domingo, 27 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

 A IMPORTÂNCIA DA IGREJA PARA A CRIANÇA

imagem extraída de www.bing.com

Em Mateus, 19-14. Jesus disse: Deixai as crianças, e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus.

Crianças inseridas em um ambiente cristão, acabam desenvolvendo um comportamento mais humano e solidário. Como professora do ensino infantil e fundamental anos iniciais, percebo isso constantemente.

 Das crianças que têm convívio com a igreja, vivendo em um meio cristão, vejo que perdoam um amigo que os magoam, tem compaixão com aquele amigo que necessita de ajuda, e oram por aqueles que passam por alguma dificuldade, tanto no âmbito sentimental como no financeiro. As crianças trocam confidências umas com as outras, demonstrando assim uma cumplicidade que não vemos mais no meio adulto.

A Bíblia também diz:

Mateus 18, 1-5

1. Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?

2. E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,

3. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.

4. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.

5. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe.

 

Mais uma vez, ressalta a importância da criança na igreja. Para que sejamos aceitos no Reino de Deus, temos que ser como uma criança.

Um coração de criança é puro, não guarda rancor, vê coisas boas no próximo, não inveja, não ofende.

Esses dias na sala de aula, aconteceu um fato que me fez perceber o quanto a criança confia e teme errar perante Deus.

Um aluno do ensino infantil, chegou em mim e disse:

- Professora, eu machuquei meu amigo sem querer, mais já pedi desculpas.

Eu disse:

- Muito bem, é assim que se faz!

Mas, preocupado, ele ainda me fez uma pergunta:

- Meu coração ainda está limpo?

  Porque eu não quero ficar com o coração sujo!

Eu respondi:

- Se você se desculpou e seu amiguinho o perdoou, os dois estão com o coração limpo.

Esse aluno, com certeza, tem uma influência cristã e frequenta a igreja.

E eu aprendi muito com esse diálogo.

Quanto mais a igreja priorizar as crianças, mais poderemos obter no futuro o amor, a solidariedade e a conversão da qual Jesus nos fala na Bíblia.

Atenciosamente,

Professora Telma S. Nascimento.

São Paulo, 27 de novembro de 2022

Professora Telma S. Nascimento 
Graduada em Pedagogia. Atua como professora do Ensino Infantil e Fundamental - anos iniciais, em São Paulo - S.P. 

 

 

domingo, 13 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

A criança é capaz de compreender os ensinamentos bíblicos?

Imagem extraída de Pinterest

     Quando recebi a oferta para lecionar Língua Inglesa para crianças de 4 e 5 anos de idades, fiquei apavorada. Minha primeira reação foi negar o convite, visto que, em minha opinião, já seria um desafio ensinar a língua materna para grupos tão jovens, quanto mais difícil seria fazê-los aprender um outro idioma, mesmo que o exigido fosse apenas alguns vocábulos em inglês. Sob a promessa de que eu poderia desistir caso não me adaptasse, resolvi arriscar. O resultado foi uma via de mão dupla, visto que aprendi com eles à medida que os ensinava. Dos 50 vocábulos estipulados para o ensino-aprendizagem daquelas turmas, consegui ensinar 100 a mais. O interessante é que isso não se deu exclusivamente pela minha capacidade de lecionar, mas, em grande parte, pela capacidade das crianças em absorver os conteúdos. Ao invés de aprenderem somente os números, por exemplo, eles queriam fazer contas em inglês e, constantemente, me traziam perguntas de alguma frase ou vocábulo que viram nos jogos ou na internet.  E, pasmem, geralmente, tenho que fazê-los ir mais devagar, porque senão entramos em conteúdo de séries posteriores. 

