COMENTÁRIO ADICIONAL
O MILAGRE DO PERDÃO
ENTENDENDO O CONCEITO DO PERDÃO
O QUE É PERDOAR?
Segundo o dicionário da Língua Portuguesa é desculpar,
relevar (não levar em conta).
Todo ser humano é propício a erros, falhas, pois somos
imperfeitos, cheios de defeitos morais. Se fôssemos perfeitos não seriam necessários leis e regras. Elas existem para que o mundo não vire um caos,
motivado pelos nossos impulsos egoístas, que podem até tornarem-se maléficos.
O perdão não é importante só para pouparmos os outros,
mas ele é ainda mais relevante quando compreendemos que somos nós quem mais
nos beneficiamos dele. Isso porque precisamos tanto de seu benefício quanto as
pessoas que nos magoaram.
São João afirma (1 Jo 1.8,10) que “Quem diz que não peca
é mentiroso”. Pecar é transgredir, desobedecer
a lei, quebrar a regra. Mentimos, ferimos e magoamos por meio de ações e/ou
palavras, numa proporção gigantesca.
Apontamos o dedo para o nosso cônjuge porque esperávamos
que fosse nossa alma gêmea, mas não paramos para analisar nossa relação no
sentido de descobrir se estamos sendo o par perfeito.
A verdade é que, se tivéssemos o hábito diário de analisar
nossos erros não sobraria tempo para apontarmos as falhas alheias. Erramos
muito! Não percebemos porque gastamos nosso tempo em criticar o nosso próximo.
O
CONCEITO DE AMÓS
O comentarista da lição nos
traz a curiosidade sobre a ótica dos rabinos em relação ao ato de
perdoar. Para esses homens que, dentro do judaísmo, eram mestres, só se poderia
ministrar o perdão até 3 vezes, segundo a interpretação que faziam do livro de Amós
(1.3,6,11,13; 2.1,4,6). No entanto, Jesus leva aos judeus de sua época outro
ensinamento: Deveriam perdoar setenta vezes sete (Mt 18.22). O propósito de Jesus
não era que as pessoas contassem as vezes em que perdoassem, mas ele queria
indicar que não há regras quanto as vezes de ministrar o perdão. Ele deixa isso
bem claro na oração que ensinou aos seus discípulos: “Perdoai nossas ofensas
assim como nós perdoamos aos que nos tem ofendido” (Mt 6.12). Quantas vezes ofendemos alguém? 3 ou 4?
Para ser mais explícito, Jesus conta a parábola do servo impiedoso (Mt 18.21-35). Nela ele narra a história de um homem que devia muito a seu rei e para quitar-lhe a dívida seu senhor mandou tomar-lhe a mulher e os filhos. No entanto, o homem prostrou-se diante do rei, e suplicou-lhe que perdoasse-lhe a dívida, apesar de saber que devia-lhe uma soma grande (dez mil talentos). Após ser perdoado, aquele homem encontrou um conhecido seu que também lhe devia (cem talentos), e não conseguindo convencê-lo a pagar o sufocava, enquanto exigia que lhe pagasse. Então o seu conservo prostou-se aos seus pés e pôs-se a implorar-lhe que lhe desse outra chance e ele lhe pagaria. Diferente do rei que o perdoou, aquele homem não perdoou o seu devedor,mas mandou que o punissem, lançando-o na prisão, até que lhe pagasse o que devia.
E no final da parábola, Jesus disse aos que lhe ouviam: Se o primeiro homem foi perdoado, acaso ele não devia perdoar também o que lhe devia?
Assim, disse Jesus, se vocês não perdoarem os que vos devem, não sereis perdoados. Ou seja: Nós devemos muito mais a Deus (que é o dono de tudo, e não nos deve nada), do que os nossos devedores nos devem (pois, estamos todos na mesma situação: todos erramos, fracassamos, pecamos, e igualmente somos carentes de perdão).
Para ser mais explícito, Jesus conta a parábola do servo impiedoso (Mt 18.21-35). Nela ele narra a história de um homem que devia muito a seu rei e para quitar-lhe a dívida seu senhor mandou tomar-lhe a mulher e os filhos. No entanto, o homem prostrou-se diante do rei, e suplicou-lhe que perdoasse-lhe a dívida, apesar de saber que devia-lhe uma soma grande (dez mil talentos). Após ser perdoado, aquele homem encontrou um conhecido seu que também lhe devia (cem talentos), e não conseguindo convencê-lo a pagar o sufocava, enquanto exigia que lhe pagasse. Então o seu conservo prostou-se aos seus pés e pôs-se a implorar-lhe que lhe desse outra chance e ele lhe pagaria. Diferente do rei que o perdoou, aquele homem não perdoou o seu devedor,mas mandou que o punissem, lançando-o na prisão, até que lhe pagasse o que devia.
