Professor, leia ao menos a parte referente à idade de seus alunos, pois conhecê-los é fundamental para a prática educativa.
Para ensinar crianças com eficiência e
sucesso, o professor precisa conhecer as características,
necessidades e interesses peculiares a cada faixa etária. (...).
A Psicologia Educacional estuda as leis que
governam o crescimento, desenvolvimento e comportamento do indivíduo. Estuda o
aluno quanto aos aspectos físico,
mental, social e espiritual. Estudaremos agora, portanto, as
características, as tendências, aspirações, predileções e interesses de cada
grupo de idade e com isso também as necessidades de cada um dels, nos eu
relacionamento com o aprendizado. Isso, em forma resumida. (...).
1.
BERÇÁRIO E JARDIM DA INFÂNCIA (1-5 ANOS)
Palavra descritiva da idade: Receptividade e
Plasticidade.
a.
Físico.
Rápido
crescimento, inquietação, movimento, sentimento, dependência.
As
quatro principais atividades da criança nessa idade são: comer, dormir, brincar, perguntar. Os sentidos funcionam com toda
carga. Eles são nessa época de suprema importância na aprendizagem. O ensino
ilustrado é de toda importância nessa fase. Crianças gostam de todo tipo de barulho,
especialmente aqueles que resultam em ritmo. Por essa razão, rimas e movimentos
ritmados nos hinos, poesias e exercícios de expressão agradam, impressionam o
sistema nervoso e este tranformam as sensações em movimento.
b.
Mental.
Aprendizagem
pelos sentidos, Curiosidade. Imaginação. Credulidade. A alma da criança é como
massa de modelagem: a forma que se der, essa fica; o que for ensinado é aceito
e crido sem discussão, o que não se dá com jovens e adultos, que tendo a
faculdade da razão em pleno funcionamento, concordam ou discordam, conforme seu
senso de valores, julgamento e conhecimento. A visão é por demais ativa e a
criança aprende mais pela visão do que por qualquer outro sentido. (...). A imaginação é por demais fértil.
Nessa idade a criança não distingue entre o real e o imaginário. (...). Devido
a esta forte imaginação, elas inventam histórias as mais incríveis, sendo por
isso tidas por mentirosas. Quanto à curiosidade, a criança normal parece mais
um ponto de interrogação! Seu período de
atenção não vai além de 3 minutos.
c.
Social.
A
criança até aos 5 anos é notadamente egoísta, vindo com isso, a imitação. Ela é
o centro do seu próprio mundo. Só pensa em termos de “eu”. Tudo é “meu”. (...).
Se vê outras criança brincando quer tomar os seus brinquedos. (...). É teimosa
e quer fazer aquilo que lhe vem à mente. São afetuosas. Gostam de música e
canto. Sua tendência para imitar os outros, influi no caráter, assim como a curiosidade influi no conhecimento.
Essa é a época áurea da formação dos hábitos como oração, obediência, frequência
aos cultos, contribuição, assistência caritativa e filantrópica, etc. A vida é
uma série de hábitos bons e maus. Os que moldarão a vida são formados na
primeira infância, até aos 4 anos. (...).
d.
Espiritual.
Credulidade e confiança tranquila. A vida cristã no lar,
num ambiente de oração e fé em Deus, fará a criança compreender a Deus como o
Pai amoroso. A atividade dos sentidos ajudá-lo-á a aprender as lições da
natureza. A criança crê em tudo que lhe é dito. Deus deve ser apresentado como
o Papai do céu...
2.
OS
PRIMÁRIOS (6-8 anos).
Palavra descritiva da idade: Atividade.
a.
Físico.
Ativo
e irrequieto, mas melhor controlado. As características são as mesmas da idade
4-5 anos, com ligeiras diferenças. O crescimento é mais lento. O ingresso na
escola pública põe a criança sob disciplina e a expõe a alguns perigos. Começa
a brincar em grupo; o egoísmo está diminuindo. As avalanches de energia
precisam ser dispendidas sob orientação. Se seu tempo for ocupado encontrarão
muito o que fazer...
b.
