COMENTÁRIO ADICIONAL
OS
MILAGRES DO NOVO TESTAMENTO
Milagres são
acontecimentos que não tem explicação pelas leis da natureza. São ocorrências
sobrenaturais.
MILAGRES
NO ANTIGO TESTAMENTO: Deus elegeu Israel para seu povo
particular. Para manifestar-se a eles o Senhor utilizou-se dos milagres, como
sinal de seu poder e sua autossuficiência, para provar-lhes que era capaz de
cuidar deles. Dentre seus milagres estava o maná, fazer brotar água da rocha,
as vestimentas cresciam junto com as crianças, abriu o mar vermelho etc.
Em Nm 14.11, Deus afirma ter usado os milagres como sinais a fim de
que Israel cresse nele.: “E disse o
Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo? E até quando não crerá
em mim, apesar de todos os sinais que fiz nomeio dele?” (grifo meu).
MILAGRES
NO NOVO TESTAMENTO: No Novo
Testamento, Jesus usava os milagres para:
A)
Provar que ele era o Filho de Deus: João Batista estava
preso, então mandou seus discípulos (alunos) perguntar a Jesus se ele era o
Cristo (Ungido) a quem esperavam ou havia de vir outro. Jesus respondeu-lhes o
seguinte: “Diga a ele o que vocês ouvem e veem: Os cegos veem, os coxos andam, os
leprosos são limpos (e passou a enumerar os diversos milagres que fazia, como
sendo sinal de que era, de fato, o Filho de Deus) – Mt 11.2-5.
Ao
tentar convencer o povo de que fora enviado por Deus, e era
Filho de Deus, ele insistentemente valia-se dos milagres como prova disso - Jo 4.46-48;
14.10,11; 1.25,36-38.
Na sinagoga, ele leu o livro do profeta Isaias onde
narrava seu poder miraculoso, e em seguida afirmou: “Hoje se cumpriu esta
palavra no meio de vós” – Lc 4.18-21.
Ao
ver o sinal, muitos o reconheciam como sendo Filho de Deus –
Jo 2.23; 11.47,48.
Observação: O livro de S. João foi escrito com a
finalidade de provar que Jesus é o Filho de Deus, e para autenticar suas palavras
de que viera da parte de Deus João registra seus milagres como sinais de sua
deidade.
B)
Anunciar a chegado do reino de Deus: Uma vez
alcançado seus discípulos, Jesus tinha por objetivo anunciar o Reino de Deus.
João Batista, ao anunciar Cristo ele pregava: “Arrependei-vos, pois é chegado o
Reino de Deus” – Mt 3.2. O mesmo se percebe nos textos de Mc 1.14 e Lc 3.1,2.
Primeiro Deus se apresentou a Israel por meio dos milagres, e em seguida instituiu-lhes
as suas Leis. Da mesma forma fez Jesus, no tempo do Novo Testamento, ensinava e
ordenava aos seus novos discípulos propagarem o “Evangelho do Reino” – Mt 4.23;
Lc 8.1; 9.1,2.
O
principado (governo) estava sobre os seus ombros (Is 9.6). Jesus
veio com a incumbência de implantar um novo governo, diferente do mundano. Um
governo cujas leis vinham diretamente de Deus, e trazia uma mensagem ao povo,
isto é, trazia o “Evangelho do Reino do Deus”. Este Evangelho dizia respeito à
salvação por meio de Cristo e anunciava o novo modo de vida de quem se
submetesse ao Reino de Deus: teria que seguir novas leis, pois o seu Reino não
é deste mundo (Jo 18.36-37)
Observação: A palavra Evangelho significa “Boa nova, boa mensagem ou boa notícia”.
O
meu Reino não é deste mundo (JO 18.36,37)- Isto não significa
que o Reino de Deus não poderia ser implantado neste mundo, mas quer dizer que
o seu Reino não pertence, não tem parte com
este mundo. Em outras palavra, o Reino de Deus não se conforma com este
mundo. Conformar, neste sentido,
significa “adquirir a mesma forma”, ou seja, o Reino que Jesus veio propagar
não se parece, não tem a mesma forma do governo mundano.
O
apóstolo Paulo advertiu aos romanos (12.2) a não se
conformarem com este mundo (Não assumirem a mesma forma mundana), mas a
transformarem-se, mudarem de forma, de acordo com a renovação de suas mentes (o
desenvolvimento de sua compreensão).
Em
Lc 17 20 lemos que o Reino de Deus é invisível, isto é, não se constrói
conforme os aspectos mundanos. Ele é reconhecido através de atitudes subjetivas
de seus súditos, não por meio de manifestações da matéria (carros, casas,
comidas, bebidas etc).
Em
Rm 14.17 “O Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas paz e
alegria”. O Reino de Deus não tem o
mesmo aspecto do Reino do mundo, ele suas prioridades são outras, e sua visão
alcança um patamar ainda mais elevado do que o material, ele é transcendente,
está muito além da limitação da matéria.
