O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE
Quem era Lameque - Filho
de Metusael, a quinta geração de Caim. Lameque foi o primeiro bígamo (homem
casado com duas mulheres), o nome de uma de suas esposas era Ada, e o nome da
outra era Zilá.
Com
Ada, Lameque teve dois filhos: Jabal e Jubal. O primeiro (Jabal) foi o pai (a primeira pessoa) a viver
em tendas e criar gado. O outro filho, Jubal, foi o primeiro músico da história
humana (tocava harpa e órgão) – Gn 4. 20, 21.
Com a outra mulher (Zilá),
Lameque teve um casal de filhos: Tubalcaim, e sua irmã Noema. O rapaz foi o
primeiro metalúrgico da história (era mestre em toda obra de ferro e cobre), e
a moça não tem qualquer registro de suas habilidades porque, para os antigos
judeus, as mulheres não eram contadas.
O nascimento de Sete – Enquanto
a semente de Caim se multiplicava, e descendentes como Lameque proliferavam o
pecado na Terra, aos 130 Adão gerou outro filho, por nome Sete (Gn 4.25; 5.3).
Observação:
A expressão “conhecer”, na frase: “E tornou Adão a conhecer a Eva sua mulher”,
significa coabitar sexualmente,
ter relação sexual. Por isso quando a Bíblia relata que, ao fugir, Caim
conheceu sua mulher nas terras de Node,
não quer dizer que ele a conheceu lá, no sentido literal da
palavra, mas o termo “conhecer”, nesse sentido, significa que ele teve relação sexual com ela, ato este que culminou
no nascimento de seu primeiro filho,
chamado Enoque - Gn 4. 16, 17. Veja este
termo “conhecer”, no sentido de manter relação sexual no texto de Lc 1. 34 (lembre-se
de que Maria estava desposada (noiva) de José, logo, ela não podia estar
dizendo, de forma literal, que não conhecia nenhum homem).
Observação: O Enoque filho de Caim não é o mesmo Enoque que andou com Deus (Gn 5. 18-22). O outro Enoque (aquele que andou com Deus) é da descendência de Sete.
Observação: O Enoque filho de Caim não é o mesmo Enoque que andou com Deus (Gn 5. 18-22). O outro Enoque (aquele que andou com Deus) é da descendência de Sete.
O PECADO É COMO UMA PESTE QUE SE ALASTRA
Não
devemos nos esquecer de que Caim era
filho de Adão, o homem por quem entrou o pecado no mundo, ou seja, o primeiro
homem a pecar (transgredir a ordem de Deus). Caim foi o primeiro assassino, e
de sua geração (5ª geração) nasceu outro assassino, Lameque, e também o
primeiro bígamo (Deus havia feito o casal composto por um homem e uma mulher) –
Gn 2. 22-24 (ambos significa os dois, logo, esta é a ordem
matrimonial criada por Deus).
Apesar
de a Terra ter sido amaldiçoada devido o pecado de Adão e Eva (Gn 3.17), os primitivos
habitantes da Terra gozavam de fartura provindas
de uma terra que, embora amaldiçoada, era fértil. Deus havia criado o homem com a capacidade de
criar (o que faz o ser humano diferente dos demais animais, pois foi criando
que o homem evoluiu). Observamos Noé que, embora distante da tecnologia que
conhecemos hoje, sozinho, construiu uma
arca, cujas medidas deviam ser exatas, conforme
as exigências de Deus. Da mesma forma a geração antes dele, como os netos de
Caim, tinham inteligência para criar
aquilo que desejavam: criaram gado, fizeram tendas para moradia, tocaram
instrumentos musicais (o que se pressupõe a criação dos mesmos), elaboraram
instrumentos de trabalho, e para outras utilizações, através do ferro e do bronze,
e até empreenderam a construção do que poderia ser entendido como o primeiro edifício, a torre de Babel (Gn 4;
11).
O
salmista deixa claro a propagação do germe do pecado no Sl 51.5. Da mesma forma, o apóstolo Paulo mostra
a herança pecaminosa que habita em todo o ser humano, ao fazer a triste
constatação da qual se lamenta em Romanos 7. 14-17.
