Se posso encontrar a solução
para todas as dificuldades que se apresentam no processo educativo, mas não
tenho amor, todos os meus esforços são em vão.
Se posso explicar
perfeitamente todos os conteúdos da minha disciplina aos meus alunos, mas
excluo ou ignoro um deles, seria melhor falar a uma sala de carteiras vazias.
Se posso conseguir todo o apoio
material e financeiro para facilitar o trabalho educativo, fazendo inclusive
sacrifícios para isso, mas não tenho amor, estarei gastando mal o meu dinheiro (ou
dos outros...).
Parece exagero, mas o amor
verdadeiro é assim...
Ele é paciente, até mesmo
quando é preciso repetir a explicação várias vezes a um aluno em dificuldades.
O amor é bondoso, mesmo
quando é alvo de intrigas e injustiças que atingem a todos.
O amor não tem inveja, nem
se sente diminuído quando outro professor consegue melhores resultados com a
turma.
Amar também é não se deixar levar pela vaidade, quando
meus alunos conseguem significativos avanços. Amar é não ficar comparando-se a
outros e assim, não há o risco de sentir-se melhor ou pior que ninguém. Amar é sentir-se humano. É reconhecer-se um eterno aprendiz do ontem, do hoje, do
sempre...
Amar é estar disposto a
mudar o ritmo de trabalho e até dos próprios planos para se adaptar a um aluno
que precisa de um acompanhamento especial. Amar é ter tempo para ouvir alguém
em dificuldades. Quantas lições são ensinadas e aprendidas depois de encerrado
o horário de trabalho...
Amar é não revelar nem expor
os problemas e limitações do outro. Amar é respeitar cada um e suas histórias.
Amar é continuar
esforçando-se cada vez mais, mesmo quando algum aluno parece não entender a
diferença entre as coisas mais simples e as mais complexas.
O amor é perseverante...
Tudo espera, tudo suporta, tudo crê.
O amor verdadeiro é capaz de
tudo, até de perdoar e, olhando para frente, buscar mais.
Os métodos educativos, os
livros todo, o material didático e todos os recursos pedagógicos podem
tornar-se, com o tempo, ultrapassados e inúteis. O que hoje é novidade, amanhã será peça de museu.
Mas o amor permanece...
sempre!
A experiência da sala de
aula ensinou-me muitas coisas. No convívio com meus alunos e colegas de
magistério, aprendi a valorizar especialmente: a competência, a paciência, o
amor.
Mas, de tudo, o mais
importante, o que fica sempre, é o amor.
Por Eduardo Jorge Martins
Machado
(Extraído de um folheto da AMAE, sobre o dia do professor:
“AMAE educando”, outubro, 2001.Nº 303).
Nenhum comentário:
Postar um comentário