Mental.
Nessa
idade, o aluno é observador e curioso. Prefere mais fazer, do que prestar
atenção. Tem memória sem igual. Aprende com facilidade sem entender o que
memoriza.É preciso cuidado quanto ao ensino nesse particular. São impacientes;
o que querem, querem agora! Começam
a distinguir entre o real e o imaginário, entre fato e fantasia. Lembre-se
disto, professor! As histórias e fatos contados ficam gravados. Dessas histórias,
a criança obtém preciosas noções de honram, justiça, bondade, compaixão. Na Bíblia,
a maior fonte de histórias é o Antigo Testamento; mas em o Novo Testamento
encontramos muitas também, especialmente nos Evangelhos e Atos dos Apóstolos. O
egoísmo dá lugar ao instinto de coleção. (...). As crianças nessa idade
aprendem fácil, mas é preciso explicação do material memorizado. Se isto não
for feito, elas guardam a história na memória, mas esquecem a lição nela contida.
(...).
c.
Social.
A
imitação continua forte, bem como a tendência para representação. A criança
nessa idade gosta do grupo, mas do mesmo sexo. O menino aborrece qualquer associação
com as meninas, quer nos brinquedos, quer nas ruas. Eles implicam com elas e as
expulsam do seu meio. Elas se desforram usando apelidos e títulos de
desprezo... Pode haver intimidade quando há perversão dos costumes e má influência
do meio. É preciso vigilância, por isso. Na imitação, o menino brinca de
médico, de motorista, de vendedor, e... enche os ouvidos dos pais em casa. As
meninas brincam de bonecas, cozinhando, etc. Os hábitos estão se formando, para
o bem ou para o mal. Que responsabilidade tem o professor aqui!!!
Nessa idade a criança é muito sensível. Qualquer coisa
que lhe digamos em tom áspero a magoará e não esquecerá com facilidade.
Entretanto, não guarda rancor. Perdoa com facilidade e logo mais está em seu
normal.
d.
Espiritual.
Confia
sem duvidar, a menos que sofra decepções. Uma criança facilmente confia em
Deus. Nessa idade ela começa a comparar o certo e o errado, e é ágil, viva em
descobrir as falhas nos adultos. (...). Se o professor não estiver devidamente preparado
para a aula, a criança notará facilmente seus apertos. Deus deve ser apresentado como o Grande Amigo.
3. OS JUNIORES
(9-11 ANOS)
Palavra
descritiva da idade: energia
extraído de: http://ensinoinfantilnumclique.com.br/aula-biblica-juniores-27-por-que-devemos-louvar-ao-senhor/ |
a. Físico.
Saúde e energia em excesso. Espírito de
competição e investigação. Não há fadiga. As classes devem ser separadas, porque
o que interessa a meninos, não interessa a meninas. Gostam do ar-live e excursões.
Adoram coisas arriscadas, como subir em árvores, rochedos e equilibrismo. O
instinto de coleção aumenta mais. Agora é selo, moeda, figuras, revistas
infantis etc. O espírito de competição muitas vezes termina em lutas. Dois
garotos começam a argumentar e logo chegam a conclusão que a única maneira de
decidir as coisas é à base da luta e lá se vão... Deus deve ser apresentado como
Deus Forte e Amoroso.
b. Mental
Sede pelo saber. Começo das dúvidas. A
criança passa a investigar o porquê das coisas. A memória continua ativa. O que
for agora memorizado, ficará retido e acompanhará o aluno pelo resto da vida. A
criança lê muito nessa idade. É a época de pôr em suas mãos a literatura ideal,
porém, graduada. A criança memoriza sem compreender o conteúdo da lição. O
professor deve estar ciente disso. Quase todas as crianças dessa idade acham tolas
as ideias dos adultos.,, Esta é a época ideal para fixar hábitos e costumes
corretos como: leitura da Bíblia, localização de passagens, freqüência aos
cultos, estudos da lição da Escola Dominical, contribuição financeira, graças
pelo alimento, oração em geral etc.
c. Social
Interesse no grupo, associações, organizações.
