mais diversos, mas sendo observados com simpatia, os abandonam pouco depois automaticamente. (...).
Deus deve ser apresentado aos adolescentes como o nosso verdadeiro alvo.

a.            Mental.
Expansão. Abandono das coisas de criança. Surge a razão, a mais alta das faculdades humanas, e o rapaz está sempre a perguntar o porquê e o como das coisas. (Falamos de razão no sentido de raciocínio, e não noutro.) é a idade das dúvidas (...). Concentra-se no que faz. Surgem as emoções. Perguntas bíblicas difíceis. Impera o reino da fantasia. Há constantes sonhos quiméricos de coisas irrealizáveis, que costumamos chamar de “castelos de areia”. As emoções oscilam de um extremo ao outro. Hoje a mocinha está alegre, irrequieta, sonhadora. Amanhã estará muda, triste e não gosta mais de ninguém... O rapazinho adquire ares de teimosia, rebeldia, argumentação.  Tudo isso faz parte dessa idade. Tudo deve ser canalizado e orientado para o bem.
A oração constante a Deus e a confiança em Suas promessas segundo a Sua palavra, por parte dos pais, é fator de primeira ordem para o equilíbrio, controle e vitória, tanto no lar como nas vidas dos adolescentes.
É ainda nessa idade que a mente atinge o mais elevado período intelectual, na fronteira dos 15 anos.

b.           Social.
Desejo de companhia. Aumenta o sentimento de grupo. Os pais enfrentam o problema de companheiros apropriados para os filhos. Impulsos de independência. Detestam a rotina; querem variedade. Emoções intensas. A disposição e a força devem ser dirigidos contra o mal, o erro. O amor profundo que surge nessa época deve ter verdadeiro alvo em Deus e no próximo, com o qual convivemos aqui na terra até à morte. O estudo de relações humanas por parte dos pais é muito útil nessa fase.
O sentimento de justiça é muito forte, o que exige cuidado dos pais quanto a aplicação de disciplina.

c.            Espiritual.
É época ideal para serem conduzidos a  Cristo. Precisam de apoio constante e orientação, isso num ambiente apropriado de espiritualidade profunda, atividades cristãs e programas próprios para a juventude.



5. OS SECUNDÁRIOS (15-17 anos)

Palavra descritiva da idade: Aspiração.




                                                   



As características físicas, mentais, sociais e espirituais, são praticamente as mesmas da idade anterior, porém, mais acentuadas.
A vida sentimental continua em desenvolvimento. Muitas vezes, há romances nesse ponto, os quais exigem tato, controle, paciência, ação, confiança e observação por parte dos pais. Prossegue o espírito de competição.


6. OS JOVENS (18-24 anos)

Palavra descritiva da idade: Independência.
a.           Físico.
Vitalidade limitada. O físico atinge o máximo. As energias físicas e mentais devem ser dirigidas de modo a fazer do jovem (rapaz ou moça) um cooperador na obra de Deus.

b.           Mental.
Os sentimentos estão desenvolvidos ao máximo. Patriotismo. Paixão por ideais. O jovem gosta de aparecer. Tem prazer em exibir uniformes, distintivos, etc. Gloria-se no sacrifício e na prática do bem ao próximo, fazendo para isso seus maiores esforços. Tem forte imaginação construtiva. Jovens nessa idade têm planejado e inventado muitas máquinas e aparelhos.

c.           Social.
Nessa idade o jovem escolhe o seu modo de vida definido. Essa idade repele a monotonia. É a idade de ouro da juventude. Antes disso, o jovem aspira alguma coisa, agora ele parte para a independência. A Escola Dominical pode influir grandemente na solução dos problemas do moço e da moça, como: conversão, dedicação a Cristo, vida espiritual profunda, namoro, casamento, etc. Os professores precisam ser bons conselheiros nessa fase. A Escola deve procurar ter professores à altura, e para isso tomar todas as providências, inclusive diante de Deus em oração e súplicas.

d.           Espiritual.

Nessa idade os jovens têm convicções firmes, definidas. Uma vez tendo requisitos, serem muito bem nas atividades da Escola Dominical, campanhas diversas, projetos e trabalhos em geral da igreja local. Com a assistência e orientação necessárias, o trabalho da mocidade produz abundantemente. A liderança desenvolvida através dos anos tem agora o seu auge.    


