FUNDAMENTOS DA FÉ
TEMA: A ESPERANÇA DO CRISTÃO
TEXTO-BASE:
1 Co 13.13: “Agora, pois permanecem a
fé, a esperança e o amor, estes três, mas o mais importante destes é o amor”.
A
FÉ:
(Hb 11.6); A ESPERANÇA: Rm 5.1, 2 (temos esperança da nossa salvação) AMOR: (Cl 3. 13,14).
A
FÉ: Tiago
diz que a fé sem obras é morta (não produz nada, não existe). Tiago adverte aos
irmãos que nem a fé, nem as obras, sozinhas, tem valor algum, mas é através das
obras que podemos mostrar a nossa fé em Deus - Tg 2.17,18.
A
ESPERANÇA: Em Rm 5. 3,4 o apóstolo Paulo diz que
não devemos nos gloriar apenas na esperança da glória de Deus, aquela esperança
que recebemos devido a sua graça de nos salvar, mas também devemos nos gloriar
nas tribulações, “sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência
produz a experiência, e a experiência, a
esperança”.
A
tribulação gera a paciência: “Esperei com paciência no Senhor...” Salmo
40.1: O salmista deixa claro que teve que ter paciência para Deus
respondê-lo. Em outra ocasião o salmista se aflige porque seus inimigos lhe
perguntam onde está o seu Deus, mas após uma reflexão do que Deus já havia
feito por ele, ele mesmo se autoconsola dizendo: “Por que estás abatida, ó
minha alma, e por que te desespera dentro mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei”. (Sl 42.3-5). Ele sabia que tinha que esperar. Um dos propósitos da tribulação é nos ensinar a ensinar a
ser pacientes, porque sendo servos devemos aprender a esperar no Senhor, e não nos
conduzir pelo nosso próprio entendimento (Pv
3. 5).
A
paciência gera a experiência: Davi esperou para ser
atendido, e esta espera lhe gerou experiência de forma que, mais tarde, ele
convocou o povo de Israel para louvar ao Senhor afirmando que ele é bom, e deu
como garantia disso a sua experiência: “Porque eu conheço que o Senhor é grande...” (Sl 135 1-5). Suas experiências geraram nele esta convicção.
A
experiência gera a esperança: Quando o salmista se
perturbou por causa da incessante pergunta de seus inimigos, que o levou a
chorar durante a noite, ele olhou para suas experiências anteriores, das vezes
em que Deus o tirou de suas mais diferentes situações difíceis, e então nasceu
nele a esperança (Sl 135.5). Ele
mesmo advertia os seus conterrâneos israelitas a lembrarem-se do que Deus já
havia feito por eles (Sl 105.5). O
próprio Deus advertiu ao seu Povo a lembrarem-se das coisas passada para verem
que Ele é Deus (Todo-Poderoso) (Is 46.9).
Alegria
na provação (Tg 1. 2,3). Esta alegria não é devido
à provação ou tribulação em si, mas naquilo que ela irá gerar no cristão. Habacuque (3. 17-19) também mostra que se alegrava mesmo nos momentos de "faltura", quando parecia que nada dava certo, mas ele tinha uma esperança:"O Senhor Deus é a minha força, fará meus pés como os das cervas, fará meus pés andar sobre as minhas alturas". A alegria na provação é resultado da esperança, gerada por experiências anteriores.
Exemplo
Prático: As mulheres que já tiveram filhos de parto natural
sabem bem o que é dor, no entanto, apesar disso, ao engravidarem novamente,
elas não ficam pensando no sofrimento do parto, mas no que nascerá daquela
gestação: o seu querido filho, amado desde o ventre. Assim é a relação do
crente com o sofrimento proveniente das tribulações. Ele sabe que isso gerará
nele a experiência, e esta lhe dará esperança, assim como a mãe sabe que a dor passará (porque já teve essa
experiência outras vezes), mas a alegria perdurará todas as vezes que ver o
fruto do seu ventre.
Esperança
do verbo esperar: O filósofo e professor Mario Sergio
Cortella, em um de seus livros utiliza-se das palavras de Paulo Freire, na qual
ele traça uma diferença entre a esperança do verbo esperar e a do verbo
esperançar. Segundo ele, a esperança do verbo esperar é passiva. É do tipo que
diz: “Espero que as coisas deem certo”; “Esperam que resolvam o problema do
desemprego”, etc. Segundo o escritor, isso não é esperança é espera. A
esperança do verbo esperançar nos faz agir. Segundo Cortella “Esperançar é se levantar,
esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir!
Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de
outro modo”.