E no final da parábola, Jesus disse aos que lhe ouviam: Se o primeiro homem foi perdoado, acaso ele não devia perdoar também o que lhe devia?
Assim, disse Jesus, se vocês não perdoarem os que vos devem, não sereis perdoados. Ou seja: Nós devemos muito mais a Deus (que é o dono de tudo, e não nos deve nada), do que os nossos devedores nos devem (pois, estamos todos na mesma situação: todos erramos, fracassamos, pecamos, e igualmente somos carentes de perdão).
QUEM
NÃO PERDOA NÃO PODE SER PERDOADO
Em primeiro lugar, é
importante enfatizarmos que se Deus não perdoasse os nossos pecados todos nós
estaríamos perdidos, condenados a perdição eterna. Seríamos como ovelhas sem
pastor (Is 53.6; 1 Pe 3.25); É a bondade de Deus que nos conduz ao
arrependimento (Rm 2.4).
O ser humano não merece
perdão porque todos os dias pecamos, mas João afirma que “se confessarmos os
nossos pecados ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados” (1 Jo 1.9).
Se Deus, que não tem necessidade de perdão perdoa, por que nós que também
precisamos ser perdoados não aceitamos perdoar os que nos ofendem?
BEM
AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS (MT 5.7)
Jesus foi bem enfático ao
dizer: “Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt
5.7). É a mesma ideia expressa por ele na oração do Pai Nosso (Mt 6.12). Após
ensinar esta oração Jesus ainda explicou-lhes o que queria dizer: “Porque, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15).
Observamos aqui que o perdão
não é uma opção, nem tampouco um convite, mas um mandamento, uma ordem aos
discípulos de Cristo. A prática do perdão traz recompensa (seremos perdoados, e
nossa oração atendida), mas também traz punição (não seremos perdoados e Deus
não atenderá nossa oração). Uma opção, ou um convite não aceito não pode ter
punição.
O
CONCEITO DE DEUS EM RELAÇÃO AO PERDÃO:
Perdoar para Deus é esquecer
a ofensa.
“De teus pecados não me lembrarei mais.” (Hb
8.12). Será que Deus sofre um lapso de memória quando perdoa os pecados de
alguém? É claro que não. Em Ez 18. 19-24, Deus explica, por meio do seu profeta, o que quer dizer com “esquecer” ou “não
se lembrar”.Ou seja, não significa que
Deus esquece, de forma literal, porque ele não tem memória curta, nem sofre de
amnésia. “Esquecer”, nesse sentido, quer dizer não levar em conta a ação do
passado; não lançar em rosto o que passou. “Esquecer” ou “não se lembrar”
equivale a agir com misericórdia, isto é, não dar ao outro a punição que ele merece.
Em Lc 6.36 Jesus adverte os
seus discípulos: “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é
misericordioso”. Ou seja: Assim como ele nos perdoou, não nos dando o castigo merecido, devemos fazer o mesmo para com os que nos fazem
mal.
DEVEMOS
AMAR A MISERICÓRDIA (Mq 6.8)
Lembremo-nos de que
misericórdia é o ato de não darmos aquilo que alguém merece.
Deus não adverte que os seus
servos tenham misericórdia, mas devemos amá-la.
Amar a misericórdia é sentir
prazer em praticar o bem; é perdoar,não por obrigação, mas porque isso nos
causa prazer; é, ao mesmo tempo, cumprir todo o restante da ordem divina,
expressa nesse versículo. Assim sendo, amar a misericórdia é:
a- Praticar a justiça: Pois todos pecaram (inclusive você) e não é justo querer perdão, sem querer perdoar – Rm 3.23; Mt 6.12. Se não amarmos a misericórdia, vamos querer vingança, no entanto, não é justo vingar-se de quem nos magoou, se não admitimos que se vinguem de nós quando ferimos alguém. O problema é que todos nós erramos, de alguma maneira, pois segundo a Bíblia, “Quem diz que não peca é mentiroso” – 1 Jo 1.8,10.