7. IDADE DE 25-60 ANOS




Daremos apenas um resumo, com as palavras descritivas de cada idade e ligeiras observações. Não é que essas faixas de idade tenham pouca importância para o professor. Não! É devido às estreitas limitações do espaço e tempo deste curso.

a.   25-34 anos. Palavra descritiva da idade: Aplicação. A prudência entra em ação.

b.   35-60 anos. Palavra descritiva da idade: Realização. A constância é uma realidade nessa idade. É o meio-dia da vida. É como se alguém subisse a uma montanha e chegasse no topo.

c.   60 anos para cima. Palavra descritiva da idade: Reflexão. Aqui começa a descida da montanha da vida... É o inverso da subida na infância. Nessa idade, o homem e a mulher necessitam de apoio, simpatia, compreensão e paciência. É o início da velhice. São muito observadores. Se não tiverem o Espírito de Cristo e uma sólida formação, tenderão:

·        Ao pessimismo
·        À crítica
·        À murmuração
·        À maledicência
·        A maus hábitos

Conclusão: O ensino para ser eficiente deve ser graduado, de modo  a atender as necessidades dessas diferentes idades, segundo suas características, necessidades e  interesses que acabamos de ver. Fica, pois bem claro que o professor para ser eficiente precisa não somente conhecer a matéria que vai ensinar (a Palavra de Deus) e ser espiritual; mas também conhecer o aluno, não apenas no sentido pessoal, mas sua psicologia. Oremos e busquemos o Senhor para que Ele levante um poderoso  ministério de ensino entre nós.


(Texto extraído de “Manual da escola dominical”, de autoria de Antonio Gilberto).

LIÇÃO Nº 9 - 2º TRIMESTRE DE 2015




COMENTÁRIO ADICIONAL


CONSTRUINDO BEZERROS DE OURO

A INCONSTÂNCIA DOS ISRAELITAS: Moisés havia ido para o monte a fim de receber os mandamentos de Deus. Passaram-se 40 dias e ele ainda não havia voltado, então os israelitas pediram a Arão (que havia ficado como líder na ausência de Moisés) para que lhes fizesse um deus, a fim que fossem orientados até chegarem à Terra Prometida.
Arão pediu para que lhes dessem os enfeites de ouro e com ele fez um bezerro de ouro – Ex 34.1-4.
MOISÉS CHAMA A ATENÇÃO DE ARÃO: Apesar de ter sido o povo que pediu para Arão lhes fazer um ídolo, é com Arão que Moisés vai pedir explicações. Ao ser interrogado Arão respondeu a Moisés o seguinte: “Você sabe que este povo é mau”. Na verdade, Moisés já havia passado poucas e boas com aquela gente, de forma que certa vez ele disse ao Senhor para ajudá-lo a dar o que o povo queria senão ele será apedrejado. Ex 17. 3,4.
POR QUE MOISÉS PEDIU EXPLICAÇÃO A ARÃO E NÃO AO POVO: Porque seu irmão era o líder, e como tal ele era responsável por tudo o que acontecesse em sua ausência. Assim como Moisés clamava a Deus quando não sabia mais o que fazer para acalmara o povo, era esperado que Arão tivesse o mesmo procedimento. Arão deu ao povo o que eles queriam, e isso não é atitude de um bom líder. O líder sábio dá ao povo o que eles precisam, que nem sempre é o que querem.
Exemplo prático: Na ausência do líder de uma grande igreja um repórter perguntou ao seu auxiliar o que eles faziam para a sua igreja crescer tanto. A resposta do suplente do líder religioso foi a seguinte: “É simples: damos ao povo o que ele quer”.
Observação: Esta tem sido a causa de grande parte da decadência que estamos testemunhando nas igrejas. Ao invés de os líderes espirituais darem ao povo a sã doutrina, sem pôr nem tirar, preferem ver quantidade ao invés de qualidade, e por isso observamos muitos templos cheios de ossos e pele, mas sem o Espírito de vida, assim como na visão de Ezequiel (capítulo 37).
AS DESCULPAS DE ARÃO E DO POVO E A REAÇÃO DE DEUS E DE MOISÉS: Ex 32.1, 7, 21; 33.13.
1.    “Sabes que este povo é mau” – O apóstolo Paulo se preocupava muito com isso, de forma que sempre admoestava a Timóteo a perseverar em pregar a sã doutrina (Veja 2Tm 4.1-5; 3.5; 1Tm 6.10-11).
2.    “Não sabemos o que sucedeu com Moisés, a este homem que nos tirou do Egito”. Apesar de o povo de Israel dizer que Moisés havia os tirado do Egito, tanto Moisés como Arão sabiam que fora Deus quem os tirou de lá.
3.    A ironia de Deus: No versículo 7, observamos as palavras de Deus a Moisés: “Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido”.
Observe que Deus chama Israel de o povo de Moisés, ao invés de dizer o meu povo. Na verdade Deus estava ironizando, porque os israelitas sempre davam os créditos pela sua saída do Egito a Moisés ao invés de dá-lo a Deus (veja Ex 16.3; 17.3; 32.1).
Apesar de nem sempre Deus falar ele observava o comportamento do povo em relação a Ele. Em hb 12.28, 29 a Bíblia afirma que nós devemos levar a sério a graça de Deus porque ele é um fogo consumidor. Ou seja, o mesmo Deus Amor é também um Fogo consumidor.
Em Is 29.16 observamos Deus repreender o seu povo dizendo-lhes que eles queriam igualar o vaso (o ser humano) ao oleiro (Deus), e achavam que Ele não soubesse nada sobre suas criaturas.  Ou seja, Deus às vezes se cala, mas ele sonda nossos pensamentos e esquadrinha o nosso coração. Ele não é bobo, mas tudo vê e tudo entende. No versículo 13 Ele diz a respeito de Israel: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

