sexta-feira, 6 de novembro de 2015

COMENTÁRIO ADICIONAL DA LIÇÃO 6 - CPAD

O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE

Imagem extraída de Blog Ev. Ricardo Nascimento



Quem era Lameque - Filho de Metusael, a quinta geração de Caim. Lameque foi o primeiro bígamo (homem casado com duas mulheres), o nome de uma de suas esposas era Ada, e o nome da outra era Zilá.

Com Ada, Lameque teve dois filhos: Jabal e Jubal. O primeiro (Jabal) foi o pai (a primeira pessoa) a viver em tendas e criar gado. O outro filho, Jubal, foi o primeiro músico da história humana (tocava harpa e órgão) – Gn 4. 20, 21.

Com a outra mulher  (Zilá), Lameque teve um casal de filhos: Tubalcaim, e sua irmã Noema. O rapaz foi o primeiro metalúrgico da história (era mestre em toda obra de ferro e cobre), e a moça não tem qualquer registro de suas habilidades porque, para os antigos judeus, as mulheres não eram contadas.

O nascimento de Sete – Enquanto a semente de Caim se multiplicava, e descendentes como Lameque proliferavam o pecado na Terra, aos 130 Adão gerou outro filho, por nome Sete (Gn 4.25; 5.3).

Observação:  A expressão “conhecer”, na frase: “E tornou Adão a conhecer a Eva sua mulher”, significa coabitar   sexualmente,  ter relação sexual. Por isso quando a Bíblia relata que, ao fugir, Caim conheceu sua mulher  nas terras de Node, não  quer dizer  que ele a conheceu lá, no sentido literal da palavra, mas o termo “conhecer”, nesse sentido, significa que ele teve  relação sexual com ela, ato este que culminou no  nascimento de seu primeiro filho, chamado Enoque  - Gn 4. 16, 17. Veja este termo “conhecer”, no sentido de manter  relação sexual no texto de Lc 1. 34 (lembre-se de que Maria estava desposada (noiva) de José, logo, ela não podia estar dizendo, de forma literal, que não conhecia nenhum homem).

 Observação: O Enoque filho de Caim não é o mesmo Enoque que andou com Deus (Gn 5. 18-22). O outro Enoque (aquele que andou com Deus) é da descendência de Sete.


O PECADO É COMO UMA PESTE QUE SE ALASTRA
Não devemos nos esquecer  de que Caim era filho de Adão, o homem por quem entrou o pecado no mundo, ou seja, o primeiro homem a pecar (transgredir a ordem de Deus). Caim foi o primeiro assassino, e de sua geração (5ª geração) nasceu outro assassino, Lameque, e também o primeiro bígamo (Deus havia feito o casal composto por um homem e uma mulher) – Gn 2. 22-24 (ambos significa os dois, logo, esta é a ordem matrimonial criada por Deus).
Apesar de a Terra ter sido amaldiçoada devido o pecado de Adão e Eva (Gn 3.17), os primitivos habitantes  da Terra gozavam de fartura provindas de uma terra que, embora amaldiçoada, era fértil.  Deus havia criado o homem com a capacidade de criar (o que faz o ser humano diferente dos demais animais, pois foi criando que o homem evoluiu). Observamos Noé que, embora distante da tecnologia que conhecemos hoje, sozinho,  construiu uma arca,  cujas medidas deviam ser exatas, conforme as exigências de Deus. Da mesma forma a geração antes dele, como os netos de Caim,  tinham inteligência para criar aquilo que desejavam: criaram gado, fizeram tendas para moradia, tocaram instrumentos musicais (o que se pressupõe a criação dos mesmos), elaboraram instrumentos de trabalho, e para outras utilizações, através do ferro e do bronze, e até empreenderam a construção do que poderia ser entendido como  o primeiro edifício, a torre de Babel (Gn 4; 11).  
O salmista deixa claro a propagação do germe do pecado no Sl  51.5. Da mesma forma, o apóstolo Paulo mostra a herança pecaminosa que habita em todo o ser humano, ao fazer a triste constatação da qual se lamenta em Romanos 7. 14-17.


