domingo, 12 de julho de 2015

LIÇÃO 1 - 3º TRIMESTRE DE 2015





COMENTÁRIO ADICIONAL



OS MILAGRES DO NOVO TESTAMENTO

Milagres são acontecimentos que não tem explicação pelas leis da natureza. São ocorrências sobrenaturais.
MILAGRES NO ANTIGO TESTAMENTO: Deus elegeu Israel para seu povo particular. Para manifestar-se a eles o Senhor utilizou-se dos milagres, como sinal de seu poder e sua autossuficiência, para provar-lhes que era capaz de cuidar deles. Dentre seus milagres estava o maná, fazer brotar água da rocha, as vestimentas cresciam junto com as crianças, abriu o mar vermelho etc.  
Em Nm 14.11, Deus afirma ter usado os milagres como sinais a fim de que Israel cresse nele.:  “E disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo? E até quando não crerá em  mim, apesar de todos os sinais que fiz nomeio dele?” (grifo meu).
MILAGRES NO NOVO TESTAMENTO:  No Novo Testamento, Jesus usava os milagres para:
A)           Provar que ele era o Filho de Deus: João Batista estava preso, então mandou seus discípulos (alunos) perguntar a Jesus se ele era o Cristo (Ungido) a quem esperavam ou havia de vir outro. Jesus respondeu-lhes o seguinte: “Diga a ele o que vocês ouvem e veem: Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos (e passou a enumerar os diversos milagres que fazia, como sendo sinal de que era, de fato, o Filho de Deus) – Mt 11.2-5.
Ao tentar convencer o povo de que fora enviado por Deus, e era Filho de Deus, ele insistentemente valia-se dos milagres como prova disso - Jo 4.46-48; 14.10,11; 1.25,36-38.
Na sinagoga, ele leu o livro do profeta Isaias onde narrava seu poder miraculoso, e em seguida afirmou: “Hoje se cumpriu esta palavra no meio de vós” – Lc 4.18-21.
Ao ver o sinal, muitos o reconheciam como sendo Filho de Deus – Jo 2.23; 11.47,48.

Observação: O livro de S. João foi escrito com a finalidade de provar que Jesus é o Filho de Deus, e para autenticar suas palavras de que viera da parte de Deus João registra seus milagres como sinais de sua deidade.

B)          Anunciar a chegado do reino de Deus: Uma vez alcançado seus discípulos, Jesus tinha por objetivo anunciar o Reino de Deus. João Batista, ao anunciar Cristo ele pregava: “Arrependei-vos, pois é chegado o Reino de Deus” – Mt 3.2. O mesmo se percebe nos textos de Mc 1.14 e Lc 3.1,2.
Primeiro Deus se apresentou a Israel por  meio dos milagres, e em seguida instituiu-lhes as suas Leis. Da mesma forma fez Jesus, no tempo do Novo Testamento, ensinava e ordenava aos seus novos discípulos propagarem o “Evangelho do Reino” – Mt 4.23; Lc 8.1; 9.1,2.
O principado (governo) estava sobre os seus ombros (Is 9.6). Jesus veio com a incumbência de implantar um novo governo, diferente do mundano. Um governo cujas leis vinham diretamente de Deus, e trazia uma mensagem ao povo, isto é, trazia o “Evangelho do Reino do Deus”. Este Evangelho dizia respeito à salvação por meio de Cristo e anunciava o novo modo de vida de quem se submetesse ao Reino de Deus: teria que seguir novas leis, pois o seu Reino não é deste mundo (Jo 18.36-37)

Observação: A palavra Evangelho significa “Boa nova, boa mensagem ou boa notícia”.

