quarta-feira, 5 de agosto de 2015

VOCÊ SABIA?



A primeira língua de Jesus está ameaçada por perseguições 
religiosas


imagem de letraslivroseafins (alfabeto aramaico)


   A maior parte dos falantes de aramaico esteve concentrada nos últimos anos em três cidades iraquianas na planície de Nínive: Qaraqosh, Tel Kepe e Karamlesh. Desde agosto, com o avanço de radicais islâmicos na região, linguistas se mostram preocupados com o risco de extinção do idioma, que ainda está presente naquela parte cristã do Iraque, em número cada vez menor.
Segundo Ross Perling, diretor de uma ONG que investiga processos de extinção de línguas (a Endangered Language Alliance) em Nova York, a Organização das nações Unidas (ONU) calcula que 200 mil falantes de aramaico fugiram de Nínive com medo de serem expulsos, mortos ou forçados a converter-se ao islamismo.
O aramaico, que 3 mil anos atrás era um idioma franco – algo como o “inglês” atual, só que nos tempos do império assírio – abrange línguas e dialetos semitas. Os falantes da língua eram 500 mil nos anos 90, número que  teria diminuído com a diáspora. Na Síria, milhares de falantes do idioma residentes na cidade de Malula em dois povoados próximos fugira para Damasco, após o lugar ter sido dominado por forças rebeldes, em setembro de 2013.
O idioma resistiu à imposição do grego por Alexandre, o Grande, no século 4 a.C. – difundindo-se na antiga Palestina – e à I Guerra Mundial, na qual nacionalistas turcos massacraram armênios e gregos e perpetraram o genocídio assírio, matando ou expulsando da Turquia Oriental a população cristã, que fugiu para o Irã e o Iraque. Isso sem contar a perseguição do aiatolá Khomeeini e de Saddam Hussein aos cristãos falantes do idioma.


(Revista Língua Portuguesa – Outubro de 2014, página 8).


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