DEUS DIMINUIU O TEMPO DE VIDA DO SER
HUMANO
Como
Deus não suporta o pecado o meio que ele encontrou para barrá-lo foi diminuir o
tempo de vida do homem. Numa época em que podia-se encontrar homens com quase
mil anos de vida, agora a humanidade se via com seus dias contados, e reduzidos
a 120 anos de idade(Gn 5.27; 6.3).
E hoje é raro encontrarmos uma pessoa que
tenha chegado aos 100 anos de vida. Isso
não foi feito por vingança divina, mas porque Deus sabia no que o mundo se tornaria se deixasse a
humanidade continuar vivendo sem regras (porque poucos estavam obedecendo os
limites instituídos por Deus), e, vivendo no mundo por tanto tempo o pecado se
proliferaria de forma ainda maior do que já observamos nos nossos dias. Imagine
assassinos, ladrões, e todo tipo de orgias sendo cometidas por pessoas que
viveriam por 400, 500, 800 ou até 1000 anos.
OS PECADOS COMETIDOS ANTES DO DILÚVIO
Para
entendermos a decisão de Deus em mandar o dilúvio para acabar com a raça humana,
que Ele mesmo havia criado, precisamos ver como os homens viviam antes disso.
Casamento Bígamo (Gn
2.22-24): Deus
foi o criador do casamento. A Bíblia aponta que
o primeiro casal unido por Deus nos
laços matrimoniais foi Adão e Eva . Como já chamei atenção acima, o termo “ambos”, citado no v. 24, denota a união de duas pessoas, a saber, um
homem e uma mulher. Lameque, no entanto, achou pouco ter uma única
companheira e tomou para si duas mulheres, o que resultou no primeiro casamento
bígamo. Depois, a exemplo da geração de Caim, os filhos de Deus também
tomaram das filhas dos homens mulheres conforme desejavam (Gn 6. 1, 2). Aliás,
por conta disso, Deus diminuiu o tempo de vida do ser humano, pois quando mexe
com o que é dele o nosso Deus sempre reage (Zc 2. 8,9; Sl 17. 7, 8).
Assassinato (Gn 4. 23): Depois
de Caim matar seu irmão Abel, o próximo assassinato que encontramos registrado
nas páginas da Bíblia foi o de Lameque que confessou às suas esposas ter matado duas
pessoas, (por motivos fúteis- sem valor): Um homem porque lhe machucou, e um
jovem porque pisou no seu pé.
A influência do pecado
atingiu os filhos de Deus (Gn 5. 1-7): Aí foi a hora que Deus deu o
basta. Os filhos de Deus, por acharem as
filhas dos homens muito bonitas, tomaram mulheres dentre elas para si, conforme
desejavam, e tiveram filhos. No entanto, eles não as influenciaram
para o lado de Deus, mas se deu o contrário: o pecado se multiplicou a ponto de
Deus resolver destruir todos os homens.
Violência (Gn 6. 4-6: Como
resultado da relação entre os filhos de Deus e as filhas dos homens nasceram homens que, apesar de violentos, eram famosos, considerados valentes e respeitados
pelos demais, de forma que a maldade se multiplicava sobre a terra (v. 6).
QUEM ERAM OS FILHOS DE DEUS
Existem
duas versões defendidas pelos estudiosos da Bíblia. A primeira defende que “os
filhos de Deus” eram anjos caídos que habitavam a Terra. Alguns, inclusive,
afirmam que sempre que a Bíblia fala de “filhos de Deus” relaciona-se aos
anjos, como diferencial aos seres humanos, que são “filhos dos homens”. No
entanto, grande parte dos estudiosos atuais não creem nessa versão, mas
defendem a ideia de que “os filhos de Deus”, referidos no texto de Gênesis 6, trata-se dos descendentes de Sete, porque a partir do primeiro filho de Sete,
chamado Enos, voltou-se a invocar o nome
do Senhor (Gn 4.26). Quanto aos filhos dos homens esses estudiosos
acreditam ser os descendentes de Caim, homens de índole pecaminosa,
distanciados de Deus.
Em Mateus
22. 30 e Marcos 12. 25, Jesus afirma que os anjos não se casam, o que dificulta
para nós aceitarmos a versão de os anjos caídos serem os citados filhos de Deus
que se casaram com as filhas dos homens. Além disso, de acordo com o Dr. McNair
(A Bíblia Explicada), é importante repararmos que, no Velho Testamento, quando
é usada a expressão “tomaram para si mulheres” (Gn 6. 2), é sempre referindo-se
a casamentos legítimos, e nunca é usada para fazer referência à relações
sexuais ilícitas. Ou seja, se “os anjos não se casam, nem são dados em
casamentos”, como os referidos “filhos de Deus” podiam ser anjos?