O menino quer “pertencer”. O meninos acham que as meninas não deviam existir...
Irmãos, vez por outra, “brigam” nessa época. Não se trata de crueldade. Isso
surge mesmo nessa idade. O sentimento de lealdade é muito forte. Necessitam
grandemente de tratamento simpático. O espírito de grupo deve ser orientado
e guiado em vez de sufocado ou criticado. Há pela consciência do sexo, mas toda
atividade dele está adormecida, de modo que repetem-se como na idade anterior.
Esta é a idade ideal para a orientação sexual, porém deve ser ministrada pelos
pais.
d. Espiritual
Sendo crente, nessa idade a criança gosta
muito de adorar a Deis. Ama a Jesus como seu Salvador, Amigo e Herói. É a época
da plasticidade espiritual.
4.
OS
INTERMEDIÁRIOS (12-14 ANOS)
Palavra
descritiva da idade: Transição
a.
Físico.
Crescimento
rápido outra vez. Mudanças profundas físicas e mentais, isto devido a ação de
certas glândulas até então inativas, mas agora, em obediência às leis do
Criador, são ativas e respond em pelas transformações físicas e psíquicas da
criança. Há agora muito vigor e muita atividade. O coração do adolescente
cresce e palpita com mais rapidez, o que dá a omenino energia, tornando-o
barulhento. Bate a porta com força, assobia e grita com força total (...).
Meninos e meninas começam a demorar-se diante do espelho e do perfume... As
meninas crescem mais rápido, mas param mais cedo; os meninos demoram um pouco
mais e continuam crescendo. Devido as novas forças desenvolvidas e desassossego
do físico, grandes perigos rondam esta idade.
Os adolescentes são desajeitados; esbarram em tudo e como
quebram as coisas em casa!!! Isso porque mãos, pernas e pés estão em rápido
crescimento, juntamente com forças até então inativas, e o cálculo e a firmeza
sofrem prejuízos. Também costumam aprender e inventar cacoetes os mais diversos,
mas sendo observados com simpatia, os abandonam pouco depois automaticamente.
(...).
Deus deve ser apresentado aos adolescentes
como o nosso verdadeiro alvo.
a.
Mental.
Expansão.
Abandono das coisas de criança. Surge a razão, a mais alta das faculdades
humanas, e o rapaz está sempre a perguntar o porquê e o como das
coisas. (Falamos de razão no sentido de raciocínio, e não noutro.) é a idade
das dúvidas (...). Concentra-se no que faz. Surgem as emoções. Perguntas bíblicas difíceis. Impera o reino da
fantasia. Há constantes sonhos quiméricos de coisas irrealizáveis, que
costumamos chamar de “castelos de areia”. As emoções oscilam de um extremo ao
outro. Hoje a mocinha está alegre, irrequieta, sonhadora. Amanhã estará muda,
triste e não gosta mais de ninguém... O rapazinho adquire ares de teimosia, rebeldia,
argumentação. Tudo isso faz parte dessa
idade. Tudo deve ser canalizado e orientado para o bem.
A oração constante a Deus e a confiança em Suas promessas
segundo a Sua palavra, por parte dos pais, é fator de primeira ordem para o
equilíbrio, controle e vitória, tanto no lar como nas vidas dos adolescentes.
É ainda nessa idade que a mente atinge o mais elevado
período intelectual, na fronteira dos 15 anos.
b.
Social.
Desejo
de companhia. Aumenta o sentimento de grupo. Os pais enfrentam o problema de
companheiros apropriados para os filhos. Impulsos de independência. Detestam a
rotina; querem variedade. Emoções intensas. A disposição e a força devem ser
dirigidos contra o mal, o erro. O amor profundo que surge nessa época deve ter
verdadeiro alvo em Deus e no próximo, com o qual convivemos aqui na terra até à
morte. O estudo de relações humanas por parte dos pais é muito útil nessa fase.
O sentimento de justiça é muito forte, o que exige
cuidado dos pais quanto a aplicação de disciplina.
c.
Espiritual.