b- Andar humildemente com Deus: porque estamos reconhecendo que não somos maiores do que Ele, que sendo o Criador, e não tendo falha alguma, decidiu perdoar o pecado da humanidade, da qual, cada um de nós deve reconhecer-se o principal pecador, conforme o exemplo do apóstolo Paulo. Afinal, ele morreu por cada um de nós, individualmente, assim como irá julgar cada um, segundo as suas – Rm 3.24,25; 1 Tm 1.15; Rm 2.6.
a- Praticar a justiça: Pois todos pecaram (inclusive você) e não é justo querer perdão, sem querer perdoar – Rm 3.23; Mt 6.12. Se não amarmos a misericórdia, vamos querer vingança, no entanto, não é justo vingar-se de quem nos magoou, se não admitimos que se vinguem de nós quando ferimos alguém. O problema é que todos nós erramos, de alguma maneira, pois segundo a Bíblia, “Quem diz que não peca é mentiroso” – 1 Jo 1.8,10.
b- Andar humildemente com Deus: porque estamos reconhecendo que não somos maiores do que Ele, que sendo o Criador, e não tendo falha alguma, decidiu perdoar o pecado da humanidade, da qual, cada um de nós deve reconhecer-se o principal pecador, conforme o exemplo do apóstolo Paulo. Afinal, ele morreu por cada um de nós, individualmente, assim como irá julgar cada um, segundo as suas – Rm 3.24,25; 1 Tm 1.15; Rm 2.6.
Devemos amar a misericórdia
porque, de acordo com Lamentações 3.22, “As
misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos”.
OS MALEFÍCIOS DA FALTA DE PERDÃO
Li num 1artigo na
internet sobre uma professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, chamada
Charlotte Van Witvlet, que fez uma experiência com 71 voluntários . Nessa
experiência, as pessoas deveriam se lembrar de algum acontecimento do passado
que as fez sofrer. Nesse momento percebeu-se que a pressão sanguínea, dos
batimentos cardíacos e a tensão muscular aumentaram. Depois, ao pedir que os
voluntários se imaginassem perdoando a estas pessoas que lhes fizeram mal,
observou-se que elas mostravam-se mais calmas e seus batimentos e pressão diminuíram.
Nesse mesmo artigo encontra-se
o relato da entrevista com o Dr. Fred Luskin, autor do livro “O Poder do Perdão”,
na qual ele assevera que perdoar reduz o stress, que inclusive, é o
responsável pelo surgimento de muitos males físicos e psicológicos. Ao explicar
o que vem a ser o perdão, o entrevistado afirma que o perdão reconhece o mal,
mas permite que o prejudicado leve a vida em frente.
Quando trato desse tema, embora não seja
nenhuma expert no assunto, a experiência da vida me ensinou que o perdão nem
sempre traz o esquecimento da dor sofrida, mas capacita a relevar. Costumo
dizer que para eu esquecer uma situação penosa pela qual passei seria preciso
que eu sofresse de amnésia (doença que leva ao esquecimento), no entanto, sei
que perdoei quando, apesar de me lembrar de tudo, consigo ignorar o passado
(mesmo que, temporariamente, eu me recorde dele e não goste), mas não sinto
ressentimento. Ou seja: Perdoar é conseguir deixar o passado para trás, sem
ressentimentos, e seguir em frente, de bem com a vida.
Há quem afirme que os
ressentimentos, iras e mágoas fazem mal, muito mais, à quem os sente do que a
pessoa que é alvo deles. Tais sentimentos pode matar, literalmente, conforme observa-se no exemplo abaixo:
EXEMPLO PRÁTICO: Em Várzea Paulista (SP), em 2011, havia uma moça que era brigada com a mãe que estava a beira da morte. Ao ver que sua saúde se agravava, a mãe pediu para que a chamassem, a fim de que fizessem as pazes, mas a filha rejeitou ir vê-la. Logo a mãe faleceu sem receber o seu perdão. Para espanto de alguns, a moça também não compareceu ao enterro.
No dia seguinte, após o enterro da mãe, a filha, apesar de não apresentar qualquer problema de saúde, também veio a óbito.
Já foi comprovado que o ódio é capaz de envenenar o ser humano de tal forma, que física ou psicologicamente, pode tirar-lhe a vida.