4.    Moisés insistiu com Deus para que ele considerasse que os israelitas era o seu povo, que fora o Senhor quem havia tirado aquela gente do Egito: Ex 32.7,11; 33. 1,13. 
Observação: O povo de Israel não compreendia o que Moisés entendia: Sem Deus na liderança Israel seria uma nação como qualquer outra (Ex 33.15,16). Da mesma forma os cristãos devem estar conscientes de que sem Cristo não há cristianismo. Jesus deixou bem claro que sem ele nada poderemos fazer – Jo 15.6b.

ASSIM COMO MOISÉS NÃO RECEBEU PARA SI A GLÓRIA QUE PERTENCIA A DEUS HOUVE HOMENS NA BÍBLIA QUE TAMBÉM NÃO ACEITARAM:
1.    Pedro e João na porta do tempo: Disseram ao coxo: “Olha para nós”, mas quando o povo olhava para eles querendo adorá-los Pedro lhes perguntou: Por que estais olhando para nós?” E anunciou-lhes Jesus. – At 3. 1-4.
2.    Paulo e Barnabé: Queriam adorá-los e lhes oferecem sacrifícios como deuses. A um chamaram de Júpiter e ao outro de Mercúrio (nome de dois deuses da mitologia grega). A reação deles foi rasgar suas vestes, em sinal de humilhação, para que o povo percebessem que eles não eram nada menos do que homens comuns, e com muita dificuldade conseguiram impedi-los de adorá-los. – At 14.8-18.
3.    O apóstolo Paulo: Ao ser preso alguns se aproveitaram e pregavam o evangelho com más intenções, mas ao invés de mandar impedi-los Paulo disse que importava é que o Evangelho estava sendo pregado. – Fp 1. 15-18.
4.    João disse a Jesus que viram um homem expulsando demônios e tentou impedi-lo, no entanto Jesus lhes admoestou dizendo-lhes que não os impedissem, pois “quem não é contra nós, é por nós” – Lc 9.49,50.
5.    Os irmãos coríntios discutiam entre si sobre quem era de Paulo e quem era de Apolo, ao invés de o apóstolo Paulo sentir-se orgulhoso por isso ele os repreendeu. – 1Co 3.4.
6.    João Batista ao ver Cristo pôs-se a anunciá-lo como o Cordeiro de Deus, e prosseguiu dizendo: “Convém que ele cresça e eu diminua”.