É
época ideal para serem conduzidos a
Cristo. Precisam de apoio constante e orientação, isso num ambiente
apropriado de espiritualidade profunda, atividades cristãs e programas próprios
para a juventude.
5. OS SECUNDÁRIOS (15-17 anos)
Palavra descritiva da idade: Aspiração.
As
características físicas, mentais, sociais e espirituais, são praticamente as
mesmas da idade anterior, porém, mais acentuadas.
A vida
sentimental continua em desenvolvimento. Muitas vezes, há romances nesse ponto,
os quais exigem tato, controle, paciência, ação, confiança e observação por
parte dos pais. Prossegue o espírito de competição.
6. OS JOVENS (18-24 anos)
Palavra descritiva da idade: Independência.
a.
Físico.
Vitalidade limitada. O físico
atinge o máximo. As energias físicas e mentais devem ser dirigidas de modo a
fazer do jovem (rapaz ou moça) um cooperador na obra de Deus.
b.
Mental.
Os sentimentos estão
desenvolvidos ao máximo. Patriotismo. Paixão por ideais. O jovem gosta de
aparecer. Tem prazer em exibir uniformes, distintivos, etc. Gloria-se no
sacrifício e na prática do bem ao próximo, fazendo para isso seus maiores
esforços. Tem forte imaginação construtiva. Jovens nessa idade têm planejado e
inventado muitas máquinas e aparelhos.
c.
Social.
Nessa idade o jovem escolhe o seu
modo de vida definido. Essa idade repele a monotonia. É a idade de ouro da juventude. Antes disso, o jovem aspira alguma
coisa, agora ele parte para a independência. A Escola Dominical pode influir
grandemente na solução dos problemas do moço e da moça, como: conversão,
dedicação a Cristo, vida espiritual profunda, namoro, casamento, etc. Os
professores precisam ser bons conselheiros nessa fase. A Escola deve procurar
ter professores à altura, e para isso tomar todas as providências, inclusive
diante de Deus em oração e súplicas.
d.
Espiritual.
Nessa idade os jovens têm
convicções firmes, definidas. Uma vez tendo requisitos, serem muito bem nas
atividades da Escola Dominical, campanhas diversas, projetos e trabalhos em
geral da igreja local. Com a assistência e orientação necessárias, o trabalho
da mocidade produz abundantemente. A liderança desenvolvida através dos anos
tem agora o seu auge.
7. IDADE DE 25-60 ANOS
Daremos apenas um resumo, com as
palavras descritivas de cada idade e ligeiras observações. Não é que essas
faixas de idade tenham pouca importância para o professor. Não! É devido às
estreitas limitações do espaço e tempo deste curso.
a.
25-34 anos. Palavra descritiva da idade: Aplicação. A prudência entra em ação.
b.
35-60 anos. Palavra descritiva da idade: Realização. A constância é uma
realidade nessa idade. É o meio-dia da vida. É como se alguém subisse a uma
montanha e chegasse no topo.
c.
60 anos para cima. Palavra descritiva da idade: Reflexão. Aqui começa a descida da
montanha da vida... É o inverso da subida na infância. Nessa idade, o homem e a
mulher necessitam de apoio, simpatia, compreensão e paciência. É o início da
velhice. São muito observadores. Se não tiverem o Espírito de Cristo e uma
sólida formação, tenderão:
·
Ao pessimismo
·
À crítica
·
À murmuração
·
À maledicência
·
A maus
hábitos
Conclusão: O ensino para ser eficiente deve
ser graduado, de modo a atender as
necessidades dessas diferentes idades, segundo suas características,
necessidades e interesses que acabamos
de ver. Fica, pois bem claro que o professor para ser eficiente precisa não
somente conhecer a matéria que vai ensinar (a Palavra de Deus) e ser
espiritual; mas também conhecer o aluno, não apenas no sentido pessoal, mas sua
psicologia. Oremos e busquemos o Senhor para que Ele levante um poderoso ministério de ensino entre nós.
(Texto
extraído de “Manual da escola dominical”, de autoria de Antonio Gilberto).