      Após essa estimulante experiência, já certa da capacidade cognitiva dos pequenos, passei a lecionar também para os grupos de dois e três anos de idade, e fico cada vez mais admirada com a tamanha capacidade que os pequeninos possuem em absorver e compreender os conteúdos. E não são ouvintes passivos, mas dialogam e até opinam o tempo todo. E, a partir de tais experiências, compartilho das afirmativas de muitos teóricos da educação sobre a capacidade de aprendizagem da criança, bem como cheguei à conclusão de que elas não apenas aprendem o estipulado conteúdo didático que lhes passamos, mas se soubemos nos comunicar em “sua língua”, elas são um poço sem fundo em relação ao desejo de saber, ou seja, a criança é, por natureza, sedenta de aprender.

     No livro "Pescadores de crianças", no qual apoiarei grande parte dos meus argumentos a respeito do tema em questão, Charles Spurgeon, pregador inglês do século 19, conhecido como “príncipe dos pregadores”, pelo modo didático e prático como expunha a Palavra de Deus, corrobora com esse pensamento ao dizer que “uma criança não tem só que viver como nós, como também tem de crescer”, e, por isso, os pais se admiram do apetite que seus filhos mostram em fase de crescimento. Assim também, justifica Spurgeon, há essa necessidade natural na criança de ser mais bem alimentada, porque esse alimento serve não só para agora, mas para o seu crescimento (2003, p. 10).

     Assim sendo, Spurgeon passa a tratar da importância e relevância da educação bíblica cristã para os pequeninos, dizendo que “as crianças na graça têm que crescer, aumentando a capacidade de saber, ser, fazer e sentir, para chegar a um maior poder recebido de Deus”, e, se não as alimentarmos como convém, matando sua fome de conhecimento de Deus, o citado autor nos alerta que “correm o risco de que sua fome seja satisfeita com erros, perversamente” (2003, p.10).

      Em vista desse perigo, para Charles Spurgeon, a solução para evitarmos que nossas crianças sejam desencaminhadas por erros doutrinários é, usando a analogia do joio e do trigo, encher de trigo bom “a caneca da medida” do conhecimento dos pequeninos até transbordá-la, para que não haja espaço para outros enchê-la de joio. Ele afirma que “as crianças cristãs necessitam principalmente aprender a doutrina, o preceito e a vida do evangelho; precisam que a verdade do evangelho lhes seja ensinada com clareza e precisão” (2003, pp. 10, 9). 

       Esse pensamento nega a prática de algumas igrejas que, em dias de escolas bíblicas ou em cultos de doutrinas, desprezam a capacidade intelectual das crianças, “jogando-as” em alguma sala isolada para distraí-las com filmes, historinhas bíblicas infantilizadas, brincadeiras descontextualizadas ou dezenas de músicas para pularem ou dançarem, enquanto os adultos aprendem. Pelo contrário, é importante envolver a criança no ensino-aprendizagem da Palavra de Deus, em especial acerca do Evangelho, diferenciando da educação cristã dos adultos apenas no modo como lhes apresentam as verdades bíblicas. 

       Pedro, em sua primeira carta (2.20), aconselha os irmãos que, na condição de meninos recém-nascidos, desejassem novamente o “leite” racional para crescerem na fé. Já o apóstolo Paulo, em 1 Co 3.2, diz aos irmãos de Corinto que lhes deu “leite” porque não poderiam suportar uma “comida sólida”, isto é, mais forte, porque ainda não tinham maturidade espiritual. Em Hebreus 5. 13, o escritor diz que “quem precisa se alimentar de leite, ainda é criança...”. Em todos esses textos, observam-se duas coisas: o alimento do adulto e da criança são diferentes em substâncias e todos precisam se alimentar. No texto de Coríntios citado acima, o apóstolo Paulo não negligencia o ensinamento porque os crentes coríntios estavam numa fase de "crianças" espirituais, pelo contrário, ele escolheu outra abordagem para lhes certificar dos mandamentos do Senhor, algo mais raso, porém completo. Negar o alimento espiritual para as crianças com medo de matá-la na fé é algo irracional. A Palavra de Deus traz vida, porque ela é "viva e eficaz" (Hb 4.12). Spurgeon aconselha que, diferente de negligenciar o estudo bíblico aos pequeninos, “cumpre a nós tornar a doutrina simples”, isto é, acessível à compreensão deles (2003, p.10)