A esperança
do cristão é ativa (é esperança do verbo esperançar): Ser cristão é “seguir a
Cristo”. Jesus chamava os seus discípulos para ter aulas práticas com ele
(seguindo-lhe) – Mt 4.18-20; 8.21, 9.9; 22; 19, 20; Lc 9. 23. A esperança do
verbo esperançar é aquela que me faz mover em busca do meu objetivo, porque
acredito (espero) que vou atingi-lo.
Exemplo Prático:
Joana tem
um filho adulto o qual gostaria muito de ganhá-lo para Cristo. Sempre que pode
ela fala de Jesus a ele, mas quando não quer ouvi-la, então procura testemunhar
através de seu exemplo pessoal. Por meio de suas atitudes, o filho percebe
claramente a mudança da mãe, que antes era nervosa e explosiva, e agora é
calma e mansa. Sempre que tem
oportunidade, Joana convida o filho a ir a igreja com ela, e incessantemente intercede
por ele em suas orações. Essa mãe está esperando o filho converter-se, mas não
de forma passiva, ela está fazendo tudo o que está a seu alcance para salvá-lo. Joana está esperando com a esperança do verbo esperançar (a esperança que a faz agir).
Exemplo
Prático 2:
Um rapaz quer passar no vestibular de uma prestigiada universidade, para tanto,
ele estuda várias horas ao dia porque tem esperança de ser aprovado. Outro moço
também quer muito passar neste vestibular, no entanto perde muito tempo
assistindo à TV, e não se dedica aos estudos, todavia espera conseguir passar. O
primeiro tem esperança do verbo esperançar (ele age em busca do que espera), e
o outro tem esperança do verbo esperar (fica passivo e não luta em prol de alcançar
o que espera).
Exemplo
Prático 3: Um
certo cristão sempre falava sobre a importância de ganhar almas para Cristo, e
até orava para Deus salvá-los. No entanto, sempre que tinha evangelização em
sua igreja, ou quando deparava-se com pessoas não cristãs, ele sempre arranjava desculpas e não
agia. Mas, estirado
em sua rede cantava: “Eu quero trabalhar pra meu Senhor”. Este cristão está
esperando com a esperança do verbo esperar (a esperança passiva). Todavia, a
ordem de Cristo é : “Abre a tua boca e eu ta encherei”(Sl 81.10; Lc 21.14, 15). Deus age a medida que agimos.
Exemplos
Bíblicos: Gideão é um exemplo de que Deus
age a medida que nós agimos. Ele usou a Gideão ordenando-lhe: “Vai nesta tua
força, e eu serei contigo”. Para a escolha dos 300 escolhidos, os homens se
puseram em ação: primeiro se dispondo, e depois agindo, cada um de seu modo, e
Deus escolheu os que lhe convinha. Moisés,
apesar da insegurança, aprendeu na prática: Arão falava, até que, no decorrer
da trajetória ele sentiu segurança ao ver que a mão de Deus estava sobre ele.
Jesus disse que para fazermos qualquer coisa precisamos dele (Jo
15. 4, 5). Em 1 Jo 2.6 vemos a seguinte afirmativa: “Aquele que diz que está
nele deve andar como ele andou”.
Assim, entendemos que, ser cristão é ser seguidor de Cristo, na prática, não na
teoria, pois para andar é necessário ação/atitude. Neemias também esperava conseguir reconstruir os muros de Jerusalém, mas sua espera foi ativa, trabalhando e vigiando, alcançou o que esperava. Josué esperava vencer os inimigos de Jericó, mas sua espera era ativa. Deus ordenou que rodeassem os muros de Jericó sete vezes, tocando trombetas, até os muros caírem.
A esperança
do cristão exige ação: Quando alguém diz que espera alcançar uma vida de santificação,
isso implica em manter atitudes que o leva a alcançar o tal objetivo: “Segui a paz e a santificação, sem a qual
ninguém verá a Deus” Hb 12. 14. O
verbo Seguir pressupõe ação, atitude.
Seguir a paz e a santificação significa que devemos ir atrás de coisas que
proporcione estas qualidades. Não é ficarmos passivamente esperando um mundo
pacífico e uma vida santificada.
Os sinais
seguirão os que creem (Mc 16.17) – Jesus deixou claro que para os sinais operarem através dos seus
discípulos eles deveriam estar em ação: “Os sinais seguirão...”. Não se segue o
que está parado. Seguir é uma ação, isto é, pressupõe movimento. Antes da
promessa dos sinais seguir aos que creem, Jesus ordenou-lhes que pregassem o
Evangelho (v.15), e uma vez obedecida
a ordem de Cristo, pela fé, indo (verbo
que indica ação) pregar o Evangelho, os sinais os seguiriam (iriam atrás deles).
O problema é que queremos ver milagres sem obedecermos o Ide de Cristo, pois
não queremos nos mover de nosso conforto para efetuarmos o que ele nos ordenou
a fazer.
Por Leila Castanha
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