O meu Reino não é deste mundo (JO 18.36,37)- Isto não significa que o Reino de Deus não poderia ser implantado neste mundo, mas quer dizer que o seu Reino não pertence, não tem parte com este mundo. Em outras palavra, o Reino de Deus não se conforma com este mundo. Conformar, neste sentido, significa “adquirir a mesma forma”, ou seja, o Reino que Jesus veio propagar não se parece, não tem a mesma forma do governo mundano.
O apóstolo Paulo advertiu aos romanos (12.2) a não se conformarem com este mundo (Não assumirem a mesma forma mundana), mas a transformarem-se, mudarem de forma, de acordo com a renovação de suas mentes (o desenvolvimento de sua compreensão).
Em Lc 17 20 lemos que o Reino de Deus é invisível, isto é, não se constrói conforme os aspectos mundanos. Ele é reconhecido através de atitudes subjetivas de seus súditos, não por meio de manifestações da matéria (carros, casas, comidas, bebidas etc).
Em Rm 14.17 “O Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas paz e alegria”.  O Reino de Deus não tem o mesmo aspecto do Reino do mundo, ele suas prioridades são outras, e sua visão alcança um patamar ainda mais elevado do que o material, ele é transcendente, está muito além da limitação da matéria.  
Em Lc 5.18-24 vemos a narrativa da cura de um paralítico. Ao deparar-se com aquele homem que fora introduzido a sua presença por outros homens, Jesus vendo a fé deles, disse-Lhe: “Filho perdoados estão os teus pecados”. Embora as pessoas só enxergassem o problema físico, Jesus via mais além: ele via o problema espiritual do homem que impedia os movimentos normais de sua perna. Ele precisava de perdão e o resto viria como consequência. No entanto, os fariseus, assim como os demais curiosos que ali estavam não eram capazes de ver o milagre interior que Jesus executara, então ele ordenou ao paralítico que andasse.
Uma vez que o interior não pode ser visto pelo ser humano, Jesus apresentou de forma exterior, o que ele havia feito no interior daquele homem. O espiritual foi demonstrado através da matéria. O milagre realizado na alma (invisível a olho humano) foi exteriorizado no corpo do paralítico.
Paulo diz, em 1Co 4.20 que o Reino de Deus (governo de Deus) não consiste em palavras, mas em poder (autoridade). Em Rm 1.16 o mesmo apóstolo afirma que o Evangelho (que é o Evangelho do Reino de Deus) é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Observe que o propósito do Evangelho (boa nova, boa mensagem ou boa notícia) que Deus enviou por meio de seu Filho tem por finalidade a salvação de todo aquele que crê. Desta forma, entendemos os milagres como sinais, como prova, como evidencia visível do poder invisível do Evangelho, cuja mensagem revela que o homem deve ser uma nova criatura, vivendo sob novas leis, a saber, as leis do Reino de Deus.

C)          Comprovar o amor de Deus pela humanidade: Do início ao fim de sua missão na Terra Jesus serviu-se dos milagres para fazer a humanidade entender quem ele era e o que viera fazer aqui. No entanto, o milagre que fechou com chave de ouro sua afirmação de ser o Filho de Deus, foi a sua ressurreição, pois só Deus pode vencer a morte.
A morte sacrifical foi acompanhada de eventos sobrenaturais como podemos ler em Mt 27.50-54. Momentos antes de sua crucificação, o próprio Jesus afirmou que quando ele fosse pendurado todos saberiam que ele era o Filho de Deus (Jo 8.28), fato que realmente ocorreu, pois a revolta da natureza ante a morte do Criador foi um fator de assombrosa realidade de sua deidade.
Mas, nada comparado a sua ressurreição! Este milagre é o ápice dos sinais, uma vez que muitos já haviam dito que eram o Cristo, todavia morreram e não ressuscitaram. É neste fato histórico que se sustenta o cristianismo, pois cremos em um Deus ressurreto, que está assentado à direita do Pai, intercedendo por nós.
                     
O APÓSTOLO PAULO E A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO – Um determinado escritor contou a história de um conhecido líder religioso que fora entrevistado. O repórter perguntou-lhe sobre qual seria sua reação, caso descobrisse que tudo aquilo no qual creu e propagou durante toda a sua existência não passasse de mito. O sábio líder respondeu-lhe que se assim fosse, ele não se arrependeria de nada, pois sua fé só trouxe a ele e aos fiéis momentos bons, e somente contribuiu na melhora da humanidade.
Se esta entrevista fosse feita com o apóstolo Paulo, disse o dito escritor, a resposta de Paulo seria bem diferente. Diria ele: “Se eu descobrisse que Cristo não ressuscitou, eu e os que creram no Evangelho que prego, ‘seríamos os mais miseráveis de todos os homens’, ‘pois se Cristo não ressuscitou, logo, é vã a nossa pregação, e é vã a vossa fé’” (1 Co 15.14-19).

O cristianismo não existiria sem esta realidade, pois é esse acontecimento que autentica a deidade de Cristo.
Resumindo: Os milagres externos realizados por Jesus e pelos apóstolos eram o meio de o povo crer no poder de Cristo em operar o maior milagre, pelo qual foi enviado ao mundo: Salvar o homem, transformando-o em uma nova criatura. Também era o meio de mostrar o Reino de Deus, isto é, fazer os homens terem uma ideia de quão maravilhosa era a vida que estava proposta a todos quantos cressem nele e herdassem a vida eterna: uma vida onde não haveria doenças, morte, dor, nem sentimentos negativos, conforme se via no Reino do mundo. Seus milagres apontaram para o milagre maior, o objetivo de ele vir ao mundo: Reconciliar o homem com Deus, por meio do seu sacrifício vicário na cruz do Calvário.
Os milagres por si só não tem qualquer importância no Reino de Deus, mas eles são sinais para os infiéis enxergarem, a fim de que possam crer no Filho de Deus e passem a andar pela fé e não por vista (2 Co 5.7).


Por Leila Castanha

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