        Jesus foi o mestre por excelência, de modo que, apesar de ensinar seus discípulos e outros que ainda não o seguiam, ele tinha ciência de que ambos estavam experimentando uma realidade nova. Ninguém nunca tivera em seu meio o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado. Assim, ele utilizou uma abordagem pedagógica acessível a todos, levando os seus ouvintes a compreenderem as verdades espirituais por meio de parábolas. Ele as usava como ponte para que seus ouvintes pudessem, por meio do que conheciam, alcançar o que naquele momento ainda lhes era estranho. 

         Deus ordenou a Israel que os pais deveriam ensinar os seus preceitos às crianças, desde sua mais tenra idade (Dt 6.5-7). O sábio Salomão também defendeu a educação infantil, asseverando que esse é o meio dos pequeninos levarem o conhecimento para a vida adulta (Pv 22.6). Portanto, o problema a que devemos nos ater não é se a criança é capaz ou não de aprender os ensinamentos bíblicos, mas em como motivá-la a querer aprender. Como em qualquer contexto educacional, é preciso motivar o aluno para encorajá-lo a buscar o conhecimento. Segundo um artigo do site Brasil Escola, da autoria do professor Vicente Martins, ele advoga que: 

          "Primeiramente, a atitude de querer aprender. É preciso que a escola desenvolva, no aluno, o aprendizado dos verbos querer e aprender, de modo a motivar para conjugá-los assim: eu quero aprender. Tal comportamento exigirá do aluno, de logo, uma série de atitudes como interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser pessoa". 2

        Os discípulos de Jesus tinham a mesma mentalidade de muitas pessoas dos tempos hodiernos (atuais), de que lugar de criança é longe dos assuntos de adultos. Isso pode até ser verdade, mas, com certeza, não em relação aos ensinamentos bíblicos. A linguagem, talvez, não caiba aos nossos pequeninos, o que justifica conduzir esse ensino-aprendizagem em um local apropriado para eles e a faixa etária correspondente, todavia os assuntos bíblicos são de interesse geral. 

        Ouçamos, pois, com atenção, a advertência de Jesus aos seus discípulos que menosprezavam a capacidade cognitiva das crianças: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque delas é o reino dos céus” - Mt 19.14. E assim, diante das palavras do próprio Cristo, e de tantas experiências pedagógicas sobre a capacidade da criança absorver e interagir em relação aos conteúdos didáticos, podemos afirmar sem medo: Sim, elas são capazes de compreender as verdades contidas na Palavra de Deus e seguir os seus ensinamentos.

       Se você desejar ver algumas ideias de como contextualizar os ensinamentos bíblicos/cristãos ao entendimento do pequeno aprendiz da Palavra de Deus, clique no link ao lado Ideias para aula infantil contextualizadas

 

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada - versão Almeida Revista e Corrigida (ARC)

2MARTINS, Vicente. Como desenvolver a capacidade de aprender. Sobral, CE. Pedagogia.

 

SPURGEON, Charles C. Pescadores de crianças: Orientação prática para falar de Jesus às crianças. São Paulo: Shedd Publicações, 2003. 


  

Professora Leila Castanha -Pedagoga

        

Graduada em Letras, Pedagogia, Bacharel em Teologia, pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura no contexto educacional, pós-graduanda em Teologia e Pensamento Religioso, pós-graduanda em Literatura Brasileira no Contexto da Literatura Universal . 

Atua como professora de Língua Portuguesa, Língua Inglesa (anos iniciais do ensino fundamental) e Ensino Religioso, em São Paulo - SP 

  

 


Em seus passos: estudos bíblicos

Ponderações da alma: crônicas e poemas

terça-feira, 8 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

A igreja e o ensino bíblico descontextualizado

 Extraído de https://www.dentrodahistoria.com.br/

    A Educação secular leva em conta o sujeito em sua totalidade (intelectual, espiritual e subjetivamente). O conhecimento prévio, isto é, as experiências que ele adquiriu no ambiente onde vive é de suma importância para a aquisição de novos saberes no mundo escolar.  É por isso que na Educação Infantil, bem como nos primeiros anos do Ensino Fundamental, é muito importante o lúdico (brincadeiras) no processo de ensino/aprendizagem, para que a criança consiga, por meio do que já conhece, fazer uma ponte para o novo conhecimento que lhe será apresentado.