Exemplo prático: Uma determinada cantora fora convidada para cantar em um culto de aniversário do grupo de adolescentes de uma igreja, e durante o culto formou-se uma enorme fila de adolescentes que ia até a cantora (que estava ao lado do púlpito) a fim de receber autógrafo. O que deveria ser cultuado ficou esquecido naquela reunião e toda honra e glória foi dada à cantora.

O RACIOCÍNIO DOS ISRAELITAS: Para o povo de Israel na ausência de Moisés, e consequentemente, de Deus (porque para eles, Deus estava preso a Moisés), era só substituir um deus por outro.

Exemplo prático: Numa determinada sinagoga estava sendo feito a mudança de rabino. Iam substituir o antigo rabino por outro que era doutor. Um determinado garoto ao ouvir a notícia ficou todo entusiasmado ao imaginar que teria a sua disposição um rabino e um médico, ao mesmo tempo. Um dia, ao ser atacado por dores no estômago o garoto ligou para o rabino e seguiu-se o seguinte diálogo:
- Alô, posso falar com o rabino doutor?
- Em que posso ajudá-lo, meu filho? - Respondeu o rabino do outro lado da linha.
- É que eu estou com dores no estômago e preciso saber o que fazer.
- Infelizmente, não posso te ajudar porque não sou médico.
- Que tipo de doutor é o senhor? Perguntou o garoto, confuso.
- Sou doutor em filosofia. – Respondeu o rabino.
O garoto pensou alguns minutos e depois indagou:
- Que tipo de doença é esta?

Observação: Muitos cristãos são como esse garoto: acham que se tratando de religião é tudo igual, desde que se fale em Deus e em Jesus, está tudo bem.
  Observação: Nem todo caminho leva a Deus, mas só há um caminho que conduz a Ele e seu nome é Jesus Cristo (Jo 14.6). Nem todo aquele que fala no nome de Jesus será salvo, mas quem nascer de novo (Mt 7.21; Jo 3. 1-7). Nem toda a religião é boa, e Tiago diz qual é a verdadeira religião (Tg 1.27).

O POVO QUERIA A PROMESSA, MAS NÃO SE IMPORTAVA COM DEUS: Hoje acontece a mesma coisa no meio cristão: muitos vão a Igreja em busca de prosperidade financeira, reconciliação conjugal, cura de enfermidades etc. Tais pessoas passam anos na igreja e cada dia conhecem menos a Deus. Tal qual os nove leprosos recebem suas bênção e vão embora ao invés de aproximarem-se daquele que lhes concedeu a vitória almejada.
Josué e Calebe foram os únicos dentre os espias de Canaã que compreendem o que Deus queria, isto é, que o povo o obedecesse, tivesse um relacionamento real com ele para quando chegarem a Terra Prometida (ao lugar da bênção desejada) não viesse a esquecerem-se dele. – Nm 13.8-11.

Exemplo prático 1: Agimos para com Deus como um noivo no altar que diz à noiva: “Te aceito como minha lavadeira, cozinheira e faxineira”. Então a noiva lhe responde: “Serei tudo isso para você, no entanto, antes de tudo isso serei sua esposa, e quero ser amada e respeitada como tal”.
É exatamente assim nosso relacionamento com Deus: Ele é nosso salvador, nosso médico, nosso advogado, mas antes de tudo isso ele é nosso Senhor e Deus.

Exemplo prático 2: Uma certa garotinha recebeu da mãe um pão com geleia e assim que pegou o pão o abriu e pôs-se a lamber a geleia. A mão lhe tomou o pão, colocou mais geleia e advertiu a menina: Se você quiser a geleia vai ter de morder o pão.
Assim também somos Deus em relação ao céu: para alcançarmos a bênção celestial precisamos aceitar a Jesus e segui-lo. A primeira geração israelita, que visava apenas a Terra Prometida não pode entrar porque queriam a promessa mas rejeitaram o Deus que lhes concederia a bênção.
A Canaã Celestial, assim como a Terra Prometida dos israelitas, só é acessível aos que durante o percurso conheceram a Deus, na pessoa de seu Filho Jesus, e o reconhecem como o único Deus e Salvador.

DEUS SE RECUSOU IR COM ELES: Ex 33.1-3
Vi um estudo no qual o preletor dizia que  podemos dar dois tipos de serviço a Deus: Avodah Zara (que em hebraico é serviço estranho) ou Avodah kedasha (serviço reconhecido por Deus).