DEUS DIMINUIU O TEMPO DE VIDA DO SER HUMANO
Como Deus não suporta o pecado o meio que ele encontrou para barrá-lo foi diminuir o tempo de vida do homem. Numa época em que podia-se encontrar homens com quase mil anos de vida, agora a humanidade se via com seus dias contados, e reduzidos a 120 anos de idade(Gn  5.27; 6.3).
 E hoje é raro encontrarmos uma pessoa que tenha chegado aos 100 anos de vida.  Isso não foi feito por vingança divina, mas porque Deus sabia  no que o mundo se tornaria se deixasse a humanidade continuar vivendo sem regras (porque poucos estavam obedecendo os limites instituídos por Deus), e, vivendo no mundo por tanto tempo o pecado se proliferaria de forma ainda maior do que já observamos nos nossos dias. Imagine assassinos, ladrões, e todo tipo de orgias sendo cometidas por pessoas que viveriam por 400,  500,  800 ou até 1000 anos.

OS PECADOS COMETIDOS ANTES DO DILÚVIO
Para entendermos a decisão de Deus em mandar o dilúvio para acabar com a raça humana, que Ele mesmo havia criado, precisamos ver como os homens viviam antes disso.

Casamento Bígamo (Gn 2.22-24): Deus foi o criador do casamento. A Bíblia aponta que  o primeiro casal unido  por Deus nos laços matrimoniais foi Adão e Eva . Como já chamei atenção acima, o termo “ambos”,  citado no v. 24, denota a união de duas pessoas, a saber, um  homem e uma mulher. Lameque, no entanto, achou pouco ter uma única companheira e tomou para si duas mulheres, o que resultou no primeiro casamento bígamo. Depois, a exemplo da geração de Caim, os filhos de Deus  também tomaram das filhas dos homens mulheres conforme desejavam (Gn 6. 1, 2). Aliás, por conta disso, Deus diminuiu o tempo de vida do ser humano, pois quando mexe com o que é dele o nosso Deus sempre reage (Zc 2. 8,9; Sl 17. 7, 8).

Assassinato (Gn 4. 23): Depois de Caim matar seu irmão Abel, o próximo assassinato que encontramos registrado nas páginas da Bíblia foi o de Lameque que confessou às suas esposas ter matado duas pessoas,  (por motivos fúteis- sem valor): Um homem porque lhe machucou, e um jovem porque pisou no seu pé.

A influência do pecado atingiu os filhos de Deus (Gn 5. 1-7): Aí foi a hora que Deus deu o basta.  Os filhos de Deus, por acharem as filhas dos homens muito bonitas, tomaram mulheres dentre elas para si, conforme desejavam, e tiveram filhos. No entanto, eles não as influenciaram para o lado de Deus, mas se deu o contrário: o pecado se multiplicou a ponto de Deus resolver destruir todos os homens.

Violência (Gn 6. 4-6: Como resultado da relação entre os filhos de Deus e as filhas dos homens nasceram homens que, apesar de violentos, eram famosos, considerados valentes e respeitados pelos demais, de forma que a maldade se multiplicava sobre a terra (v. 6).


QUEM ERAM OS FILHOS DE DEUS
Existem duas versões defendidas pelos estudiosos da Bíblia. A primeira defende que “os filhos de Deus” eram anjos caídos que habitavam a Terra. Alguns, inclusive, afirmam que sempre que a Bíblia fala de “filhos de Deus” relaciona-se aos anjos, como diferencial aos seres humanos, que são “filhos dos homens”. No entanto, grande parte dos estudiosos atuais não creem nessa versão, mas defendem a ideia de que “os filhos de Deus”, referidos no texto de Gênesis 6, trata-se dos descendentes de Sete, porque a partir do primeiro filho de Sete, chamado Enos, voltou-se a invocar o nome do Senhor (Gn 4.26). Quanto aos filhos dos homens esses estudiosos acreditam ser os descendentes de Caim, homens de índole pecaminosa, distanciados de Deus.
Em Mateus 22. 30 e Marcos 12. 25, Jesus afirma que os anjos não se casam, o que dificulta para nós aceitarmos a versão de os anjos caídos serem os citados filhos de Deus que se casaram com as filhas dos homens. Além disso, de acordo com o Dr. McNair (A Bíblia Explicada), é importante repararmos que, no Velho Testamento, quando é usada a expressão “tomaram para si mulheres” (Gn 6. 2), é sempre referindo-se a casamentos legítimos, e nunca é usada para fazer referência à relações sexuais ilícitas. Ou seja, se “os anjos não se casam, nem são dados em casamentos”, como os referidos “filhos de Deus” podiam ser anjos?
Observamos, também, que a Bíblia refere-se ao povo de Deus como sendo seus filhos (Leia  Dt 14.1; Sl 73. 15; Os 1.10).