     Cantigas de roda, parlendas, jogos, dentre outras diversões infantis, fazem parte da realidade da criança e, por isso, são aproveitadas no processo de aprendizagem para proporcionar-lhe um ambiente familiar, a fim de que possa, por meio do que lhe é comum, adquirir os novos saberes escolásticos.

     Assim também seria interessante que em trabalhos cristãos voltados ao ensinamento desse público, como a EBD, por exemplo, a igreja permitisse a introdução de brincadeiras, literatura infantil secular, jogos, e outras coisas que tenham significado afetivo para a criança, a fim de lhe trazer um sentimento de propriedade, ao invés de lhe aplicar, já de vez, um assunto bíblico, por vezes desconhecido, introduzido por pessoas nunca vistas antes e num ambiente sem qualquer conexão de vida comum para ela.  

     SPURGEON (2004, P.20), comentou que foi repreendido por um cristão que o viu brincando no playground com algumas crianças, dizendo não ser apropriado para um filho de Deus aquela atitude. O "príncipe dos pregadores", como é conhecido o referido autor, respondeu-lhe que se ele pretendia levar as crianças para os bancos da igreja, era sua responsabilidade participar dos passatempos deles. 

     A Bíblia narra a história na qual Jesus repreende seus discípulos por tentarem forçar as crianças a se comportarem como adultos na presença dele. O Mestre lhes alertou a não tentarem impedi-las de se chegarem a ele, dizendo-lhes que o céu é o lugar delas, e só entraria lá quem como tal se comportasse.

     É claro que Jesus não estava dizendo que os adultos devam agir de maneira infantilizada, mas que é necessário respeitar a criança em seu modo peculiar de compreender e agir no mundo. Entender o comportamento infantil nos ajuda a ganhar esse público para Cristo, bem como sabermos comunicar o Evangelho em sua  linguagem própria e de maneira acessível ao seu entendimento. 

     Algumas igrejas admitem teólogos citarem literaturas seculares, livros filosóficos etc. para o público adulto, mas não permitem um professor de EBD cogitar trazer histórias de literatura infantil para suas crianças, se não forem de cunho religioso ou bíblico. Essa proibição se dá, na maioria das vezes, sob o pretexto de serem “histórias mentirosas”, sem proveito espiritual, e que, por isso, a torna profana (não sagrada, pecaminosa).

     Todavia, essa confusão é fundamentada pelo desconhecimento desses líderes a respeito da diferença entre “ficção” e “mentira”, "sagrado" e "profano". De acordo com Januária Alves, em seu artigo publicado na Revista Educação, "a escritora canadense Margaret Atwood diz que há uma grande diferença entre ficção e mentira. E o que marca essa distinção é que a ficção busca dizer a verdade sobre os seres humanos, ao contrário da mentira". Janaína ainda cita as palavras de outro escritor, Salman Rischdie, o qual disse que  “O propósito da literatura é revelar verdades. Já o propósito da mentira é o de obscurecer a verdade. Portanto, de várias maneiras, ficção e mentira são os opostos um do outro...”. Ou seja, a ficção é o modo de se apropriar de uma história ou um fato analógico para mostrar a realidade. 

     Levando para a Bíblia, os Salmos, assim como Eclesiastes, são livros poéticos, recheados de analogias e linguagem figurada, o que quer dizer que grande parte das narrativas desses livros não são literais, mas apenas espelhados na realidade, assim como toda literatura. 