Em
Lc 5.18-24 vemos a narrativa da cura de um paralítico. Ao deparar-se
com aquele homem que fora introduzido a sua presença por outros homens, Jesus
vendo a fé deles, disse-Lhe: “Filho perdoados estão os teus pecados”. Embora as
pessoas só enxergassem o problema físico, Jesus via mais além: ele via o
problema espiritual do homem que impedia os movimentos normais de sua perna.
Ele precisava de perdão e o resto viria como consequência. No entanto, os
fariseus, assim como os demais curiosos que ali estavam não eram capazes de ver
o milagre interior que Jesus executara, então ele ordenou ao paralítico que
andasse.
Uma vez que o interior não pode ser visto pelo ser
humano, Jesus apresentou de forma exterior, o que ele havia feito no interior
daquele homem. O espiritual foi demonstrado através da matéria. O milagre
realizado na alma (invisível a olho humano) foi exteriorizado no corpo do
paralítico.
Paulo
diz, em 1Co 4.20 que o Reino de Deus (governo de Deus) não
consiste em palavras, mas em poder
(autoridade). Em Rm 1.16 o mesmo
apóstolo afirma que o Evangelho (que é o Evangelho do Reino de Deus) é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê.
Observe que o propósito do Evangelho (boa nova, boa
mensagem ou boa notícia) que Deus enviou por meio de seu Filho tem por
finalidade a salvação de todo aquele que crê. Desta forma, entendemos os
milagres como sinais, como prova, como evidencia visível do poder invisível do
Evangelho, cuja mensagem revela que o homem deve ser uma nova criatura, vivendo
sob novas leis, a saber, as leis do Reino de Deus.
C)
Comprovar o amor de Deus pela
humanidade: Do início ao fim de sua missão na Terra Jesus
serviu-se dos milagres para fazer a humanidade entender quem ele era e o que
viera fazer aqui. No entanto, o milagre que fechou com chave de ouro sua
afirmação de ser o Filho de Deus, foi a sua ressurreição, pois só Deus pode
vencer a morte.
A morte sacrifical foi acompanhada de eventos
sobrenaturais como podemos ler em Mt 27.50-54. Momentos antes de sua
crucificação, o próprio Jesus afirmou que quando ele fosse pendurado todos
saberiam que ele era o Filho de Deus (Jo 8.28), fato que realmente ocorreu,
pois a revolta da natureza ante a morte do Criador foi um fator de assombrosa
realidade de sua deidade.
Mas, nada comparado a sua ressurreição! Este milagre é o
ápice dos sinais, uma vez que muitos já haviam dito que eram o Cristo, todavia
morreram e não ressuscitaram. É neste fato histórico que se sustenta o
cristianismo, pois cremos em um Deus ressurreto, que está assentado à direita
do Pai, intercedendo por nós.
O
APÓSTOLO PAULO E A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO – Um determinado
escritor contou a história de um conhecido líder religioso que fora
entrevistado. O repórter perguntou-lhe sobre qual seria sua reação, caso
descobrisse que tudo aquilo no qual creu e propagou durante toda a sua
existência não passasse de mito. O sábio líder respondeu-lhe que se assim
fosse, ele não se arrependeria de nada, pois sua fé só trouxe a ele e aos fiéis
momentos bons, e somente contribuiu na melhora da humanidade.
Se esta entrevista fosse feita com o apóstolo Paulo,
disse o dito escritor, a resposta de Paulo seria bem diferente. Diria ele: “Se
eu descobrisse que Cristo não ressuscitou, eu e os que creram no Evangelho que
prego, ‘seríamos os mais miseráveis de todos os homens’, ‘pois se Cristo não
ressuscitou, logo, é vã a nossa pregação, e é vã a vossa fé’” (1 Co 15.14-19).
O cristianismo não existiria sem esta realidade, pois é
esse acontecimento que autentica a deidade de Cristo.
Resumindo: Os milagres externos realizados por Jesus
e pelos apóstolos eram o meio de o povo crer no poder de Cristo em operar o
maior milagre, pelo qual foi enviado ao mundo: Salvar o homem, transformando-o
em uma nova criatura. Também era o meio de mostrar o Reino de Deus, isto é,
fazer os homens terem uma ideia de quão maravilhosa era a vida que estava
proposta a todos quantos cressem nele e herdassem a vida eterna: uma vida onde
não haveria doenças, morte, dor, nem sentimentos negativos, conforme se via no
Reino do mundo. Seus milagres apontaram para o milagre maior, o objetivo de ele
vir ao mundo: Reconciliar o homem com Deus, por meio do seu sacrifício vicário
na cruz do Calvário.
Os milagres por si só não tem qualquer importância no
Reino de Deus, mas eles são sinais para os infiéis enxergarem, a fim de que
possam crer no Filho de Deus e passem a andar pela fé e não por vista (2 Co
5.7).
Por
Leila Castanha
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