EXEMPLO PRÁTICO: Em Várzea Paulista (SP), em 2011, havia uma moça que era brigada com a mãe que estava a beira da morte. Ao ver que sua saúde se agravava, a mãe pediu para que a chamassem, a fim de que fizessem as pazes, mas a filha rejeitou ir vê-la. Logo a mãe faleceu sem receber o seu perdão. Para espanto de alguns, a moça também não compareceu ao enterro.
No dia seguinte, após o enterro da mãe, a filha, apesar de não apresentar qualquer problema de saúde, também veio a óbito.
Já foi comprovado que o ódio é capaz de envenenar o ser humano de tal forma, que física ou psicologicamente, pode tirar-lhe a vida.
EXEMPLO PRÁTICO: Na minha juventude, cheguei a odiar uma pessoa que me
fizera muito mal, numa época crucial da minha vida. E para aguçar ainda mais o
meu ressentimento, eu sabia que a pessoa estava errada no seu proceder para
comigo. Meu furor e mágoa eram tão grandes contra ela que só ao ouvir sua voz
eu ficava num estado de quase depressão, porque apesar de querer muito, eu
sabia que não havia meios de me vingar de suas injustiças. Certos dias, ao
fazer compras em um supermercado, deparei-me com essa pessoa naquele
estabelecimento, e como vínhamos em sentidos opostos, e não tínhamos como nos
desviar um do outro prosseguimos, cada um com o seu orgulho, e fingindo
indiferença.
No entanto, o ódio que eu
sentia por ela parecia fazer o mercado se estreitar em volta de mim. Era como
se não houvesse lugar para nós dois no mesmo espaço. Em outra ocasião nos
deparamos na rua. O sentimento foi o mesmo: Era como se aquela pessoa se
agigantasse cada vez que se aproximava de mim e eu fosse ficando bem pequenininha.
A rua, parecia que ia ficando estreita,
e tive vontade de me esconder em qualquer lugar para evitar passar perto daquele
ser que a mágoa fê-lo tornar-se repugnante
para mim. Resumindo: Creio que sofri
oceanos naquele momento, enquanto o objeto do meu ódio não sentiu nem uma gota
do sofrimento que ele provocara em mim.
Descobri, a duras penas, essa verdade: Quem guarda mágoas contra alguém se torna a própria vítima do
seu ressentimento!
Graças a Deus, a tempo decidi perdoar essa pessoa, e também resolvi não mais guardar ressentimentos contra ninguém, pois o ódio, a mágoa, o ressentimento, e todo tipo de sentimentos que se assemelham a estes, são como uma grande teia: quanto mais nos debatemos neles, mais presos ficamos, até perdermos o domínio próprio.
Se você possui esses sentimentos no coração, perdoe a quem te causou mal, e liberte-se desse veneno, antes que ele tome conta de seus pensamentos e transforme sua vida numa sátira das palavras paulina: "Já não sou mais eu, mas o ódio que vive em mim!".
Graças a Deus, a tempo decidi perdoar essa pessoa, e também resolvi não mais guardar ressentimentos contra ninguém, pois o ódio, a mágoa, o ressentimento, e todo tipo de sentimentos que se assemelham a estes, são como uma grande teia: quanto mais nos debatemos neles, mais presos ficamos, até perdermos o domínio próprio.
Se você possui esses sentimentos no coração, perdoe a quem te causou mal, e liberte-se desse veneno, antes que ele tome conta de seus pensamentos e transforme sua vida numa sátira das palavras paulina: "Já não sou mais eu, mas o ódio que vive em mim!".
TEMOS QUE SER COMO CRIANÇAS
Não foi a toa que Jesus disse que o Reino de Deus é das criancinhas. Pois na mesma proporção que brigam, também perdoam, mesmo sem necessidade de se elaborar pedido de desculpas.
EXEMPLO PRÁTICO: Conta-se a história de um menino que chegou em casa machucado, e ao saber que o coleguinha havia batido no filho, o pai foi com a criança até a delegacia prestar queixa.
No caminho, passaram pelo menino que havia batido no outro, e que, naquele momento continuava brincando na rua. Ao ver a criança em quem batera, o outro garoto gritou: "Fulano, vamos brincar?". Enquanto caminhava, arrastado pelo pai que o levava pela mão, o menino que apanhara respondeu-lhe: "Não posso. Eu tô indo na delegacia com o meu pai, mas na volta a gente brinca!".
Ser como criança não é ser ingênuo, mas ser puro. Não é não irar-se, mas não deixar se pôr o sol sobre a sua ira. É irar-se, mas não pecar. Não é não sentir mágoa, mas não guardá-la.