     É exatamente isso que observamos em gêneros textuais como a fábula e o apólogo. O primeiro escancara os vícios (coisas negativas) do comportamento das pessoas, tais quais a mentira, hipocrisia, orgulho etc., por meio de histórias protagonizadas por animais com características humanas, deixando uma lição de moral. E o apólogo, além de apresentar práticas ruins comuns à raça humana, também procura apontar virtudes que devem ser exaltadas, através de narrativas entre seres inanimados , assuntos esses riquíssimos para se trabalhar os valores e comportamentos sociais e cristãos. 

     Não podemos ensinar nossas crianças a desprezarem tudo aquilo que não tiver o nome de Deus explícito, como se isso fosse característica de que algo não pertence a Ele. A música “Parabéns pra você”, por exemplo, não há menção a Deus, porém ninguém vê isso como prova de que essa canção pertence ao Inimigo. O livro de Ester também não apresenta o nome Deus, mas compreendemos a ação dele em toda a narrativa.

     Assim também, discriminar hábitos comuns do dia a dia como a leitura de literatura secular infantil como material suplementar, não é atitude de prevenção, mas no mínimo, falta de conhecimento sobre o quanto nossas crianças são inteligentes e capazes de entender quando utilizamos tais materiais para servir de ponto de acesso em assuntos chaves do nosso livro mestre que é a Bíblia Sagrada. Jesus fazia isso o tempo todo usando as parábolas. 

     Conversar com elas sobre livros seculares que leem, desenhos e filmes que veem ou  jogos que gostam não é profanar o sagrado, mas abrir espaço para que, por meio de suas experiências seculares, possam adentrar nos conceitos cristãos/espirituais, e também é uma porta para orientarmos o seu bom uso.  

     No livro "A criança, a Igreja e a missão", Dan Brewster traz como apoio a seu pensamento concernente à contextualização da educação espiritual da criança, a defesa de Steve Wamberg, o qual declara ser importante relacionar as Escrituras à vida cotidiana, fazer perguntas abertas, discursivas, que demandem pensamento maduro e abordar um amplo conjunto de assuntos atuais e relevantes (2015, p.135).

     Alguns filmes infantis e desenhos animados também são ótimos materiais para nos ajudar a iniciar um assunto sobre temas que são tratados pela Palavra de Deus. A igreja não pode querer alienar as crianças, fingindo que elas não têm uma vida extra templo. 

     Outro suporte interessante são as cantigas de roda, como, por exemplo, “Atirei o pau no gato”, na qual o professor poderia mudar para uma versão onde se canta “não atirei o pau no gato”, e, a partir daí, ensinar os valores cristãos e despertar-lhes a empatia. Clique e veja essas versões: 1. Não atire o pau no gato; 2. Não atirei o pau no gato.

     O próprio Jesus disse que "os filhos das trevas são mais astutos entre si do que os filhos da luz", isto é, são mais ágeis no pensamento, mais habilidosos (Lc 16.8)¹.

     Não podemos chegar à mente de uma criança sem primeiro alcançar seu coração.  Ela precisa se sentir confortável, confiante, para se efetivar a interação necessária para ministrarmos os ensinamentos cristãos.

     Saibamos, pois, tratar os pequeninos respeitando suas peculiaridades, próprias de criança, para evitarmos repetir ideias ultrapassadas, espelhadas em tempos nos quais se compreendia a idade infantil como adultos em crescimento. Contra essa atitude de muitas igrejas em relação às crianças, Brewster salienta que os líderes "devem ver e apreciar cada criança como uma obra em progresso, não como um produto finalizado" (2015, p.149)

     "DEIXEM VIR A MIM AS CRIANCINHAS E NÃO AS IMPEÇAIS", ordenou o Grande Mestre (Mt 19.14).

No amor de Cristo,

Leila Castanha

2022

Clique e veja como esse trabalho é interessante

 

BIBLIOGRAFIA
BFEWSTER, Dan. A Igreja, a criança e a missão. Viçosa, MG:  Ultimato, 2015  Ficção, folclore e fake news: como as histórias nos revelam a realidade (revistaeducacao.com.br)¹Versão NVI (Nova Versão Internacional)

SPURGEON, C.H. Pescadores de crianças: orientações práticas para falar de Jesus às crianças. São Paulo: Shedd Publicações, 2004.