Observamos,
também, que a Bíblia refere-se ao povo de Deus como sendo seus filhos (Leia Dt 14.1; Sl 73. 15; Os 1.10).
O DILÚVIO
Uma
coisa que muitos não sabem é que a paciência de Deus tem limite. Quando Deus
mostrou a Abraão a terra que,
futuramente, pertenceria a sua descendência (Israel), ele disse-lhe que não lhe
entregaria ainda, mais somente à quarta geração, porque “a medida dos amorreus
ainda não estava cheia” (Gn 15. 16). Dentre os muitos habitantes de Canaã
estavam os amorreus, mas Deus ainda não queria puni-los sem dar-lhes mais
chances, porém quando o limite de chances chegasse ao fim, ou seja, até a
quarta geração dos israelitas, Deus os entregaria em suas mãos.
O
mesmo aconteceu com o povo de Israel: Deus alertava Moisés o tempo todo que um dia ele os
destruiria porque eram um povo de dura cerviz (de cabeça dura) (Ex 33). Embora
Moisés intercedesse sempre pelo povo, que eram seus compatriotas, um dia Deus
lhe avisou que no tempo devido Ele lhes cobraria pelos seus pecados (Ex 32.
34), e sabemos que toda aquela geração morreu sem entrar na Terra Prometida.
Da
mesma forma observamos Deus destruindo Sodoma e Gomorra, porque, segundo
confessou a Abraão, o pecado deles já tinha se agravado muito (Gn 18.20). O
mesmo foi para a cidade de Nínive (Jn 1.2).
Deus dá
oportunidades: Apesar de Deus estar decidido a destruir cada um desses povos, a todos ele deu uma segunda
chance: aos amorreus ele deu o espaço enorme, até a quarta geração de Abraão,
sendo que este nem tinha filhos ainda; a
Israel ele constantemente dava-lhe o que
pedia, e através de Moisés os repreendia e os exortava a mudar de atitude; a
Sodoma ele enviou seus anjos (para ver se era mesmo assim), ou seja, se não
haveria mudança de comportamento naqueles homens; e aos ninivitas ele esperou
até ver sua reação de arrependimento, que culminou em sua misericórdia.
DEUS VOLTA ATRÁS, MAS NÃO DESFAZ DE SUA
PALAVRA
Balaão
disse as seguintes palavras a Balaque, quando este insistia que amaldiçoasse o
povo de Deus: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa, porventura diria ele não cumpriria, ou falaria e não confirmaria?” (Nm 23.19).
Quando
Deus mandou Jonas profetizar contra Nínive dizendo que a destruiria, ele se
arrependeu do que disse (voltou atrás), ao ver o arrependimento do povo, mas
não desfez de sua palavra, porque, ele estava cumprindo outra profecia, endereçada a qualquer nação que fosse punida
por ele. Leia Jeremias 18. 7, 8.
Nos
versículos 9, 10, ele afirma que, se prometer bênção e a nação lhe ignorar, ele
voltaria atrás e faria o contrário. No entanto, os versículos antecedentes (8,
9) afirmam que, se ele ordenar o mal para uma nação e ela voltar atrás, ele
também volta e a abençoa. Deus não é
homem para que minta! Glória a Deus, porque ele mesmo disse: “Porque eu velo
pela minha palavra para a cumprir” (Jeremias 1. 12), e o fato de Ele voltar atrás, diante de um povo arrependido, também fazia parte de sua Palavra.
CONCLUSÃO Deus não suporta o pecado (Is 59. 2), e por
conta do pecado ele se ira todos os dias (Sl
7. 11), e são as suas misericórdias a causa de não sermos consumidos (Lm
3.22). No entanto, haverá um dia de juízo para todos, alguns já encerram a cota
de paciência de Deus no percurso da carreira terrestre, como Saul, outros prestarão
contas quando ele voltar para julgar o mundo. Vigiemos e oremos porque o
dia do Senhor está perto! Que todos nós possamos estar alertas, com os nossos
corações clamando: “Ora vem, Senhor Jesus!” (Ap 22. 20).
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