O DILÚVIO
Uma coisa que muitos não sabem é que a paciência de Deus tem limite. Quando Deus mostrou  a Abraão a terra que, futuramente, pertenceria a sua descendência (Israel), ele disse-lhe que não lhe entregaria ainda, mais somente à quarta geração, porque “a medida dos amorreus ainda não estava cheia” (Gn 15. 16). Dentre os muitos habitantes de Canaã estavam os amorreus, mas Deus ainda não queria puni-los sem dar-lhes mais chances, porém quando o limite de chances chegasse ao fim, ou seja, até a quarta geração dos israelitas, Deus os entregaria em suas mãos.
O mesmo aconteceu com o povo de Israel: Deus  alertava Moisés o tempo todo que um dia ele os destruiria porque eram um povo de dura cerviz (de cabeça dura) (Ex 33). Embora Moisés intercedesse sempre pelo povo, que eram seus compatriotas, um dia Deus lhe avisou que no tempo devido Ele lhes cobraria pelos seus pecados (Ex 32. 34), e sabemos que toda aquela geração morreu sem entrar na Terra Prometida.
Da mesma forma observamos Deus destruindo Sodoma e Gomorra, porque, segundo confessou a Abraão, o pecado deles já tinha se agravado muito (Gn 18.20). O mesmo foi para a cidade de Nínive (Jn 1.2).

 Deus dá oportunidades: Apesar de Deus estar decidido a destruir cada um  desses povos, a todos ele deu uma segunda chance: aos amorreus ele deu o espaço enorme, até a quarta geração de Abraão, sendo que este nem tinha filhos ainda;  a Israel ele constantemente dava-lhe  o que pedia, e através de Moisés os repreendia e os exortava a mudar de atitude; a Sodoma ele enviou seus anjos (para ver se era mesmo assim), ou seja, se não haveria mudança de comportamento naqueles homens; e aos ninivitas ele esperou até ver sua reação de arrependimento, que culminou em sua misericórdia.

DEUS VOLTA ATRÁS, MAS NÃO DESFAZ DE SUA PALAVRA
Balaão disse as seguintes palavras a Balaque, quando este insistia que amaldiçoasse o povo de Deus: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa, porventura diria ele não cumpriria, ou falaria e não confirmaria?”  (Nm 23.19).
Quando Deus mandou Jonas profetizar contra Nínive dizendo que a destruiria, ele se arrependeu do que disse (voltou atrás), ao ver o arrependimento do povo, mas não desfez de sua palavra, porque, ele estava cumprindo outra profecia,  endereçada a qualquer nação que fosse punida por ele. Leia Jeremias 18. 7, 8.
Nos versículos 9, 10, ele afirma que, se prometer bênção e a nação lhe ignorar, ele voltaria atrás e faria o contrário. No entanto, os versículos antecedentes (8, 9) afirmam que, se ele ordenar o mal para uma nação e ela voltar atrás, ele também volta e  a abençoa. Deus não é homem para que minta! Glória a Deus, porque ele mesmo disse: “Porque eu velo pela minha palavra para a cumprir” (Jeremias 1. 12), e o fato de Ele voltar atrás, diante de um povo arrependido, também fazia parte de sua Palavra.


CONCLUSÃO  Deus não suporta o pecado (Is 59. 2), e por conta do pecado ele se ira todos os dias (Sl  7. 11), e são as suas misericórdias a causa de não sermos consumidos (Lm 3.22). No entanto, haverá um dia de juízo para todos, alguns já encerram a cota de paciência de Deus no percurso da carreira terrestre, como Saul, outros prestarão contas  quando ele voltar para julgar o mundo. Vigiemos e oremos porque o dia do Senhor está perto! Que todos nós possamos estar alertas, com os nossos corações clamando: “Ora vem, Senhor Jesus!” (Ap 22. 20).