Exemplo prático 1: Ouvi falar de uma igreja que estava para colocar ar- condicionado, e apesar de a maioria dos membros não estarem a favor, os dirigentes e líderes decidiram fazê-lo pela bem feitoria da casa de Deus. O problema é que tais pessoas parecem não compreender que os cristãos são o templo do Espírito Santo, e que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens - At 17. 24,25; 1 Co 3.16-19.
Na realidade o que pretendiam eram ser bem vistos por causa do luxo de seus templos, independentes de quantas almas perderiam. Com certeza tais atitudes não são aprovadas por Deus, mesmo tendo sido feitas em nome dele, porque ele vê a intenção do coração, e tais sacrifícios não passam de avodah zara (serviço estranho).

Exemplo prático 2:  Um outro de tipo de serviço estranho (avodah zara) pode-se ser percebido nas práticas idólatras que muitos cristãos praticam sob forma de fidelidade. Podemos dar como exemplo a atitude  de alguns cristãos que preferem suas igrejas à salvação de seus familiares. Um determinador pregador, tratando do tema “bezerros de ouro” citou o exemplo de um amigo dele, que apesar de perceber que nem ele, nem sua família estavam sendo edificados na igreja em que pertenciam, preferia perder sua vida espiritual a sair daquela igreja, dando por desculpa o fato de ter nascido e sido criado lá.
Da mesma forma há cristãos cuja família não gosta da igreja onde ele congrega, e apesar de saber que saindo de lá poderia ganhar seus  familiares para Cristo prefere continuar onde está a render-se por amor as almas e a Cristo. Este é um tipo de “bezerro de ouro”, de  idolatria, que Deus vê como avodah zara.

O apóstolo Paulo fala do Avodah Zara, quando diz a Timóteo haveria pessoas que teriam cara de piedosos, mas na prática negaria a eficácia da piedade, e ainda os advertiu que nos últimos dias muitos não iriam dar ouvidos a sã doutrina, mas prefeririam ouvir a fábulas e seguir seus próprios corações – 2 Tm 3.5; 4.1-5.

O POVO DE ISRAEL SEMPRE QUIS UM DEUS VISÍVEL:
Não podemos nos esquecer que aquela gente havia saído do Egito, uma nação onde havia vários ídolos. O povo de Israel sempre foi favorável a servir um Deus visível, mas o seu Deus era invisível. Agora que Moisés sumiu eles iriam realizar o desejo de seus corações.
1Uma determinada revista mostrava fotos de peças, inclusive ídolos egípcios, que segundo os arqueólogos devem ter sido trazidos a Israel  na época em que o povo foi tirado de lá sob a liderança de Moisés. Durante muito tempo, apesar de Israel ter saído do Egito, o Egito continuava no coração do povo israelita. Faraó era o rei deus do Egito.
Seu desejo de possuir um deus visível não foi permitido por Deus, então, finalmente, eles pediram um rei visível. E apesar de não concordar com o descabimento deles, Deus consentiu e ordenou a Samuel que ungisse a Saul e o pôs sob o trono – 1Sm 8.5-7.

DEUS SÓ ESTÁ NO MEIO DE QUEM OBEDECE AOS SEUS MANDAMENTOS: Embora Moisés conseguisse o consentimento de Deus de não matar o povo, O Senhor recusou-se a ir com eles. No entanto, por amor a Moisés ele prometeu que os acompanharia, no entanto, Moisés deveria voltar ao monte para Deus escrever novamente os seus mandamentos, e só então ele aceitaria guiá-los. Assim somos nós: Deus só está conosco se aceitarmos os seus mandamentos, caso contrário ele se retira e deixa-nos seguir nossos próprios caminhos – Rm 1.21-32.

CONCLUSÃO: Deus não recebe serviço que esteja fora das suas diretrizes. Qualquer coisa que fizermos e cujo objetivo não seja a glória de Deus o Senhor não aceita. É de suma importância atentarmos para a admoestação de Paulo aos irmãos da Galácia: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6.7).
Da mesma forma devemos observar o alerta do próprio Deus em Is 42.8: “Eu sou o Senhor; este é o meu  nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.


Por Leila Castanha