SEM
PERDÃO, SEM MISERICÓRDIA
A oração do Pai Nosso, que Jesus
ensinou aos seus discípulos foi, na verdade, uma lição. Ao pedirmos perdão a
Deus devemos, primeiramente, reconhecer que também erramos (por isso pedimos
perdão). Devemos reconhecer que se erramos contra Deus, que não deve nada a
nós, porque não podemos perdoar quem comete erros contra nós, sendo que,
diariamente, magoamos e decepcionamos tanta gente?
É por isso que ao falar com
a igreja de Éfeso, Jesus destacou bem a importância de aquela Igreja reconhecer
seu erro: “Lembra-te de onde caístes, e arrepende-te.”- Ap 2.5 (grifo
meu). Lembrar os nossos erros é primordial para receber o perdão de Deus.
Observe que o Senhor não
lhes mandou citar quem, ou quais circunstâncias os fizeram cair. O Senhor não estava ralhando com os efésios
por eles terem caído, mas por não terem reconhecido que estavam errados em
abandonar o primeiro amor. Faltava-lhes o
reconhecimento de que estavam errados, não por terem caído, mas por não
observarem o motivo pelo qual caíram, o que foi que os fez parar de praticar as
boas obras: O orgulho? Ressentimentos? Egoísmo? Onde caíram? Em que ponto
a Igreja fracassou? Só observando onde caímos é que podemos reconhecer o nosso
erro e corrigi-lo.
Temos o hábito de, ao pedir
perdão pelos nossos pecados, apontar A ou B como cúmplices, ou até responsáveis
pelo nosso erro. Oramos mais ou menos assim: “Senhor, me perdoe por aquele
palavrão que falei, mas o Senhor sabe que Fulano me irritou muito para que eu o
dissesse. Mas, em nome de Jesus, peço-te que me perdoe”.
Outro exemplo
de oração errada: A mulher sai de casa para viver com outro
homem, e sentindo-se acusada por sua consciência ora: “Senhor, sei que não está
certo o que estou fazendo, mas o Senhor sabe que aquele homem com quem tive a
infeliz ideia de me casar, é o culpado por eu tê-lo traído. O Senhor sabe o mal
que este homem já me fez, por isso, de certa forma ele mereceu. Mas, mesmo assim, te peço que me perdoe, em
nome de Jesus.” Existem dois erros nesse tipo de oração:
1-
Em ambos os exemplos foi confessado o erro do
outro, apontado como responsável pelo pecado do confessor;
2-
No 2º exemplo, além de apontar o marido como
responsável ou cúmplice do seu pecado, a mulher ainda demonstra rancor, mágoa
contra o marido, evidenciando que não lhe perdoou. Segundo Jesus, também não
será perdoada.
Embora devamos ser sinceros
para com Deus em nossas orações, ao confessar os nossos pecados, devemos também apresentar
a Deus a nossa parcela de culpa, mesmo que outros também tenham participação.
No exemplo 2, o fato de a esposa ter humilhado seu marido com o ato da traição,
independente do merecimento dele, deveria ser motivo de arrependimento. Sendo
serva de Deus, ela tem a ordem expressa: Não adulterarás. Independente da culpa do marido ela pecou
(quebrou a lei de Deus), e necessita do perdão.
O EXEMPLO DE DAVI: Sl 51. 1-3, 10. Ele
reconhecia que estava errado e havia pecado contra Deus. Ele não culpou ninguém
pelo pecado dele, mas afirmou o seguinte: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.”
(v.3).
Conclusão: Perdoar é o ato
mais sublime de um Deus-Amor para com suas criaturas rebeldes, e o ato mais
autênticos dos que, pela adoção de filhos, herdam a característica mais
original de Deus, cujas leis resume-se em Amar, amar e amar, segundo asseverou
Jesus em Mt 22.36-40.
Perdoar é reconhecer que não
somos maiores do que Deus, nem melhor do que o próximo. É reconhecer que quem diz
que não peca é mentiroso. É não ser habitação de sentimentos ruins que causam
doenças e desconfortos, mas ser o Templo do Espírito Santo, cujo fruto nos leva
a plena alegria com Cristo.
Por
Leila Castanha
1Para ler mais sobre os males decorrentes da falta do perdão clique
no link abaixo:
http://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/a-cura-pelo-perdao