      Professora Leila Castanha 

     

Graduada em Letras, Pedagogia, Bacharel em Teologia, pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura no contexto educacional, pós-graduanda em Teologia e Pensamento Religioso, pós-graduanda em Literatura Brasileira no Contexto da Literatura Universal . 

Atua como professora de Língua Portuguesa, Língua Inglesa (anos iniciais do ensino fundamental) e Ensino Religioso, em São Paulo - SP 

  

 


Em seus passos: estudos bíblicos

Ponderações da alma: crônicas e poemas

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

PALAVRA DO ESPECIALISTA

O fortalecimento das relações humanas como amenizador da baixa autoestima



          "E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" - 2 Co 12. 9,10

     O conceito de beleza vem sofrendo alterações ao longo do tempo. Com isso, o ser humano vem se reinventando na intenção de sentir-se belo. A autoestima, por vezes, está ligada à nossa aparência e buscamos ajustá-la tentando nos assegurar que pertencemos a um grupo no qual gostaríamos de ser aceitos.

     Transformações à parte, os hormônios também interferem em nossa segurança e senso de pertencimento. Assistimos a uma geração que baseia sua vida no sentido de adequar a aparência a um nível comum, aceitável. Essa ânsia  nem sempre pode ser satisfeita, o que pode gerar frustrações. Com isso, os recursos mais adotados para amenizá-la podem ser desde pequenos ajustes estéticos a inclusão de psicotrópicos . 

     Infelizmente, crianças e adolescentes são os mais vulneráveis a baixa autoestima e a não-aceitação de seus corpos. E para esse grupo, a aparência está ainda mais interligada a personalidade, de modo que sofrem constantemente as cobranças estéticas a que todos somos submetidos. 

     A busca pela perfeição, por vezes, se depara com empecilhos e dificuldades financeiras. E graças a isso, é necessário acompanhar de perto a insegurança e a baixa autoestima que incomodam as crianças e os adolescentes. Diante da transição para a vida adulta, a insegurança pode fazer visitas cada vez mais frequentes ou até mesmo se instalar definitivamente. Poderia aqui limitar essa visita indesejada aos jovens, mas, infelizmente, não é o que vemos. A baixa autoestima atinge todas as idades e classes sociais. Esse problema evidencia a necessidade de acompanhamento psicológico para todos, como um direito e uma alternativa na busca pelo autoconhecimento e a autoaceitação.

     Os tempos atuais nos oferecem o veneno e o remédio na mesma medida. De forma que basta um clique em nossas redes sociais para recebermos uma enxurrada de ofertas, propagandas e coisas incríveis prometendo nos tornar imediatamente mais belos, fortes e interessantes, ao passo que, ainda que nos apropriássemos de tudo o que nos é ofertado, continuaríamos com o velho e conhecido sentimento de incompletude que nos torna aquém de um mundo tão eficiente, belo e prático.

     As razões para isso são inúmeras e não é minha intenção neste texto questionar noções de consumo. Basta atentar que somos seres humanos, que necessitamos de trocas igualmente humanas que nos permita sentirmo-nos conectados com relações de afeto para a construção de nosso próprio eu; o que pode acrescentar em segurança e noção de pertencimento.  Para isso, faz-se relevante nos cercarmos cada vez mais de pessoas em detrimento as tecnologias, sem, é claro, negar sua importância no cotidiano atual. 

     Um ambiente em que as relações sejam fortalecidas pelo diálogo, pela convivência, intimidade e conhecimento real das pessoas que fazem parte de nosso convívio, pode ser um grande aliado no enfrentamento desse sentimento tão opressor e detestável.

07/11/2022

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Professora Elenir Alves do Nascimento - Pedagoga


Graduada em Pedagogia. Atua como professora de Educação Infantil da Rede Municipal de Osasco.